Rinaldo Nocentini está a tentar dar pelo menos uma vitória de etapa ao Sporting-Tavira
(Fotografia: Volta a Portugal) |
Chegámos a essa fase. Faltam duas etapas em linha e um contra-relógio e há quem esteja a ver que vai passar completamente ao lado da Volta a Portugal, o momento do ano em que tem a responsabilidade de se mostrar. O exemplo mais claro é o Sporting-Tavira. A equipa é desde já a mais forte candidata a desilusão da competição e não parece ter resposta para fugir a isso. Segue-se um Alejandro Marque que de candidato passou a um ciclista desesperado por uma vitória para salvar a honra. No entanto, a LA Alumínios-Antarte não está a ter uma má volta, pois tem Amaro Antunes no top dez. Procurava lutar pela vitória, mas é um mal menor. Nas equipa estrangeiras já se começava a estranhar a Caja Rural, no entanto, esta quinta-feira José Gonçalves deu a resposta. E de que maneira!
O início de ano atribulado para o Sporting-Tavira acabou por ditar toda uma temporada. A incerteza das negociações com os leões, confirmadas tardiamente quando já as outras equipas tinham mais ou menos definido os seus ciclistas, acabou por limitar a constituição do conjunto. Foram buscar Rinaldo Nocentini, um veterano de 38, mas com uma vasta experiência no World Tour. O italiano acabou por ser a grande aposta e respondeu com um segundo lugar na Volta ao Azerbaijão e a vitória no Troféu Joaquim Agostinho.
Na Volta a Portugal começou com uma queda e é difícil perceber o que realmente poderia o italiano ter feito. É 21º, a 27,20 minutos, sendo o melhor do Sporting-Tavira. Ainda foi a um sprint para pelo menos ganhar a etapa, mas também não foi feliz.
Mario Gonzalez tentou esta quinta-feira andar na fuga, mas nem aguentou até esta ser alcançada pelo pelotão. Muito pouco para o Tavira que já foi das melhores equipas do pelotão e que está a precisar de uma reestruturação profunda para 2017 para recuperar a força (e algum prestígio) perdida.
Amaro Antunes (Fotografia: Volta a Portugal) |
Quanto a Alejandro Marque, o galego trocou a Efapel pela LA Alumínios-Antarte para voltar a ser líder indiscutível na luta pela vitória na Volta a Portugal, que venceu em 2013. Marque está a 11:27 da liderança, uma distância impensável e que o deixa no 13º lugar. Na sétima etapa foi para a fuga e deu tudo. Foi notória a vontade de ganhar, mas já se sabe que com uma W52-FC Porto tão forte, ainda mais ajudada pela Androni, seria quase impossível não haver uma chegada ao sprint. Resta a Marque apostar tudo na última etapa, pois é um especialista no contra-relógio.
Porém, o galego não consegue esconder o desapontamento pela sua performance na Volta a Portugal, lutar por uma vitória de uma etapa já é um caso de quase desespero para Alejandro Marque. Uma desilusão para a LA Alumínios-Antarte, que apostou na experiência (34 anos) de Marque, mas que vê Amaro Antunes (25) dar garantias para o futuro, mostrando que é mais um ciclista português a ter em conta.
A celebração de raiva de José Gonçalves (Fotografia: Volta a Portugal) |
Sobrava José Gonçalves que, no seu caso, não se poderá falar em salvar algo, apenas que seria muito estranho um lutador como ele não sair de Portugal com uma vitória. Ora aí está ela, em Castelo Branco, onde nenhum português ganhava desde 2009. A forma como festejou mostrou toda raiva com que sprintou de forma avassaladora, melhor do que qualquer sprinter presente. O português está a preparar a Volta a Espanha e já se sabe, não esconde a desilusão de não estar nos Jogos Olímpicos. Mas a Caja Rural pode estar descansada, Gonçalves está preparado para brilhar na Vuelta e espera-se que desta vez com a recompensa de uma etapa, que tanto mereceu no ano passado.
— Volta ao Ciclismo (@voltaaociclismo) 4 August 2016
8ª etapa: Nazaré - Arruda dos Vinhos (208,5 quilómetros)
Uma ida ao Oeste para duas estreias, tanto na partida, como na chegada, com passagem por Torres Vedras. Uma etapa onde será impossível não falar de Joaquim Agostinho e que tem ainda como pormenor a passagem do pelotão na Nossa Senhora das Neves, precisamente no dia em que é celebrada. É a etapa mais longa da Volta a Portugal, que conta com uma segunda categoria e um circuito final com a subida a Arranhó e Sobral de Monte Agraço.
Veja os resultados da sétima etapa entre Figueira de Castelo Rodrigo e Castelo Branco (182 quilómetros) e as classificações da Volta a Portugal.
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