(Fotografia: Twitter @ORICA_GreenEDGE) |
Uma postura diferente do que normalmente se vê, com directores desportivos muitas vezes a terem com missões complicadas de encontrar patrocínios em poucos meses para manter vivo um projecto, o que prejudica muito o planeamento do futuro. Basta recuar a 2015 para ver como a saída da Europcar quase foi o fim da estrutura francesa que, in extremis, encontrou a Direct Energie. No entanto, não conseguiu evitar a saída de um dos seus melhores ciclistas, Pierre Rolland.
A Orica - uma empresa da indústria mineira - considerou que chegou o momento de sair, mas perante os resultados muito positivos que a equipa conquistou desde que foi criada em 2012 - uma média de cerca 40 vitórias por ano, que incluem dois monumentos (Milan-San Remo no ano de estreia com Simon Gerrans e o Paris-Roubaix em 2016 com Mathew Hayman) - as perspectivas são que a formação tenha todas as condições de continuar além de 2017, ainda mais quando claramente se vai transformando também num conjunto a ter em conta para as grandes voltas e não só para sprints ou provas de um dia.
Desde que chegou ao ciclismo que a Orica mudou a forma das equipas interagiram com os seus adeptos. Com uma utilização perfeita das redes sociais, o conjunto australiano rapidamente se tornou popular pela forma como mostra o outro lado do ciclismo, o lado fora dos momentos competitivos em estrada. Não é a única que agora o faz, mas marcou pela diferença e a internet tornou-se um meio das equipas "venderem" de forma muito eficaz os seus patrocinadores. E é precisamente essa forma de estar da Orica que poderá convencer com maior facilidade uma empresa em apostar na equipa: além dos resultados, está constantemente a mostrar-se aos adeptos com vídeos, fotografias e o que mais se lembrarem para apelar à atenção dos adeptos.
NEWS: @OricaLimited to continue with GreenEDGE for 2017 season. More: https://t.co/nDurkTAvdD #OGErocks pic.twitter.com/HRXefXLDzx— ORICA-GreenEDGE (@ORICA_GreenEDGE) 10 June 2016
Com ciclistas jovens de talento, como Johan Esteban Chaves (segundo no último Giro), os irmãos Yates, para apostarem nas três semanas, com os homens rápidos como Michael Matthews e Caleb Ewan, além da experiência de Simon Gerrans e Michael Albasini, a equipa australiana tem uma estrutura que tem tudo para continuar no World Tour.
Perante uma má notícia, a postura da GreenEDGE (o nome com que começou a equipa) é de confiança - tanto no projecto masculino, como no feminino que têm sido muito importantes na Austrália -, num futuro sempre tão incerto no mundo dos patrocínios ao ciclismo. Um pouco de optimismo, para variar.
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Para contrariar o pânico lançado (ou que tentou lançar) Oleg Tinkov, a BMC e a Katusha também revelaram que estão no World Tour para ficar. O dono da Tinkoff - que tudo indica fechará mesmo a equipa no final do ano - afirmou recentemente que as duas formações iriam terminar em breve. Ora a BMC já garantiu que apesar das renovações do patrocínio estarem a ser feitas anualmente, o projecto é para manter. Já a Katusha prepara-se para anunciar um segundo patrocinador, ou seja, mais dinheiro para uma equipa que aposta em Ilnur Zakarin e procura um substituto para Joaquim Rodríguez.
A Tinkoff sai acompanhada pela IAM, mas as declarações da Orica-GreenEDGE, BMC e Katusha comprovam que apesar da gestão do ciclismo precisar de mudanças, a paixão pela modalidade, juntamente com o potencial que tem em ajudar a projectar nomes de patrocinadores, vai permitindo a sobrevivência deste desporto. Como sempre tem acontecido.
Porém, se os anúncios da BMC e Katusha, assim como o optimismo da Orica-GreenEDGE, além dos rumores de uma nova equipa liderada por Alberto Contador e a eventual entrada de um projecto made in Bahrain, serem tudo provas que o ciclismo sabe enfrentar as dificuldades de uma crise, aguarda-se que a UCI revele como será o futuro a curto-prazo. Mas espera continua...
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