© Bettiniphoto/UAE Team Emirates |
Também Ivo estava visivelmente emocionado (ver vídeo em baixo). A equipa estava atrás desta vitória desde o início da Vuelta. Tem sido Rui Costa o mais activo nas fugas, mas acabou por ser ao sprint que a UAE Team Emirates picou o ponto na Vuelta e garantiu assim ter vitórias em todas as grandes voltas, além, claro de ter ganho o Tour. E são 33 vitórias em 2020, o ano em que esta estrutura comprova que o plano de se tornar numa das melhores equipas do mundo está a concretizar-se, com a aposta em jovens talentos a estar mais do que ganha.
"I love you so much!"
— Velon CC (@VelonCC) November 5, 2020
Tears, euphoria, disbelief - it's fair to say @TeamUAEAbuDhabi's @JasperPhilipsen was happy after his win on Stage 15 of @lavuelta 😂
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"É uma emoção incrível que não consigo descrever. Esta vitória é muito importante para mim. Estava à espera do momento certo durante a Vuelta e ele finalmente chegou. No início da etapa, não pensei que fosse o meu dia, mas no final, eu estava pronto para o final e afinal foi [uma tirada] ideal para mim", explicou Jasper Philipsen.
E que etapa difícil foi esta! Foram 230,8 quilómetros de sobe e desce, debaixo de chuva e frio. O tempo até foi registado a três quilómetros do final em Puebla de Sanabria, aqui também devido a óleo na estrada, evitando assim um perigo maior na aproximação à meta a alta velocidade para preparar o sprint.
Rui Costa esteve numa fuga que tanto pareceu que ia singrar, como afinal não, ou talvez sim... mas finalmente foi mesmo apanhada e houve uma inesperada oportunidade para os sprinters, antes da chegada a Madrid. Ao contrário do Giro, nesta Vuelta não há domínio de um sprinter. Depois de Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) e Pascal Ackermann (Bora-Hansgrohe), Jasper Philipsen também conseguiu a sua vitória.
Uma vitória com assinatura de Hagens Berman Axeon. Tanto Philipsen como os gémeos Oliveira estiveram na equipa americana, que tantos bons ciclistas tem formado e colocado no World Tour. Aliás, numa altura em que até passa por dificuldades para manter o projecto na estrada, em 2020 este foi o último dos sucessos, pois há que não esquecer que no Giro, João Almeida (15 dias de camisola rosa), o vencedor Tao Geoghegan Hart e o rei da montanha, Ruben Guerreiro, todos estiveram naquela equipa.
Philipsen já havia ganho no World Tour: etapa no Tour Down Under em 2019 e no BinckBank Tour já este ano. Mas a Vuelta torna-se na sua maior vitória da ainda curta carreira e que muito promete. Ciente disso mesmo, que pode alcançar muito mais, o belga escolheu quebrar contrato com a UAE Team Emirates, onde tem Fernando Gaviria como principal sprinter e Alexander Kristoff ainda vai conseguindo impor-se em algumas clássicas.
Na Alpecin-Fenix terá um papel de maior destaque, mesmo que na equipa esteja uma das maiores figuras emergentes no ciclismo: Mathieu van der Poel. Pouco problema haverá entre os dois. A equipa do segundo escalão quer precisamente ter mais ciclistas com capacidade para somar várias vitórias por ano. É ProTeam, mas como líder do ranking do seu escalão irá ter acesso às principais corridas World Tour, sem necessitar de convites.
A forma como se impôs nesta etapa da Vuelta é uma amostra da qualidade de Philipsen que, aos 22 anos, ainda está em fase de evolução. Ou seja, ainda pode melhorar. A Alpecin-Fenix ganha um sprinter que tem potencial para se tornar num dos mais fortes a curto prazo, a UAE Team Emirates irá certamente continuar a procurar novos talentos, sabendo que perde um ciclista que poderia dar muitas vitórias.
A união entre Philipsen e os gémeos é bem clara, mas tudo indica que agora irão separar-se, mas não foi nada que os impedisse de celebrar efusivamente com Matxin Joxean Fernandez a vitória na Vuelta. Este é o director que está por trás desta ascensão da UAE Team Emirates, que mudou a política de contratações, apostando numa juventude de talento e com capacidade vencedora desde cedo. Na Vuelta, Philipsen mostrou ser profissional até ao fim.
E só mais uma palavra para Matxin. Mostra as suas emoções no ciclismo como poucos e quando um ciclista seu ganha, celebra sempre com euforia, seja essa uma conquista da Volta a França, ou uma etapa na Vuelta. Vê todos os momentos como importantes.
Classificações completas, via ProCyclingStats, salientando que Guillaume Martin (Cofidis) garantiu matematicamente a classificação da montanha.
16ª etapa: Salamanca - Ciudad Rodrigo, 162 quilómetros
Com o Alto de la Covatilla à espera do pelotão no sábado, esta 16ª etapa poderá ainda assim ser já atacada, ou pelo menos ser feito um teste à liderança de Primoz Roglic (Jumbo-Visma). Porém, com as diferenças a serem curtas - 39 segundos para Richard Carapaz (Ineos Grenadiers) e 47 para Hugh Carthy (EF Pro Cycling) - se a maior parte da acção ficar guardada para a derradeira etapa de montanha, não será uma surpresa. Esta sexta-feira será um bom dia para a Movistar tentar um último ataque de longe para tentar recolocar-se numa luta pelo menos pelo pódio.
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