© Sarah Meyssonnier/La Vuelta |
Depois de cancelada a partida de Utrecht, nos Países Baixos, a Volta a Espanha também não passará por Portugal, ficando quase exclusivamente dentro das fronteiras, mantendo-se, a visita a França. A Vuelta vai remendando, dentro do possível, uma edição de 2020 que será mais curta (18 etapas, em vez de 21) e que irá coincidir uns dias com o Giro e ainda haverá a "concorrência" do Paris-Roubaix num dos domingos. A porta ficou aberta para que no futuro o regresso desta grande volta a Portugal se torne realidade.
Foi sem surpresa que este anúncio foi feito. O coronavírus continua a obrigar às organizações a adaptarem-se a esta realidade que em nada favorece a realização de corridas de ciclismo. Em 1997 o pelotão da Vuelta passou por Portugal, servindo também de forma de promoção para a Expo'98. Outros tempos... Este ano, Matosinhos iria receber o final de uma etapa e Viseu o início da seguinte, com passagens garantidas no Porto e em locais como Viana do Castelo, Barcelos, Santo Tirso, Celorico da Beira, Guarda, entre outros. Teria certamente sido um belo espectáculo ver alguns dos melhores do mundo a passar por Portugal numa grande volta.
"Numa situação excepcional como a que vivemos actualmente, temos de ser flexíveis e entender este tipo de decisões e alterações. É uma pena que não se possa visitar Portugal em 2020, mas não queremos que esta chama se apague. Vamos manter esta relação viva, vamos manter e desenvolver as relações que formámos para que possamos regressar a este país, que nos tratou tão bem", salientou o director da Vuelta, Javier Guillén.
A Vuelta está agendada para 20 de Outubro a 8 de Novembro, com a organização a optar por cortar os três dias de corrida dos Países Baixos. Será mais curta e as etapas que passariam por Portugal ainda não têm percurso alternativo definido. A grande volta espanhola irá coincidir seis dias com o Giro e no domingo 25 de Outubro, teremos um super dia de ciclismo, pois termina a prova italiana, em Espanha sobe-se ao Tourmalet e está agendado o monumento Paris-Roubaix. Esta ida ao Tourmalet continua na agenda, pois a organização não prevê mexer mais no percurso... se assim for possível.
É um calendário dependente do desenrolar dos acontecimentos nos próximos meses, relativamente à evolução da pandemia que virou o mundo do avesso. Porém, com datas marcadas, os organizadores tentam criar as condições necessárias para garantir que as provas possam realizar-se num ano em que se viu tão pouco ciclismo.
A organização da Vuelta anunciou na sexta-feira a atribuição dos convites à Caja Rural e Burgos-BH, deixando de fora a Fundação Euskadi, que não chegou a estrear o nome que marca o regresso às origens: Euskatel-Euskadi. A época parou antes, pois a primeira vez teria sido na Volta ao País Basco, região que irá receber o arranque da remendada Vuelta. A equipa basca só este ano subiu ao segundo escalão, pelo que, sem conseguir mostrar serviço na estrada devido à falta de corridas, não teve qualquer hipótese de agarrar um dos convites.
Espanha tem sido dos países mais afectados pela pandemia, mas um pouco por toda a Europa questiona-se se será possível permitir a realização de corridas de ciclismo. Mesmo o Tour está longe de garantido. As mais recentes notícias chegam dos Países Baixos, cujo governo poderá proibir a realização de eventos de massas até que haja uma vacina. Pelo menos será essa a recomendação do ministro da Saúde. A BinckBank Tour e a Amstel Gold Race podem assim sair do calendário de 2020.
Veja o calendário completo no link em baixo.
Sem comentários:
Enviar um comentário