(Fotografia: © Bahrain-Merida) |
Rohan Dennis é um ciclista sem equipa. A Bahrain-Merida terminou contrato com o australiano a 13 de Setembro, mas o anúncio oficial só foi feito este domingo de forma a deixar Dennis preparar os Mundiais com a maior tranquilidade possível. A CCC será das formações mais interessadas na contratação do bicampeão do mundo de contra-relógio, mas na imprensa internacional o nome da Trek-Segafredo e da Ineos também já surgiram como possibilidade. Contudo, neste momento não há qualquer certeza quanto ao seu futuro.
Certo é que a relação entre Dennis e Bahrain-Merida estava mesmo arruinada, depois do ciclista ter abandonado sem explicações a Volta a França, na véspera do contra-relógio. Naquela 12ª etapa, a 18 de Julho, os responsáveis chegaram a ficar sem saber por alguns momentos o que tinha acontecido a Dennis. A situação nunca foi esclarecida, nem pela equipa, nem pelo australiano. O descontentamento pela bicicleta foi uma das razões referidas nos meios de comunicação social, mas sem confirmação.
"A equipa terminou o seu contrato com o Senhor Dennis a 13 de Setembro de 2019. Este término não foi anteriormente tornado público para permitir que o Senhor Dennis pudesse preparar sem perturbações os Campeonatos Mundiais", lê-se no curto comunicado da Bahrain-Merida, que acrescentou que o ciclista denunciou a rescisão de contrato à UCI, pelo que a equipa não fará mais comentários sobre o assunto. O vínculo de Dennis era até ao final de 2020.
O que fica explicado com este anúncio é a razão que levou a equipa a não comentar a vitória do ciclistas no contra-relógio de Yorkshire e fica também esclarecida a decisão de Rohan Dennis em utilizar bicicletas da marca da BMC e não da Merida, a marca que se pensava ser ainda a sua equipa. No contra-relógio a bicicleta era toda preta, sem o nome da marca, mas o próprio não desmentiu que iria utilizar a bicicleta com a qual já tinha tido sucesso anteriormente e que era a sua quando estava na BMC. Não quebrou qualquer regra, pois é permitido que ao representar a selecção, o ciclista possa escolher o material que prefere. Porém, o normal é que sejam utilizadas as bicicletas da equipa por quem compete durante toda a época. Este domingo, Dennis voltou a ser visto com uma BMC na prova em linha e de imediato surgiram muitos comentários nas redes sociais.
A Bahrain-Merida divulgou ao final da tarde o comunicado, que colocou ponto final nas dúvidas e agora a história é outra. Dennis conquistou o segundo título mundial consecutivo de contra-relógio, mas é um ciclista sem equipa e sem convencer. Não se afirma como líder para as grandes voltas, mas também não estará interessado num papel de gregário. A CCC, estrutura que ficou com a licença World Tour da BMC, já terá feito uma proposta, mas os valores monetários apresentados não terão convencido, para já, Dennis.
O australiano tinha escolhido a Bahrain-Merida para prosseguir a carreira, mas o melhor que fez foi o segundo lugar na geral na Volta à Suíça, onde ganhou o seu único contra-relógio do ano, até aos Mundiais. Até elevou as expectativas para o Tour, mas agora, aos 29 anos, vê-se numa situação de ter de procurar equipa, sem que o título mundial conquistado quarta-feira seja garantia de ter muito poder de negociação, dada a forma como saiu da Bahrain-Merida.
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