(Fotografia: Facebook Tour Down Under) |
A corrida que tradicionalmente abre a época do calendário World Tour nos últimos anos bateu recordes em 2018. A Austrália recebeu mais uma vez um pelotão com algumas das principais figuras do ciclismo no Tour Down Under e o interesse que as seis etapas geram é cada vez maior. 810 mil pessoas assistiram ao vivo e o impacto financeiro foi de 63,7 milhões de dólares australianos, cerca de 40 milhões de euros, quase mais sete milhões do que em 2017.
"O Santos Tour Down Under de 2018 teve 810 mil espectadores nas ruas de Adelaide e nas regiões em redor e agora já tivemos mais de dez milhões de espectadores desde que o evento começou há 20 anos", salientou o ministro do Turismo e Investimento, David Ridgeway, citado no site oficial da prova.
Apesar do número de espectadores até ser um pouco menor do que em 2017 (menos 30 mil), os dados divulgados demonstram como houve um crescimento na procura de dormidas por parte de pessoas que se dirigiram ao país especificamente para seguir a corrida: foram 400,911, quando há um ano o registo foi de 296,997. Além do já referido impacto económico, de realçar o emprego criado para ser possível organizar o Tour Down Under, que também conta com uma corrida feminina. Em 2017 haviam sido 683 postos de trabalho e este ano foram 774. A nível dos meios de comunicação social, foram produzidas mais de 27 mil peças sobre as corridas, que terá tido uma potencial audiência de 558 milhões.
O Tour Down Under teve a sua primeira edição em 1999, então ganha por Stuart O'Grady, uma das figuras do ciclismo australiano. Apesar de se realizar numa altura de muito calor - este ano, uma das imagens da prova foi os ciclistas a acabarem uma etapa e a irem directos mergulhar no mar -, a corrida tem vindo a conquistar a preferência de muitos corredores para arrancar a temporada. Peter Sagan, André Greipel, Caleb Ewan, Elia Viviani e Richie Porte foram os vencedores das etapas em 2018, com o sul-africano Daryl Impey (Mitchelton-Scott) a conquistar a corrida.
Diego Ulissi, Domenico Pozzovivo, Ion Izagirre, Luis Leon Sanchez, Michael Valgren, Jonathan Restrepo, Egan Bernal, Peter Kennaugh, Thomas de Gendt são alguns dos exemplos de como ciclistas de todas as nacionalidades não se importam de enfrentar o calor intenso para começar a época na única corrida World Tour na Austrália. Muitos aproveitam para ficar para a Herald Sun Tour, outros apenas fazem o Tour Down Under, que este ano contou com o contingente português que está nas principais equipas mundiais: Rui Costa, José Gonçalves, Tiago Machado, Nelson Oliveira, Nuno Bico e Ruben Guerreiro. O campeão nacional foi oitavo na geral.
O Tour Down Under está inserido num autêntico festival de ciclismo que dura 11 dias. Inclui, por exemplo, o People’s Choice Classic - são apenas 50 quilómetros, mas sempre feitos a alta velocidade e com grande intensidade -, que este ano foi ganho por Peter Sagan. Também há provas e passeios para amadores, ainda que este ano o calor tenha levado ao cancelamento de um dos passeios. Em 2019, a corrida feminina está prevista ser de 10 a 12 de Janeiro e a masculina de 15 a 20. As datas terão ainda de ser confirmadas pela UCI.
Numa nota à parte, Richie Porte, a principal estrela australiana actualmente e que é o rei da subida de Willunga Hill, está a ponderar mudar o seu calendário e não estar presente no Tour Down Under no próximo ano. A decisão ainda não é final, até porque terá de resolver primeiro a questão da equipa onde irá competir na próxima temporada, dada a incerteza quanto ao futuro da BMC.
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