(Fotografia: Facebook Paris-Roubaix) |
Este domingo era suposto ter sido aquele dia do ano em que ficaria seis horas ou mais, se fosse, preciso a ver o meu querido Paris-Roubaix. Passei a chamar o dia deste monumento o meu dia santo (e não é porque, por acaso, até coincidiria com a Páscoa neste 2020). Ou seja, quando há Paris-Roubaix, há que tentar estar de folga ou férias e que ninguém me chateie!
O telemóvel até tem direito a descanso. Levantar do sofá, só para o almoço e uns snacks previamente preparados. E alguma eventual ida à casa-de-banho! Este ano, sem Paris-Roubaix fica mais um vazio de ciclismo que já dura há um mês, mas quando tanto se gosta desta clássica, foi um dia que custou ainda mais a passar.
Recuo então a quando decidi tornar a data desta corrida o meu dia santo! 8 de Abril de 2012. O culpado? Tom Boonen. Apesar de adorar Fabian Cancellara, sempre fui um pouco mais "team Boonen". Ver os dois disputar as clássicas é uma das principais razões que me tornaram tão fã de ciclismo.
Naquele fim-de-semana tocou-me a mim estar escalada para trabalhar. Nada de muito preocupante. Talvez desse para ir espreitando a corrida, pensei eu, se o dia fosse calmo. Até deu, mas pouco. Resultado? Perdi o ataque de Boonen a 50 quilómetros da meta e só a espaços consegui ir vendo a força da natureza em que o belga se transformou para ganhar o seu quarto Paris-Roubaix. Seria também o último.
É raro dizer que esta corrida foi chata. O percurso em si não deixa que tal possa acontecer com frequência. Tantas foram as vezes que passa a ser mais do que uma corrida. É uma questão de sobrevivência para chegar ao fim. A eliminação de candidatos a cada sector de pavé, o elevado risco de furos, avarias, quedas... Basta um azar para terminar com sonho de vitória e até "apenas" para cortar a meta. O caos vira espectáculo no Paris-Roubaix. E então quando chove...
Este raio de coronavírus está a roubar tanto a todos nós... Ficando pelo ciclismo, desde aquele dia de Boonen que não mais falhei esta corrida, agradecendo ao Eurosport por ter começado a transmitir na íntegra, pois muito muda na análise e acompanhamento da corrida. Desde então foi possível assistir a mais um grande triunfo de Cancellara, a Peter Sagan finalmente vencer no velódromo e ver Philippe Gilbert ficar mais perto do pleno em monumentos ao ganhar no ano passado. Para dar três exemplos, pois pelo meio houve muitas mais exibições para recordar.
Fica a esperança que talvez se possa disputar numa fase mais tardia da temporada, senão é esperar que não haja vírus algum a trocar-nos as voltas em 2021, pois lá estarei, com tudo preparado para mais uma maratona televisiva de Paris-Roubaix.
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