(Fotografia: Giro d'Italia) |
Ben O'Connor (Dimension Data): Anda, como quem não quer a coisa, entre os melhores. Já foi perdendo algum tempo, mas ainda assim são apenas 2:36 (14º lugar) para o maglia rosa Simon Yates. Este jovem australiano (22 anos) apresentou-se na Volta ao Alpes, com uma excelente vitória de etapa, numa fuga solitária bem sucedida. Foi sétimo na geral e venceu a classificação da juventude. Então esteve muito melhor do que o líder Louis Meintjes e o mesmo está a acontecer no Giro. O sul-africano está a 5:44. O'Connor está com um papel livre dentro da equipa, visto que Meintjes não está a corresponder e o australiano aproveita para agarrar a oportunidade. Exibição muito positiva até agora e terá agora a possibilidade de perceber como o corpo reagirá a uma prova de três semanas. Sim, está a fazer a sua estreia em grandes voltas. A juventude poderá ser uma luta a pensar, pois tem 1:16 a recuperar para Richard Carapaz (Movistar).
Patrick Konrad (Bora-Hansgrohe): Está um pouco com Ben O'Connor. Como quem não quer a coisa, lá anda ele a muito bom ritmo. Davide Formolo, o líder, caiu na sexta etapa, do Etna, e perdeu tempo, o que coloca Konrad como o melhor da equipa na geral: 12º, a 2:34. Formolo está a 5:49. O austríaco, de 26 anos, está na Bora-Hansgrohe desde que esta ainda estava no escalão Profissional Continental. Já tem top dez em corridas como Paris-Nice e Volta ao País basco, tendo sido 16 no Giro há um ano. Numa formação que muito apostou na contratação de estrelas, Konrad não perdeu nem a confiança, nem espaço, mesmo que Rafal Majka seja o número um, no que diz respeito a grandes voltas. Konrad continua a sua evolução e com uma primeira semana muito regular, enquanto Formolo poderá ir à procura de etapas, o austríaco poderá pensar em chegar ao top dez.
Jack Haig (Mitchelton-Scott): Que luxo de gregário está este australiano a ser. Se Simon Yates está de rosa e Johan Esteban Chaves em segundo muito se deve ao brilhante trabalho de Haig. Vasil Kiryienka costuma ser uma locomotiva a impor ritmo na Sky, mas neste Giro é Haig que está a ter esse papel, que muitas dificuldades tem provocado aos adversários, "destruindo" as equipas, isolando os líderes. Não é justo salientar apenas Haig, quando Roman Kreuziger e Mikel Nieve também têm estado muito bem, sem esquecer Christopher Juul-Jensen, Sam Bewley e Svein Tuft, estes dois últimos mais chamados antes da alta montanha aparecer. Porém, Haig tem sido uma figura imponente na frente do grupo de favoritos e Yates bem pode oferecer-lhe já uma das maglias rosas que vestiu até ao momento! E atenção, só tem 24 anos!
Sam Oomen (Sunweb): A maioria dos ciclistas escolhidos para estar ao lado de Tom Dumoulin no Giro são muito jovens. Mas qualidade não lhes falta e Sam Oomen continua a comprovar isso mesmo. Estreou-se em grande voltas no ano passado em Espanha, tendo abandonado. No Giro, o holandês tenta afirmar-se no tipo de corridas que aspira um dia estar a discutir. A consistência deste corredor, de apenas 22 anos, está bem patente nos seus números: só num dia terminou fora do top 30 e mesmo assim foi 32º. Seja etapa plana ou de montanha, onde é mais chamado a trabalhar, Oomen está "colado" ao seu líder. Está a 2:54 de Simon Yates, na 17ª posição, o que faz dele o melhor gregário na geral depois de Pello Bilbao (Astana) e que acaba assim por estar também na discussão da juventude, a 1:34 de Carapaz.
Pello Bilbao (Astana): O espanhol ia ser um homem importante na ajuda a Miguel Ángel López, mas perante o descalabro do colombiano, vê-se como o ciclista que está melhor colocado na geral da equipa cazaque. Tem vindo a perder tempo e a diferença entre ambos é de 29 segundos, mas isso significa que Bilbao está no top dez e López não. O espanhol é um bom trepador e cumpre a sua sexta grande volta. É o seu segundo Giro e tem quatro Vueltas. A Astana não estará disposta a "deixar cair" o seu líder, nem que seja para o levar à vitória de uma etapa e à classificação da juventude (tem 1:14 minutos de desvantagem para Carapaz). Porém, com ambos os ciclistas a mais de dois minutos, mas com Bilbao a mostrar-se regular, o espanhol poderá ficar à espera de eventualmente ter um pouco de liberdade. Poderá estar dependente se López recupera ou não tempo neste início de primeira semana. E se ele próprio não continuar a perder tempo.
Depois destes exemplos positivos, temos os ciclistas de quem se esperaria já ter falado bastante mais por boas razões. No entanto, andam discretos. Caso de John Darwin Atapuma. O colombiano tem de ajudar Fabio Aru, é certo, mas o italiano tem ficado isolado muito cedo e Atapuma também não apareceu na luta por uma etapa. Talvez por não ter ordens para o fazer, devido à ajuda a Aru, mas desaparece tão rápido da frente que é uma desilusão não se ver mais deste ciclistas da UAE Team Emirates.
Ben Hermans e Ruben Plaza foram contratados pela Israel Cycling Academy para serem figuras durante este Giro, que começou precisamente na casa da equipa. Já se viu um pouco de Hermans, mas pouco. O veterano espanhol, de 38 anos, vai acumulando tempo - já tem mais de 25 a mais que Yates -, e talvez esteja a tentar um dos seus famosos ataques para conquistar a sonhada etapa por esta equipa. Seja qual for o plano, esperava-se um pouco mais de ambos.
Ben Hermans e Ruben Plaza foram contratados pela Israel Cycling Academy para serem figuras durante este Giro, que começou precisamente na casa da equipa. Já se viu um pouco de Hermans, mas pouco. O veterano espanhol, de 38 anos, vai acumulando tempo - já tem mais de 25 a mais que Yates -, e talvez esteja a tentar um dos seus famosos ataques para conquistar a sonhada etapa por esta equipa. Seja qual for o plano, esperava-se um pouco mais de ambos.
Hugh Carthy (EF Education First-Drapac p/b Cannondale) é um daqueles ciclistas que dá vontade de perguntar: o que é que se passa? Só tem 23 anos, mas está no segundo ano na equipa americana e ainda não conseguiu mostrar o nível que atingiu na Caja Rural. A responsabilidade é diferente, é certo, mas tendo em conta que está com alguma liberdade, como se viu na fuga que integrou no domingo, este britânico não está a conseguir confirmar o que se esperava dele. Mas ainda vai muito a tempo.
Uma pneumonia é algo que dá cabo de qualquer preparação, seja para que corrida for. Foi em Março, a recuperação não foi fácil e se não se esperava que Gianluca Brambilla andasse a discutir a geral (longe disso). Já animar algumas fugas seria um objectivo. Foi muito fugaz o que fez no domingo e não foi convincente. O ciclista viveu momentos incríveis em 2016, quando venceu uma etapa e andou de rosa dois dias. Mudou-se para a Trek-Segafredo, deixando a Quick-Step Floors - para ter um papel de maior destaque, mas terá de fazer bem melhor para justificar a aposta da equipa.
Uma pneumonia é algo que dá cabo de qualquer preparação, seja para que corrida for. Foi em Março, a recuperação não foi fácil e se não se esperava que Gianluca Brambilla andasse a discutir a geral (longe disso). Já animar algumas fugas seria um objectivo. Foi muito fugaz o que fez no domingo e não foi convincente. O ciclista viveu momentos incríveis em 2016, quando venceu uma etapa e andou de rosa dois dias. Mudou-se para a Trek-Segafredo, deixando a Quick-Step Floors - para ter um papel de maior destaque, mas terá de fazer bem melhor para justificar a aposta da equipa.
Para terminar, Wout Poels. Que falta está a fazer a Chris Froome. Tudo corre mal ao britânico, mas é impossível não notar como esta Sky está tão diferente daquela que se vê no Tour, com Poels a ser o principal destaque, pela negativa. Desaparece cedo da frente, estando longe da forma desejada.
Que venha a segunda semana do Giro, que terá um fim-de-semana muito interessante à espera do pelotão, mas começa logo com duas etapas de sobe e desce. A desta terça-feira, tem então uma segunda categoria logo no início (ver imagem em baixo), ainda antes dos dez quilómetros. Será também a tirada mais longa da corrida, com 239 quilómetros a ligar Penne a Gualdo Tadino.
»»Simon Yates, um senhor ciclista neste Giro««
»»O dia que Carapaz não irá esquecer««
Que venha a segunda semana do Giro, que terá um fim-de-semana muito interessante à espera do pelotão, mas começa logo com duas etapas de sobe e desce. A desta terça-feira, tem então uma segunda categoria logo no início (ver imagem em baixo), ainda antes dos dez quilómetros. Será também a tirada mais longa da corrida, com 239 quilómetros a ligar Penne a Gualdo Tadino.
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