(Fotografia: Giro d'Italia) |
A Sky e a UAE Team Emirates, de Fabio Aru, terão sido as duas equipas que se fizeram valer dos elevados orçamentos que dispõem para alugar helicópteros para transportar os seus ciclistas e assim reduzir o tempo de viagem, para ajudar na recuperação. Os restantes, como Tom Dumoulin, foram de ferry, depois de terem enfrentado a viagem de autocarro até Messina. Essa acabou por ser a opção que sobrou para Chris Froome.
O britânico foi chamado para fazer os testes anti-doping depois de ter terminado a etapa da subida ao Etna, na quinta-feira. O único problema é que a 30 quilómetros da meta, Froome fez uma "paragem técnica" e quando foi preciso, não conseguiu produzir a amostra necessária de urina, segundo explicou à Gazzetta dello Sport. Foram precisas qualquer coisa como duas horas para conseguir finalmente "ficar livre". No entanto, já não tinha o helicóptero à sua espera.
"Às vezes as coisas complicam-te os dias, mas é assim que as coisas funcionam nas grandes voltas", disse Froome, citado pelo As. Só por volta das 22:00 é que terá conseguido estar no ferry. Porém, o britânico não foi o único azarado. Dumoulin e a restante Sunweb também acabaram por atravessar o estreito bastante tarde, por volta das 21:45, mas porque um dos barcos sofreu uma avaria!
Talvez agora se perceba melhor porque o pelotão esteve tão calmo durante a etapa desta sexta-feira. Já não bastava os três dias na Sicília terem sido intensos a nível competitivo, a viagem para o sul de Itália foi longa e complicada para alguns.
Visconti foi contra um carro da Groupama-FDJ
Do dia do Etna surgiram mais histórias e perder o helicóptero é um mal menor comparado com o que aconteceu com Giovanni Visconti. O ciclista apareceu com algumas feridas no final da corrida. Naturalmente que se pensou em mais uma queda. Mas afinal foi mais do que isso. O italiano da Bahrain-Merida tinha ido ao carro buscar abastecimento para os colegas. Quando regressava ao pelotão, estava atrás do carro da Groupama-FDJ, a andar a 60 quilómetros/hora, quando o veículo travou e Visconti não conseguiu evitar o choque.
"Podia ter entrado pelo vidro traseiro, mas acabei por voar pelo ar. Não sei quantos metros. Considero que tive sorte", admitiu à Gazzetta dello Sport. O ciclista contou que bateu com a cabeça e que por momentos perdeu a noção de onde estava. No entanto, terminou a etapa, a 19:43 minutos de Simon Yates.
Visconti explicou que tem dores no lado esquerdo do corpo, mas continua em prova. Não sabe por que razão o carro da equipa francesa travou de repente, mas não aponta qualquer responsabilidade, salientando que de imediato o ajudaram e pediram desculpa.
E para terminar, uma imagem que merece marcar este Giro. Eduardo Zardini caiu e fracturou a clavícula. Na altura ainda não sabia da gravidade da lesão e quis terminar a etapa na esperança que pudesse continuar em prova. A Wilier Triestina-Selle Italia estava unida para garantir que o seu sprinter Jakub Mareczko subia o Etna dentro do tempo limite. Porém, acabou por rodear um Zardini que nem conseguia apoiar um dos braços no guiador. Cortaram a meta todos juntos, mas o italiano acabou mesmo por se despedir do Giro. Não partiu para a etapa desta sexta-feira. Chegaram com mais de 26 minutos de atraso, com apenas Boy van Poppel (Trek-Segafredo) a cortar a meta mais tarde.
"Esta é uma grande imagem. Toda a equipa ajuda Zardini a atingir a meta com uma clavícula partida. O significado de trabalho de equipa", lê-se no twit partilhado pela equipa. E sim, é uma grande imagem.
Foi uma primeira etapa de montanha atribulada. E este fim-de-semana há mais para enfrentar.
#Giro101 Una foto che parla da sola. Tutti per @edozardi che ha chiuso la tappa con una clavicola fratturata. Questo vuol dire essere squadra— Wilier Triestina - Selle Italia (@WilierSelleIta) 11 May 2018
This is a great picture. All the team helps Zardini to reach the finish with a broken collarbone. The meaning of team work#LoveMyWilier pic.twitter.com/FSmVQL8EFX
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