Está a ser o salve-se quem puder em várias equipas e não está a ser possível para algumas salvarem-se. A Aqua Blue Sport foi a primeira a anunciar o final de um projecto que durou apenas dois anos. Segue-se agora um mais antigo e de diferente escalão, mas que tinha a sua importância na Grã-Bretanha. A JLT Condor não encontrou um patrocinador para substituir o que vai sair. Fim da linha. Nos Estados Unidos são duas equipas em perigo e no Canadá há mais uma que luta pela sobrevivência.
A BMC foi o caso mais mediático do ano. É uma equipa do World Tour, com alguns dos melhores ciclistas, vencedora de uma grande volta e de outras grandes corridas. Mesmo sendo uma equipa poderosa, sofreu para encontrar quem substituísse a marca de bicicletas, que não quer mais seguir como um patrocinador principal. Aliou-se entretanto à Dimension Data como fornecedor das bicicletas, enquanto a empresa polaca CCC (que apoia uma formação do segundo escalão) acabou por salvar a estrutura americana e vai agora para o World Tour, levando consigo o ciclista português Amaro Antunes.
A luta noutros escalões não é mais fácil. A Aqua Blue Sport tentou aliar-se à Vérandas Willems-Crelan, mas a estrutura belga preferiu seguir outro caminho. A equipa irlandesa, que nasceu acreditando ser possível sustentar-se através das vendas feitas no site dedicado à modalidade, não resistiu à falta de convite para corridas mais importantes. Fecharam-se as portas e nem a época terminou. A Vérandas Willems-Crelan irá juntar-se à holandesa Roompot-Nederlandse Loterij. Em 2019 será a Roompot-Crelan. Não deixa de ser mais uma equipa que desaparece.
A saída de patrocinadores cria uma enorme instabilidade, lançando os directores numa busca intensa por substitutos. Foi o que fez Grant Young, das bicicletas Condor. A seguradora JLT anunciou o fim do apoio, mas não foi encontrada uma solução. A equipa britânica, do escalão Continental e que já passou pela Volta a Portugal, viu-se obrigada a terminar um projecto que deu os primeiros passos em 2005. A equipa dava a oportunidade a muitos britânicos de começarem no profissionalismo.
A Grã-Bretanha arrisca-se a ficar apenas com quatro equipas no terceiro escalão, ou seja, Continentais, pois a One Pro Cycling, passou de sonhar com o World Tour, para ter de dar um passo atrás em 2018 e agora vai acabar com a equipa masculina, para apostar numa feminina. Matt Prior, o fundador da equipa, acredita que é no Women's World Tour que estão as melhores oportunidades. De referir, que haverá outra equipa a entrar no ciclismo feminino: a Trek-Segafredo.
Do outro lado do oceano a vida não está também nada fácil. A Jelly Belly vai deixar o ciclismo, depois de 19 anos a apoiar a equipa. É o fim dos famosos equipamentos com feijões coloridos. O director Danny Van Haute está em contra-relógio para salvar a equipa, tal como Thierry Attias, que viu a UnitedHealthcare também a não querer continuar a patrocinar a estrutura que engloba uma formação masculina (Profissional Continental) e feminina. Mais a norte, no Canadá, é a Silber Pro Cycling (Continental) que irá perder o seu benfeitor e corre o risco de terminar.
Esta é uma realidade que, infelizmente, não tem nada de novo e que ano após ano coloca sempre alguém à procura de soluções para salvar projectos. Uns mais antigos que outros, mas que têm em comum darem oportunidades a ciclistas de terem carreiras na modalidade e ainda dão a emprego a muitas mais pessoas que trabalham nos "bastidores".
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