6 de setembro de 2018

Mais um incidente depois da meta a provocar a queda de ciclistas

(Imagem: Print screen)
Há uma semana, o helicóptero voou baixo de mais e a deslocação de ar fez com que as grades de segurança, de plástico, se deslocassem para a estrada, provocando a queda a alguns ciclistas. Agora, numa altura em que os ciclistas pensam que podem começar a relaxar, já que tinham cortado a meta, novo incidente, com um membro da organização a originar uma queda que deixou Dylan van Baarle mal tratado e sem certeza se irá continuar na corrida.

É um daqueles momentos que só visto. Nas imagens televisivas vê-se um homem a correr, de costas para os ciclistas, quando finalmente se virou, já não foi a tempo de evitar o choque com Alexandre Geniez, o vencedor da etapa. A meta estava colocada numa descida e foi discutida ao sprint, pelo que a velocidade era elevada. Não ajudou a estrada ser muito estreita e naquela zona da meta ainda fica com menos espaço devido à colocação dos repórteres fotográficos. A situação não seria fácil, mas se tudo tivesse sido cumprido à letra, dificilmente haveria problemas. Porém, o membro da organização tapou o único espaço que restava. para passar.

O ciclista da AG2R foi só o primeiro. Um polícia terá evitado que caísse desamparado, mas Dylan van Baarle não teve a mesma sorte. Quase deu uma cambalhota por cima do homem que também caiu no choque com Geniez. Mark Padun (Bahrain-Merida) e Dylan Teuns (BMC) não conseguiram evitar o incidente, mas com eles está tudo bem, tal como com Geniez. Van Baarle é que passou de estar a disputar uma etapa na Vuelta - foi segundo - para o risco de ser forçado a abandonar.

A Sky confirmou que o holandês não sofreu qualquer fractura, contudo, está bastante dorido e há uma preocupação com a coxa direita. A forma como passar a noite e como se sentirá de manhã poderá determinar a continuidade ou não do holandês. O membro da organização não saiu incólume do acidente, mas não tem ferimentos graves.

A situação não deixou ninguém satisfeito. No entanto, foi Gianni Bugno, presidente da Associação de Ciclistas Profissionais, que deu voz a uma maior revolta. "Não percebo porque está tanta gente na zona da meta. Se houvesse um sprint com cem ciclistas a cortar a meta ao mesmo tempo, poderia ter sido bem mais sério", afirmou o antigo ciclista. Bugno lamentou que casos como este aconteçam "apesar das medidas de segurança e de toda a polícia". Apelou ainda que a UCI intervenha para que os regulamentos das organizações sejam cumpridos.

"Não há circunstância atenuadoras. Estamos muito desiludidos por esta última falta de atenção para com os ciclistas. O ciclismo está a tornar-se num desporto perigoso em vez de melhorar [a segurança] e nesta altura já não estamos com vontade de ouvir aqueles que não respeitam as regras", afirmou o italiano.

A organização já pediu desculpa pelo sucedido, esperando que os ciclistas afectados possam continuar na corrida, mas Bugno disse que já não se aceitam desculpas por "acidentes previsíveis".

As duas situações geraram naturais criticas de alguns ciclistas. São inadmissíveis em qualquer corrida, mas o impacto é ainda maior quando se está numa das mais importantes  e mediáticas provas a nível mundial, na qual exige-se o maior e mais o perfeito do profissionalismo, para a segurança de todos.


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