© Federação Portuguesa de Ciclismo |
A Estrada Nacional 2 é daquelas que é provável que esteja em muitas bucket list dos amantes das bicicletas. E não só. Ou seja, é uma daquelas coisas que um dia tem de se fazer. Percorrer mais de 700 quilómetros de Chaves a Faro, conhecendo um país de uma forma bem diferente. Entre quarta-feira e domingo, Maria Martins e Raquel Queirós cumpriram este desafio e ao acompanhar nas redes sociais as fotografias que foram partilhando, a vontade é pegar na bicicleta e partir!
São duas das jovens talentosas do ciclismo nacional e que se preparam para deixar desde já a sua marca na história da modalidade. Maria Martins (21 anos) já tem um bilhete garantido para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. Será a primeira vez que Portugal estará representado na pista, com Tata, como é conhecida, a ter lugar marcado no omnium.
Raquel Queirós está perto de assegurar o apuramento em BTT, no cross country (XCO), feito que ficou adiado quando as competições foram suspensas. Mas quando forem retomadas, a atleta, de apenas 20 anos, poderá ser também a primeira, no seu caso entre as mulheres, a alcançar a qualificação olímpica nesta especialidade.
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Precisamente por haver esta "ligação" aos Jogos, a aventura da semana passada recebeu o nome de "Pela Estrada Nacional 2 Rumo a Tóquio". Foram cinco etapas que receberam muita atenção, desde os clubes de ciclismo às associações regionais da modalidade, passando pelas autarquias e pelo Comité Olímpico de Portugal. Contaram ainda com o apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo e com a presença de bastantes pessoas, tanto nas partidas, como nas chegadas. Mas também durante o percurso houve quem se juntasse às ciclistas a pedalar.
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"Estes dias superaram todas as expectativas, nunca pensei que tanta gente aderisse e nos apoiasse durante este desafio. Além disso, as paisagens foram incríveis e aproveitámos para conhecer também um pouco do nosso país, que é tão bonito! Foi muito bom partilhar isto tudo com a Tata, que para mim é um grande exemplo de garra e determinação e uma grande figura do ciclismo feminino", afirmou Raquel Queirós.
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Chaves-Castro Daire (134,4 km), Castro Daire-Góis (133,7), Góis-Ponte de Sor (148,5), Ponte de Sor-Aljustrel (182,1) e Aljustrel-Faro, (117,2) foram as cinco etapas. E se um dos objectivos passava por incentivar a utilização da bicicleta, seja como uma forma de fazer desporto, ou para lazer, turismo ou mobilidade no dia-a-dia, na chegada ao Algarve a iniciativa das jovens teve também o seu lado solidário.
Foram entregues bicicletas e capacetes ao Refúgio Aboim Ascensão, para serem usados pelas crianças que ali vivem. "Foi uma forma muito emotiva de acabarmos esta viagem. É uma maneira de ajudarmos quem mais precisa e de o fazermos tentando desenvolver nas crianças a paixão pelo ciclismo", admitiu Raquel Queirós.
Para ambas, percorrer a Estrada Nacional 2 foi também uma forma de ter um desafio numa altura em que não há corridas. Maria Martins não só gostou da aventura, como a recomenda e já está a pensar na próxima. "Em termos físicos é algo que se faz muito bem, desde que haja uma boa gestão/organização e um ritmo controlado. Vimos paisagens incríveis. Foi aquilo de que mais gostei nesta aventura", contou.
E qual é o próximo desafio? "Fazer a nossa costa, que é fantástica."
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