© Photo News/Alpecin-Fenix |
Porém, não restam dúvidas, o holandês será sempre a principal história. Um companheiro ganhou esta terça-feira o Le Samyn... Van der Poel é o destaque porque com a manete direita partida, abdicou de lutar pela vitória e ajudou a preparar o sprint final! Não é qualquer um que faz isso, é certo. No entanto, Tim Merlier merece ser "primeira página" pelo excelente sprint que realizou... E sim, finalizando de forma perfeita o trabalho e esforço de Van der Poel.
O holandês já tem uma vitória, na primeira etapa da Volta aos Emirados Árabes Unidos - a equipa abandonou logo de seguida devido a um caso positivo de covid-19 entre o staff - e, depois de uma época de ciclocrosse onde ganhou, ganhou e ganhou, está na estrada para juntar mais uns grandes triunfos ao monumento da Flandres, conquistado em 2020.
A Alpecin-Fenix fez o que muitos considerariam impossível quando Van der Poel começou a mostrar-se na estrada. "Segurou" o ciclista, mesmo não sendo equipa World Tour. E pretendentes com muito dinheiro não faltaram. O holandês também quis ficar onde se sente bem. Onde é rei e tem uma palavra (ou muitas) a dizer sobre o que faz ou deixa de fazer.
Para equipas que apostam muito num ciclista, há sempre o risco de num ano menos bom, haver poucas vitórias, menor notoriedade e já se sabe que é preciso manter os patrocinadores felizes.
Mesmo sabendo que Van der Poel é notícia por quase tudo (caso da manete é exemplo disso), esteja bem ou esteja menos bem, contratar atletas como Jasper Philipsen (quebrou contrato com a UAE Team Emirates para se juntar à equipa belga), Silvan Dillier (AG2R), Xandro Meurisse (Circus-Wanty Gobert), Edward Planckaert (Sport Vlaanderen-Baloise) ou Laurens de Vreese (Astana), demonstra como a pretensão é não só garantir que a sua estrela tem apoio quando quiser - da forma como anda a atacar, para já tem andado muito por sua conta -, mas também opções para disputar vitórias.
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É também importante para que todos saibam que Van der Poel é a estrela, mas que eles também têm são valorizados. Um bom ambiente numa equipa é essencial e Van der Poel demonstrou que se for preciso trabalha para um companheiro. Outro pormenor muito importante.
Saber ir além das suas estrelas é uma forma de garantir a sobrevivência. Que o diga a Bora-Hansgrohe que apostou quase tudo em Peter Sagan, mas com o passar das épocas soube contratar e ir além do eslovaco. Quando Sagan começou a obter menos resultados, tinha ciclistas para cobrir o sucesso desportivo, enquanto Sagan continuou a ser a referência para os patrocinadores, mesmo ganhando menos.
Mas claro, por mais que a Alpecin-Fenix queira que vários dos seus ciclistas tragam bons resultados, é Mathieu van der Poel que suporta quase todo o mediatismo da equipa. E vitórias procuram-se nesta fase das clássicas e muita atenção vai haver sobre o holandês quando se estrear no Tour, mais à frente na temporada. Sábado é dia de Strade Bianche e do que se vai falar? Van der Poel vs Wout van Aert (Jumbo-Visma).
Percebe-se porque uma marca como a Alpecin deixou de patrocinar uma equipa do World Tour para se mudar para uma ProTeam que tem Van der Poel. Percebe-se porque a Canyon tenha feito um contrato específico com o ciclista, para que este fosse a imagem da marca de bicicletas. Percebe-se também que a forma de estar do holandês é de correr de forma livre, atacando a 80 quilómetros da meta, como fez na Kuurne-Bruxelles-Kuurne, mas também terá de selar grandes vitórias, daquelas que o colocarão na história como um dos melhores. Contudo, para já, gosta de as alcançar em grande estilo. Alguém consegue esquecer-se da Amstel Gold Race em 2019?!
Classificação completa, via Pro CyclingStats. De referir que o único português em prova, Bernardo Gonçalves (Lviv Continental Cycling Team), não terminou a corrida devido a uma queda aos 86 quilómetros, dos 205,4.
A prova feminina foi ganha ao sprint pela belga Lotte Kopecky (Liv), com a portuguesa Maria Martins (Drops-Le Col s/p Tempur) a também abandonar.
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