© Wout Beel/Deceuninck-QuickStep |
Em 2020, Portugal teve a confirmação que tem um voltista e João Almeida (na foto) já tem a sua grande volta escolhida. A principal novidade poderá ser Egan Bernal não apostar tudo no Tour, tal como Mikel Landa.
Começando pelo ciclista português. Depois da espectacular exibição na Volta a Itália, naquela que foi a sua estreia em provas de três semanas, João Almeida aponta à corrida que chegou a ser hipótese no ano passado: a Volta a Espanha. Os planos acabaram alterados, muito devido à queda grave de Remco Evenepoel, na Lombardia, que o tirou do Giro. O resto é história e Almeida conquistou estatuto dentro da Deceuninck-QuickStep. Irá à Vuelta como líder.
Já Evenepoel recupera o plano que tinha para a temporada transacta e está marcado para o Giro, ainda que a sua recuperação continue. O próprio belga afirmou que continua a sentir algumas dores, pelo que o regresso à competição é uma incógnita.
Apesar de ser uma equipa que sempre apostou mais nas clássicas, a Deceuninck-QuickStep tem ganho outro destaque nas três semanas, além de lutar por etapas. Para completar, Julian Alaphilippe tem os olhos postos no Tour, faltando saber com que objectivo: vestir a amarela e tentar lutar por ela, etapas, montanha... um pouco de tudo, talvez...
Mas vamos então por provas. A Volta a Itália (de 8 a 30 de Maio) contará com o vencedor de 2020, Tao Geoghegan Hart, mas o seu companheiro da Ineos Grenadiers, Egan Bernal, afirmou que também gostaria de ir ao Giro, podendo mesmo fazer a dupla Giro/Tour.
Mikel Landa e Pello Bilbao (Bahrain-Victorious), Simon Yates (BikeExchange) e Vincenzo Nibali e Bauke Mollema (Trek-Segafredo) começam 2021 com o pensamento em estar em Itália e depois em França. Yates não é certo, mas a hipótese estará a ser estudada, agora que a equipa não conta com o irmão gémeo, Adam (foi para a Ineos Grenadiers).
Já Emanuel Buchmann (Bora-Hansgrohe) deixa o Tour para se estrear no Giro, com Marc Soler a espreitar a oportunidade de liderança na primeira vez que irá à Volta a Itália. O veterano Domenico Pozzovivo (Qhubeka Assos) é que não troca o Giro por nada. Soma 14 presenças, contra apenas três no Tour e outras tantas na Vuelta.
Quanto à Volta a França (de 26 de Junho a 18 de Julho), Chris Froome irá centrar novamente muita das atenções, no ano em que será estranho vê-lo sem o equipamento da Ineos Grenadiers. Agora representa a Israel Start-Up Nation e terá a seu lado o irlandês Daniel Martin e o canadiano Michael Woods. De recordar que se a Volta ao Algarve conseguir realizar-se entre 17 e 21 de Fevereiro, o britânico é uma presença muito provável na corrida.
Na Ineos Grenadiers, Geraint Thomas não desiste do Tour, mesmo tendo dificuldades em ser líder. O galês quer preparar a sua temporada a pensar em França, mas na sua equipa a concorrência é enorme, pelo que, nesta altura, poucas certezas poderá haver para Thomas.
O reforço da Movistar Miguel Ángel López deverá ir a França, ao lado de Enric Mas. A Bora-Hansgrohe, ao "desviar" Buchmann para o Giro, abriu vaga para Wilco Kelderman mostrar o que vale, depois de em 2020 ter estado tão perto de ganhar a Volta a Itália, ao serviço da Sunweb. O holandês será acompanhado pelo jovem talento alemão Lennard Kämna, que ganhou uma etapa no Tour na edição passada.
Para terminar, a Volta a Espanha (de 14 de Agosto a 5 de Setembro). Quem serão os rivais de João Almeida? A EF Education-Nippo tem estado algo silenciosa no anúncio dos calendários dos seus atletas, mas Rigoberto Uran poderá ter a Vuelta como principal objectivo. Ainda se aguarda pelo destino do rei da montanha do último Giro, Rúben Guerreiro.
Alejandro Valverde será aposta da Movistar, com Miguel Ángel López a ter planeado fazer a dupla Tour/Vuelta. Giulio Ciccone terá oportunidade de liderança por parte da Trek-Segafredo, assim como Felix Grossschartner, na Bora-Hansgrohe. No caso do austríaco será a possibilidade de confirmar o seu crescimento como voltista, depois do nono lugar, precisamente na Vuelta.
Como é habitual, a Volta a Espanha é aquela que mais tarde vai conhecendo quem nela aposta, já que surge muitas vezes como a segunda grande volta do ano para alguns ciclistas. Porém, há um que está muito entusiasmado. Fará a sua estreia em três semanas, no seu primeiro ano no World Tour. É mais um jovem que há muito anda a ser seguido e que finalmente optou por dar o salto: Thomas Pidcock.
Tem 21 anos, é um ás do ciclocrosse, mas na estrada foi campeão do mundo de contra-relógio de juniores em 2017, foi evoluindo e agora a Ineos Grenadiers abriu-lhe as portas da elite. Apesar de as clássicas fazerem parte da sua primeira fase do ano, Pidcock não esconde como também quer mostrar-se em provas como as de três semanas.
Estes planos iniciais podem, naturalmente, sofrer alterações e ainda faltam muitos corredores confirmarem os seus objectivos. Mesmo que de normal 2021 nada esteja a ter, o ciclismo tenta manter o ritmo de treinos e planeamento rumo a uma época que se espera que seja o mais próxima possível do calendário estabelecido e principalmente sem cancelamentos.
»»O regresso do bom velho Froome poderá ser no Algarve««
»»Marc Hirschi deixou DSM para se juntar a uma equipa cada vez mais forte««
Sem comentários:
Enviar um comentário