©Tim De Waele/Getty Images/Deceuninck-QuickStep |
Essa está com Filippo Ganna. Está numa série imparável de resultados em contra-relógio. Foi campeão nacional, depois venceu a etapa de esforço individual no Tirreno-Adriatico, foi a Imola sagrar-se campeão do mundo e agora vestiu a camisola rosa. A Ineos Grenadiers entra bem melhor no Giro do que saiu do Tour.
E só o melhor bateu João Almeida. Curiosamente, Ganna já tem um passado em deixar um português em segundo. Ivo Oliveira que o diga na perseguição individual, na pista. Mas para João Almeida, estar aos 22 anos no Giro e começar assim, é uma exibição que sabe a vitória, numa uma carreira que está a dar os passos certos a cada temporada e com uma entrada muito forte no World Tour. O ciclista da Caldas foi chamado para Itália sem a pressão de alcançar resultados, sendo o momento para perceber como é competir em três semanas. Entrou em grande e começar desta forma a Volta a Itália é, para Almeida, "perfeito".
"Conseguir um segundo lugar na minha primeira etapa numa grande volta, é o início perfeito, que me deixa muito feliz e alimenta a minha confiança para as próximas três semanas", admitiu o ciclista. E se vestir a rosa e repetir o feito de Acácio da Silva fica agora na mira de João Almeida, o português irá vestir uma das camisolas: a ciclamino. Será por "empréstimo" de Ganna, mas este domingo Almeida terá o seu destaque no pelotão, que tem mais um nome da nova geração a ter em conta.
Sobre o contra-relógio, João Almeida referiu como o vento estava forte e com uma subida logo no início dos 15,1 quilómetros e ainda uma secção de empedrado... "Não foi nada fácil", disse. "Tive algumas dificuldades, mas mantive o foco e pedalei ao meu ritmo", acrescentou. Realçou como na descida e na parte mais plana não tomou riscos, "especialmente com o vento a vir da esquerda e depois da direita". Estar sentado no lugar de quem tem o melhor tempo "foi uma honra".
As distâncias
Num contra-relógio mesmo ao jeito de Filippo Ganna (completou a distância em 15:24 minutos), João Almeida viu ficar atrás de si Rohan Dennis (Ineos Grenadiers), por exemplo, campeão do mundo de contra-relógio de 2018 e 2019. O australiano fez mais 26 segundos do que o português. Mikkel Bjerg (UAE Team Emirates) - o único ciclista a conquistar três títulos mundiais de contra-relógio de sub-23 - perdeu por centésimas e Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) fez mais um segundo, o que na luta entre os candidatos à geral, fez com que o galês saísse de Palermo com vantagem sobre os adversários directos.
Lawson Craddock (EF Pro Cycling), Mathias Brändle (Israel Start-Up Nation), Victor Campenaerts (NTT) foram todos batidos, com este último a ser uma desilusão ao perder 1:07 para Ganna, quando era um dos candidatos à vitória. Mau ano para o belga até agora.
Este é um daqueles dias para mais tarde recordar para João Almeida. Sem Remco Evenepoel, a recuperar da grave queda na Lombardia, a Deceuninck-QuickStep vê outro jovem aproveitar - e de que maneira - a oportunidade. É uma dose de confiança para toda a equipa.
Mas há outra orgulhosa do que aconteceu no primeiro dia do Giro. A Hagens Berman Axeon, do escalão ProTeam, viu três dos ciclistas que ajudou a formar terminarem no top dez: João Almeida (segundo), Bjerg (terceiro) e Lawson Craddock (oitavo). "Não podíamos estar mais orgulhosos", escreveu a equipa no Twitter.
Há mais um português em prova, Rúben Guerreiro fez mais 1:37 do que Ganna, num bom contra-relógio para o ciclista da EF Pro Cycling).
Classificações completas, via ProCyclingStats.
2ª etapa: Alcamo - Agrigento, 149 quilómetros
A curta ascensão final, já perto da meta, terá 5% de pendente média, com uma zona a chegar aos 9%. Tal poderá eliminar alguns dos sprinters, mas Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) tentará finalmente ganhar em 2020. Contudo, Michael Matthews (Sunweb) está no Giro para vencer.
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