© João Fonseca Photographer |
É um autêntico pesadelo o momento que o ciclismo nacional está a viver. A esperança e entusiasmo que surgiu aquando da luz verde da Direcção-Geral da Saúde e do governo para o regresso das competições, tornou-se agora num inferno que deixa as equipas nacionais a fazer muitas contas para o futuro próximo. Além da autorização para se realizarem provas, surgiu de imediato um calendário. Curto, é certo, mas com expectativa que pudesse crescer. Afinal aconteceu o contrário.
O Troféu Joaquim Agostinho foi adiado. Já não se realiza este fim-de-semana, esperando-se que vá para a estrada entre 19 e 20 de Setembro, a nova data anunciada pela organização. Mas certezas não há nenhumas, numa altura em que a Volta a Portugal também foi adiada, esta sem nova data à vista. No calendário sobra apenas os Nacionais em Paredes, entre 21 e 23 de Agosto.
As corridas que estavam marcadas para Oliveira de Azeméis no fim-de-semana passado foram canceladas, o que significa que o pelotão apenas cumpriu a Prova de Reabertura neste regresso à estrada. Foi um contra-relógio individual, importante depois de tantas semanas sem ciclismo, mas não chega. Antes da paragem forçada, só se tinham realizado a Prova de Abertura (ganha por Alberto Gallego, da Rádio Popular-Bovista), a Volta ao Algarve (Remco Evenepoel, da Deceuninck-QuickStep) e a Clássica da Primavera (Luís Gomes, Kelly-InOutBuild-UD Oliveirense). Rui Costa (UAE Team Emirates) venceu em Anadia, no dia 5 de Julho.
Algumas equipas de elite ainda competiram além fronteiras no início do ano, mas esta é uma temporada que as deixa num limbo. Mesmo que o Troféu Joaquim Agostinho vá para a estrada em Setembro, todos (des)esperam por ouvir as novas datas da Volta a Portugal. Porém, é impossível não temer o pior: o cancelamento.
Com a sobrevivência de algumas equipas em causa, sem esquecer que esta falta de corridas afecta ainda as formações de clube (sub-23) - que têm muito do seu calendário partilhado com as equipas de elite -, o ciclismo nacional está a sofrer um enorme abanão, com a incerteza a pairar sobre futuro.
Justificação para o adiamento do Troféu Joaquim Agostinho
A histórica corrida é uma das mais importantes para as equipas portuguesas. Há um ano, Henrique Casimiro, então na Efapel, conquistou a prova, depois de duas vitórias consecutivas da W52-FC Porto, com José Neves e Amaro Antunes.
Na Prova de Reabertura, a 5 de Julho, a expectativa era grande para que pelo menos o pelotão pudesse estar na estrada, todo junto, no Troféu Joaquim Agostinho. O covid-19 trocou novamente as voltas aos ciclistas. Um elemento da organização testou positivo.
"Consciente do empenho e esforço realizado em colocar a prova na estrada a organização do Grande Prémio Internacional de Ciclismo de Torres Vedras – Troféu Joaquim Agostinho informa que foi atingida com um caso de covid-19, que originou período de quarentena para vários membros", lê-se no comunicado publicado esta terça-feira.
"A organização entende que neste momento avaliado o risco e a situação epidemiológica o melhor é o adiamento da prova, para os dias 19 e 20 de Setembro, decisão consensual entre os presidentes da organização, da Federação Portuguesa de Ciclismo e da Câmara Municipal de Torres Vedras."
A prova já tinha sido reduzida para apenas dois dias, mas agora será só em Setembro... Assim se espera e muito se deseja.
Sem comentários:
Enviar um comentário