© Bettiniphoto/Bora-Hansgrohe |
Quando Fabian Cancellara terminou a carreira em 2016, seguindo-se Tom Boonen em Abril do ano seguinte, parecia estar estendida a passadeira vermelha para que Peter Sagan tomasse conta do trono nas clássicas do pavé. Por várias razões, o eslovaco não confirmou a expectativa, ainda que ninguém duvide que seja um dos melhores ciclistas neste tipo de corrida. Uma vitória na Volta a Flandres e uma no Paris-Roubaix, para referir apenas os monumentos, sabem a pouco e até parece algo estranho quando se vê a destreza que Sagan tem na bicicleta sobre um terreno que não é para todos. Porém, eis algo ainda mais estranho. O tricampeão do mundo não estará nas icónicas corridas do pavé, pois a Bora-Hansgrohe manteve a palavra dada à RCS Sport, organizador da grande volta italiana. Sagan vai mesmo estrear-se no Giro.
Tinha sido uma das grandes novidades para 2020. Peter Sagan iria atrás do pleno de vitórias em etapas nas três grandes voltas, além de querer juntar a camisola dos pontos às sete que já conta do Tour. Isto antes do covid-19 aparecer. Quando foi conhecido o calendário da UCI para o recomeço da temporada após a paragem forçada devido à pandemia, surgiram as primeiras dúvidas sobre como iria Sagan planear as corridas, com as clássicas do pavé a coincidirem com a Volta a Itália.
"O calendário não é justo para o Giro", afirmou Ralph Denk. O director da Bora-Hansgrohe referia-se precisamente ao facto das clássicas terem sido colocadas ao mesmo tempo que o Giro, com a Vuelta a coincidir também uns dias com a grande volta italiana. "Eu dei a minha palavra ao Giro que o Peter ia participar e o Peter também o fez", realçou o responsável, citado pelo Cyclingnews.
Porém, esta decisão não significa que Sagan não vá perseguir um dos seus objectivos de carreira: a Milano-Sanremo. A corrida italiana é um monumento que já vai deixando o eslovaco frustrado, tantas foram as vezes que esteve perto de ganhar, mas acabou por ver um adversário festejar. No currículo também falta uma Strade Bianche.
Vai ser precisamente nesta clássica, a 1 de Agosto, que Peter Sagan vai recomeçar a sua temporada, depois de no início de 2020 ter estado na Volta a San Juan e no Paris-Nice, sem ter somado vitórias. Antes do monumento irá à clássica Milão-Turim e concluída esta primeira passagem por Itália, viajará para França, onde estará no Critérium du Dauphiné, com olhos postos no Tour. Já, os Mundiais poderão ser excluídos do programa do ciclista. O terreno montanhoso da Suíça não atrai Sagan, que assim poderá descansar mais para o Giro.
"Tínhamos objectivos claros para o que esperávamos sobre os nossos líderes e não mudaram muito. Vamos fazer o Tour com o Emanuel [Buchmann] como capitão e apontamos a um pódio ou ficar próximo do pódio. O Peter também fará a Volta a França e tentará lutar pela camisola verde. Vamos tentar igualmente ganhar um monumento. A única diferença que temos são as clássicas. É complicado com o Giro ao mesmo tempo", explicou o director desportivo, Enrico Poitschke.
Também será complicado, na perspectiva dos adeptos, não ver Sagan na Volta a Flandres e no Paris-Roubaix. Será difícil não sentir que faltará um elemento chave destas corridas na última década, pois aos 30 anos, Sagan celebra 10 como profissional e como um dos ciclistas mais populares e marcantes da modalidade.
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