11 de junho de 2020

Manifesto de apelo ao regresso do ciclismo

© João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo
Com a incerteza a perduar quanto à realização de corridas em Portugal, os representantes do ciclismo nacional reuniram-se para divulgar um manifesto, no qual apelam ao regresso das competições, incluindo a Volta a Portugal, salientando que "a retoma da actividade é essencial para as equipas darem o retorno aos patrocinadores que garante o financiamento das estruturas profissionais e os postos de trabalho dos ciclistas portugueses".

Lê-se que a "Volta a Portugal, ainda que sob rigorosas medidas sanitárias, é um evento de complexa logística organizativa, que carece de um período exigente de preparação por parte das equipas, dos corredores e da entidade organizadora". Os signatários reivindicam assim "que o regresso das competições velocipédica, incluindo a Volta a Portugal, seja aprovado pelo Governo com a maior brevidade, de forma a garantir a criação de um calendário competitivo, a iniciar-se no princípio de Julho".

Recorde-se que a UCI confirmou as datas de duas provas internacionais portuguesas, o Troféu Joaquim Agostinho (de 24 a 26 de Julho) e da Volta a Portugal (de 29 de Julho a 9 de Agosto), contudo, ainda falta a luz verde por parte do governo, apesar de já ter sido apresentada uma proposta da Federação Portuguesa de Ciclismo, para que a modalidade pudesse ser retomada.

Transcreve-se aqui na íntegra o "Manifesto pelo Regresso do Ciclismo", publicado pela federação, que teve como signatários: Delmino Pereira (presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo), Paulo Couto (presidente da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais), Rui Vinhas (representante dos ciclistas da W52-FC Porto), Frederico Figueiredo (representante dos ciclistas do Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), Joaquim Silva (representante dos ciclistas da Miranda-Mortágua), Bruno Silva (representante dos ciclistas da LA Alumínios-LA Sport), Gonçalo Amado (representante dos ciclistas do Feirense), João Benta (representante dos ciclistas da Rádio Popular-Boavista), João Matias (representante dos ciclistas do Aviludo-Louletano), Luís Mendonça (representante dos ciclistas da Efapel) e Luís Gomes (representante dos ciclistas da Kelly/InOutBuild/UDO).

Tendo em conta que o ciclismo é um desporto de ar livre, modalidade individual e sem contacto;

Tendo em conta que a Federação Portuguesa de Ciclismo foi das primeiras federações desportivas a apresentar à tutela um plano de contingência para o regresso da competição em condições de segurança sanitária, tendo o mesmo recebido elogios da Direcção-Geral da Saúde;

Tendo em conta que o verão é a época alta do ciclismo e que a Volta a Portugal é um evento crucial para o futuro do ciclismo profissional no país, devendo manter-se na actual categoria internacional e na data prevista;

Tendo em conta que a realização da Volta a Portugal, ainda que sob rigorosas medidas sanitárias, é um evento de complexa logística organizativa, que carece de um período exigente de preparação por parte das equipas, dos corredores e da entidade organizadora;

Tendo em conta que a retoma da actividade é essencial para as equipas darem o retorno aos patrocinadores que garante o financiamento das estruturas profissionais e os postos de trabalho dos ciclistas portugueses;

Os signatários deste manifesto, representantes do ciclismo profissional português, reivindicam que o regresso das competições velocipédica, incluindo a Volta a Portugal, seja aprovado pelo Governo com a maior brevidade, de forma a garantir a criação de um calendário competitivo, a iniciar-se no princípio de Julho, de modo a:

1) Garantir o regresso dos ciclistas à sua actividade profissional, assegurando os salários e o futuro de todos, em risco por cada dia a mais de inactividade desportiva;
2) Permitir o acerto de todos os pormenores organizativos e sanitários em eventos de menor dimensão logística, de modo a assegurar que tudo se desenrola como previsto durante a Volta a Portugal;
3) Dar confiança a todos os intervenientes e parceiros quanto à viabilidade do recomeço da época desportiva de ciclismo de 2020, uma vez que, pela natureza desta modalidade, ao contrário da maioria das demais, a próxima temporada não começa já no final do verão, mas apenas no próximo ano. Só assim será viável a manutenção dos postos de trabalho do ciclismo profissional em Portugal.


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