19 de fevereiro de 2020

Jakobsen bate três campeões europeus para se tornar rei de Lagos

Um ano depois, Fabio Jakobsen chega a Lagos e impõe-se novamente ao sprint. Os rivais foram diferentes, mas a qualidade continua elevada. O holandês fez aquilo que ele e a equipa melhor sabem fazer: ganhar. A Deceuninck-QuickStep demonstrou novamente como se prepara um sprint e como se controla uma etapa, ainda que neste aspecto não o tenha feito sozinha. Nem três campeões europeus conseguiram bater o campeão holandês.

Lagos tem todos os anos assistido a sprints espectaculares e os vencedores são nomes que marcam a especialidade no ciclismo: Dylan Groenewegen, Fernando Gaviria e Marcel Kittel (entretanto já deixou a modalidade). A Avenida dos Descobrimentos tem revelado ser um local com condições que os sprinters gostam para proporcionar um bom sprint, mas as pequenas subidas que o pelotão teve pela frente nos últimos 25 quilómetros, ainda deixaram em aberto a possibilidade de uma surpresa. Pelos menos durante alguns minutos. João Almeida, por exemplo, tentou entrar numa fuga com mais dois ciclistas, com Rui Costa a estar atento. Porém, também as equipas interessadas no sprint estavam com toda a atenção, com a Deceuninck-QuickStep à espera do que aconteceria com Almeida - 

Pedro Paulinho (Efapel), Alvaro Trueba (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) e Diego López (Fundación-Orbea) foram os autores da fuga do dia, mas cedo se percebeu que não resultaria. Jakobsen bateu os últimos três campeões europeus: Elia Viviani (o actual - Cofidis), Matteo Trentin (CCC) e Alexander Kristoff (UAE Team Emirates). O italiano era companheiro de equipa de Jakobsen e procura a sua primeira vitória na Cofidis. Também Trentin mudou de ares e quer um triunfo com as cores da CCC. Kristoff tenta mostrar à sua equipa que ainda pode ser útil e principal dar algumas vitórias, numa altura que a UAE Team Emirates começa a ter os jovens a ocupar os lugares de destaque.

De referir o sexto lugar de Cees Bol (Sunweb), mais um holandês que está a começar a intrometer-se entre os melhores. O melhor português foi Luís Mendonça, da Efapel (14º). Em 2019, Jakobsen tinha sido mais forte que Arnaud Démare (Groupama-FDJ) e Pascal Ackermann (Bora-Hansgrohe).

Nas classificações, Jakobsen lidera a geral e nos pontos, Diego Fuentes (Fundación-Orbea) é o líder da montanha e Juan Calle Hurtado (Caja Rural) vestiu a camisola branca da juventude. A Israel Start-Up Nation é a primeira entre as equipas.

Jakobsen a consolidar o seu estatuto

Na terceira temporada na Deceuninck-QuickStep, Fabio Jakobsen procura ganhar mais espaço nas grandes corridas. Tem apenas 23 anos, mas rapidamente começou a demonstrar todo o seu potencial e já são 16 vitórias ao mais alto nível. Com Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) a centrar muitas das atenções entre os sprinters holandeses, Jakobsen fez a sua estreia em grandes voltas em Espanha em 2019 e venceu logo duas etapas. Era o que lhe faltava para começar também ele a cobiçar o Tour, não esquecendo que enverga a camisola de campeão do seu país.

Com a chegada do irlandês Sam Bennett - preencheu a vaga de Elia Viviani - Jakobsen vai antes ao Giro, mas será mais um passo para conquistar ainda mais estatuto, principalmente se sair de Itália com vitórias. Porém, este ciclista não quer apenas concentrar-se nos sprints nas corridas por etapas, pois tem um apreço especial por clássicas. Já ganhou a Scheldeprijs (duas vezes) e Danilith Nokere Koerse, mas quer mais, com a Kuurne-Bruxelles-Kuurne a ser um dos grandes objectivos da temporada.

O facto de ter apetência para este tipo de clássicas no centro da Europa é uma grande vantagem, tendo em conta a origem da sua equipa. Bennett não se dá tão bem nos difíceis terrenos da Bélgica e Holanda, por exemplo, e o facto de ter 29 anos, faz com que Jakobsen seja visto como o futuro da Deceuninck-QuickStep, ao lado de Álvaro Hodeg, enquanto Bennett é um ciclista para obter resultados no imediato, muito a pensar na Volta a França. Jakobsen sabe que está a ser preparado para voos cada vez mais altos.

2ª etapa: Sagres-Alto da Fóia (183,9 quilómetros)


Etapa que vai começar a definir a geral. Além da sempre complicada subida ao Alto da Fóia, na Serra de Monchique, a novidade relativamente a anos recentes é a subida da Pomba surgir imediatamente antes, sendo uma segunda categoria de 3,9 quilómetros, com pendente média de 7,1%, cujo topo estará a apenas sete quilómetros do ataque à Fóia. Mas a sequência final começa com a terceira categoria de Alferce, ou seja, dos 183,9 quilómetros, os últimos 25 serão predominantemente a subir. Aos 48,9 quilómetros há uma outra terceira categoria, para começar a aquecer o pelotão.

Em 2019, Tadej Pogacar iniciou na Fóia o conjunto de exibições que tornariam a sua primeira temporada no World Tour marcante. Michal Kwiatkowski e Daniel Martin também já venceram nesta subida.

Classificações via FirstCycling.




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