31 de maio de 2018

Roma em risco de perder o final da Volta a Itália

(Fotografia: Giro d'Italia)
A ideia de tentar tornar Roma num local simbólico para terminar a Volta a Itália, um pouco como acontece com Paris no Tour, pode ser abandonada após uma edição. O Giro terminou com alguma polémica, quando os ciclistas começaram a protestar pelo estado da estrada, que consideraram ser perigoso. Carlos Betancur, Elia Viviani e eventualmente Chris Froome mostraram o seu descontentamento e o britânico assumiu-se como voz do pelotão para negociar com a organização a tomada dos tempos mais cedo do que o previsto, permitindo assim que quem não quisesse lutar pela etapa pudesse ficar para trás. Chegou-se a acordo, mas o mal estava feito. O resultado desta situação poderá ser uma quebra do contrato que era suposto durar quatro anos.

A 101ª edição acabou há menos de uma semana, mas a 102ª já está a ser preparada. No final da etapa de Roma houve troca de acusações, o que não será bom sinal para que a cidade venha a receber o pelotão, pelo menos no derradeiro dia. Da parte da organização do Giro veio o alerta que os responsáveis da cidade sabiam que iam receber a competição há cerca de um ano. A presidente da câmara, Virgina Raggi, nem foi ao pódio e limitou-se a dizer que os ciclistas tinham completado a etapa e que, por isso, não se deveria tornar num grande problema sobre que tinha acontecido.

Nos últimos anos, os ciclistas muito têm lutado para garantir que competem na maior segurança possível. O protocolo de condições meteorológicas extremas foi uma das principais vitórias, já a questão dos veículos - principalmente as motos - no pelotão ainda não encontrou um consenso. Mas as reclamações sobre outros problemas são cada vez mais ouvidas, como foi exemplo em Roma. Além de parte do circuito de 11 quilómetros de Roma ser corrido em empedrado, a revolta foi maior devido a alguns buracos. De facto os ciclistas terminaram, mas nenhum estava particularmente satisfeito com o risco que foi obrigado a correr. Os homens da geral chegaram à meta muito depois dos primeiros e Johan Esteban Chaves (Mitchelton-Scott) até foi dobrado.

Milão tem sido dos finais mais tradicionais em anos recentes e está novamente na calha para receber a derradeira etapa, segundo o Cycling Weekly. Porém, Verona ou Brescia podem ser hipótese. Quanto a montanhas, o site avança que o Mortirolo e Stelvio estão na equação e a confirmar-se esta última hipótese, teremos assim a Cima Coppi (ponto mais alto) a 2758 metros, além de ser uma das subidas mais míticas do ciclismo. De regresso poderá estar o Tre Cime di Lavaredo, que em 2013 teve Vincenzo Nibali como grande vencedor, num dia marcado por muito mau tempo, com neve, frio... Uma daquelas etapas que marca a carreira de qualquer ciclista.

A partida será desta feita bem mais próxima. Depois de pela primeira vez uma grande volta ter começado fora da Europa, em Israel, a RCS Sport, organizadora do Giro, pondera ficar em casa. O sul de Itália (no continente e não nas ilhas) é possibilidade, contudo, a Polónia manterá o seu interesse em levar o Giro até ao leste da Europa, algo que já se fala desde o ano passado. A cidade francesa de Marselha também já foi referida.


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