Perante o passado recente de pouco entendimento entre os dois, a carta que Vincenzo Nibali publicou na Gazzetta dello Sport acabou por ser algo surpreendente. Golpe de marketing, fazer boa figura... As más línguas terão muito para dizer sobre a atitude de Nibali, mas é impossível não considerar como um enorme gesto de fairplay e de respeito perante um adversário que o italiano sabe que seria um dos rivais na luta pela vitória na histórica edição do Giro.
"Apesar de ser muito difícil, talvez impossível, ainda acredito que há uma possibilidade de te ver no arranque do Giro, em Alghero. Tu e eu somos referências no ciclismo italiano nas grandes voltas e com a tua ausência na Sardenha, perdemos todos", lê-se na carta. De recordar que a organização da Volta a Itália desenhou um percurso que passasse pelas duas terras dos dois principais ciclistas do país para as corridas de três semanas: Sardenha e Sicília. Nibali salienta precisamente a importância de ambos terem nascido em ilhas e de ser tão raro o Giro passar nelas.
No dia 2 de Abril, Aru caiu durante uma descida na Serra Nevada. Na segunda-feira, a Astana confirmou que o seu líder iria falhar o Giro, com Michele Scarponi a assumir o papel de número da equipa. A paragem nos treinos de Aru poderá prolongar-se por mais de uma semana e Vinokourov acredita que interrompe a preparação para a Volta a Itália e que dificilmente Aru estará no seu melhor. Já Nibali quer ver o compatriota a tentar: "Todos sabem o que aconteceu e ninguém está a pedir que estejas a 100% no início. Mas podias tentar e se achares que é impossível, abandona a corrida. Ou talvez as coisas melhorem e tu consigas ficar, com a tua forma a melhorar e vingares-te na terceira semana. Além disso, o Giro permite-te que faças algum trabalho importante para a Volta a França. E para o futuro."
Vincenzo Nibali não esconde que poderia muita bem olhar para esta ausência apenas no papel de atleta, ou seja, a ausência de Aru significa menos um candidato. No entanto, não é isso que fez: "Sei o quanto significa preparar durante meses um objectivo e sei o quanto é especial o Giro é para ti, já que passa na tua terra natal", refere. Acrescenta que espera que Aru possa vir a ter a possibilidade de mudar de ideias, realçando como às vezes o prazo dado pelos médicos para regressar aos treinos pode ser antecipado, dependendo de como se recupera.
O desejo de Nibali é certamente partilhado por muitos. A 100ª edição do Giro vai juntar um lote de ciclistas como há muito esta competição não via. Além dos italianos, a Sky aposta forte com Geraint Thomas e também Mikel Landa, a Trek-Segafredo irá levar Bauke Mollema, Thibaut Pinot (FDJ) optou este ano por também apostar no Giro, tal como Tejay van Garderen (BMC). Os gémeos Yates da Orica-Scott e Tom Dumoulin (Sunweb) colocaram o Giro como prioridade. Ilnur Zakarin (Katusha) e Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) procuram melhor sorte do que em 2016 e claro, Nairo Quintana (Movistar) estará de regresso, contribuindo e muito para o um aniversário muito especial desta grande volta.
Parece de facto ser impossível Fabio Aru recuperar a tempo de a 5 de Maio estar no arranque da Volta a Itália. Mas Nibali pede um milagre e ele sabe que eles podem acontecer, principalmente depois de no ano passado ter conquistado um Giro que chegou a parecer estar mais do que perdido.
»»Nibali provou que os milagres acontecem««
»»Aru cai numa descida e diz adeus ao Giro. Alaphilippe falha clássicas das Ardenas««
"Apesar de ser muito difícil, talvez impossível, ainda acredito que há uma possibilidade de te ver no arranque do Giro, em Alghero. Tu e eu somos referências no ciclismo italiano nas grandes voltas e com a tua ausência na Sardenha, perdemos todos", lê-se na carta. De recordar que a organização da Volta a Itália desenhou um percurso que passasse pelas duas terras dos dois principais ciclistas do país para as corridas de três semanas: Sardenha e Sicília. Nibali salienta precisamente a importância de ambos terem nascido em ilhas e de ser tão raro o Giro passar nelas.
No dia 2 de Abril, Aru caiu durante uma descida na Serra Nevada. Na segunda-feira, a Astana confirmou que o seu líder iria falhar o Giro, com Michele Scarponi a assumir o papel de número da equipa. A paragem nos treinos de Aru poderá prolongar-se por mais de uma semana e Vinokourov acredita que interrompe a preparação para a Volta a Itália e que dificilmente Aru estará no seu melhor. Já Nibali quer ver o compatriota a tentar: "Todos sabem o que aconteceu e ninguém está a pedir que estejas a 100% no início. Mas podias tentar e se achares que é impossível, abandona a corrida. Ou talvez as coisas melhorem e tu consigas ficar, com a tua forma a melhorar e vingares-te na terceira semana. Além disso, o Giro permite-te que faças algum trabalho importante para a Volta a França. E para o futuro."
Vincenzo Nibali não esconde que poderia muita bem olhar para esta ausência apenas no papel de atleta, ou seja, a ausência de Aru significa menos um candidato. No entanto, não é isso que fez: "Sei o quanto significa preparar durante meses um objectivo e sei o quanto é especial o Giro é para ti, já que passa na tua terra natal", refere. Acrescenta que espera que Aru possa vir a ter a possibilidade de mudar de ideias, realçando como às vezes o prazo dado pelos médicos para regressar aos treinos pode ser antecipado, dependendo de como se recupera.
O desejo de Nibali é certamente partilhado por muitos. A 100ª edição do Giro vai juntar um lote de ciclistas como há muito esta competição não via. Além dos italianos, a Sky aposta forte com Geraint Thomas e também Mikel Landa, a Trek-Segafredo irá levar Bauke Mollema, Thibaut Pinot (FDJ) optou este ano por também apostar no Giro, tal como Tejay van Garderen (BMC). Os gémeos Yates da Orica-Scott e Tom Dumoulin (Sunweb) colocaram o Giro como prioridade. Ilnur Zakarin (Katusha) e Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo) procuram melhor sorte do que em 2016 e claro, Nairo Quintana (Movistar) estará de regresso, contribuindo e muito para o um aniversário muito especial desta grande volta.
Parece de facto ser impossível Fabio Aru recuperar a tempo de a 5 de Maio estar no arranque da Volta a Itália. Mas Nibali pede um milagre e ele sabe que eles podem acontecer, principalmente depois de no ano passado ter conquistado um Giro que chegou a parecer estar mais do que perdido.
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