Foi neste estado que Sep Vanmarcke ficou após uma aparatosa queda na Volta a Flandres (Fotografia: Facebook de Sep Vanmarcke) |
Ken Vanmarcke havia referido, na segunda-feira, que o irmão tinha o dedo mindinho da mão direita partido e que faria um teste na bicicleta para ver se aguentava as dores. Tendo em conta que o Paris-Roubaix é tudo menos uma corrida feita apenas em estradas de alcatrão em excelentes condições, já era previsível que Sep Vanmarcke não aguentasse. Porém, o ciclista nem considera o dedo partido o pior do seu estado físico. A descrição de como ficou após a aparatosa queda dói só de ler.
"O dedo mindinho partido na mão direita torna impossível colocar a mão na parte de cima do guiador. Consigo travar utilizando dois dedos, mas sempre que passo por uma lomba ou algo do género, é doloroso. Mas o maior problema é na mão esquerda porque a pele saiu em todos dos dedos. Não consigo travar com essa mão. É demasiado doloroso fazer pressão nela. E depois, o meu joelho direito é ainda um problema... Não fazia sentido estar na partida [para o Paris-Roubaix]. Perdi muita pele", explicou Sep Vanmarcke.
O terceiro lugar na Omloop Het Nieuwsblad, corrida que venceu em 2012, revelava que o belga poderia estar nas condições que desejava para conquistar mais vitórias nas clássicas do pavé este ano e assim confirmar o seu potencial, algo que se espera desde 2010. No entanto, após esse pódio, tudo voltou a ser triste para o belga de 28 anos. "A Omloop correu bem, mas desde a Strade Bianche que começou tudo a correr mal. Uma queda, as costelas, depois tive problemas no estômago, depois esta queda... Portanto, tenho andado a lutar muito e volto sempre", salientou.
E agora vai de facto regressar à luta da recuperação, na tentativa de estar em condições de alinhar na Amstel Gold Race, a 16 de Abril. Ainda assim, Vanmarcke não consegue esconder a tristeza por mais um ano ter passado e não ter conquistado qualquer vitória nas clássicas do pavé. "É uma desilusão. Nunca consegui mostrar o nível em que estava", desabafou o ciclista, que admitiu que a 1 de Novembro começou a preparação para estas corridas, que eram o seu principal objectivo para 2017.
Mas o azar não se fica por Sep Vanmarcke. A Cannondale-Drapac não consegue encontrar o caminho das vitórias e as suas principais figuras não aparecem ao seu melhor. A equipa americana está a fazer uma primeira fase de temporada muito preocupante, somando apenas uma vitória, na segunda etapa da Coppi e Bartali, por intermédio de Toms Skujins. A ausência de Vanmarcke do Paris-Roubaix é um duro golpe para a Cannondale-Drapac, que também não sabe se poderá contar com Taylor Phinney. É outro ciclista perseguido por maus momentos. Desde a queda que quase acabou com a sua carreira nos Nacionais de 2014, que o americano nunca mais se reencontrou com a sua melhor forma. Também ele caiu na Volta a Flandres e sofreu uma concussão. A decisão sobre a sua participação será feita no final da semana.
Dylan van Baarle conseguiu terminar na quarta posição na Volta a Flandres, salvando um pouco a honra da equipa e o holandês poderá ser a principal aposta da Cannondale-Drapac para o Paris-Roubaix.
Dylan van Baarle conseguiu terminar na quarta posição na Volta a Flandres, salvando um pouco a honra da equipa e o holandês poderá ser a principal aposta da Cannondale-Drapac para o Paris-Roubaix.
Mark Cavendish com lesão no tornozelo
O sprinter britânico estava previsto voltar a marcar presença no Paris-Roubaix. É certo que não entrava na lista de candidatos, mas Mark Cavendish é... Mark Cavendish. Onde está chama sempre a atenção. Porém, a temporada do ciclista da Dimension Data também não está a correr como desejada. Apenas venceu uma etapa e a classificação por pontos na Volta a Abu Dhabi e não compete desde 18 de Março quando foi 101º na Milano-Sanremo, não tendo conseguido estar na discussão do monumento como queria.
Mark Cavendish deveria ter regressado à competição esta quarta-feira na clássica belga Scheldeprijs, mas o seu nome não apareceu na lista de ciclistas que se apresentaram pela Dimension Data. O médico da formação sul-africana explicou, num comunicado, que Cavendish lesionou-se no tornozelo direito no Tirreno-Adriatico. Jarrad Van Zuydam referiu que se pensava que o problema estava ultrapassado, mas o ciclista voltou a sentir dores. Vão ser feitos mais exames e tratamentos, se necessário, pelo que não está agendado o regresso do britânico às corridas.
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