(Fotografia: Facebook Tour Down Under) |
O anúncio de novas regras para os últimos quilómetros das corridas está a ser encarado como mais uma vitória por parte dos corredores e dos seus representantes de duas associações. Depois da implementação do protocolo do tempo extremo e das alterações quanto aos veículos que acompanham o pelotão, é agora a vez de profundas alterações nas regras de segurança nos últimos quilómetros das provas.
Começando pelo mais simples, as barreiras passarão a ser colocadas a 300 metros da meta em corridas/etapas de montanha e a 500 nas que terminem em terreno mais plano. Os organizadores terão de elaborar relatórios que refiram detalhadamente potenciais riscos nos últimos três quilómetros e esses documentos serão entregues aos comissários da UCI. Esta medida serve, por exemplo, para identificar postes, obras ou outros elementos que possam colocar em causa a segurança dos ciclistas.
Mas não serão apenas relatórios que terão de ser feitos. Os organizadores ficarão obrigados a fazer vídeos dos últimos três a cinco quilómetros que demonstrem todo o percurso, com principal foco em potenciais zonas perigosas. Esses vídeos serão depois entregues às equipas presentes na competição, para que possam estudá-los e assim conhecer detalhadamente o final das corridas/etapas.
Uma outra medida prevê que passem a existir responsáveis por fazer o percurso entre cinco a 30 minutos antes da passagem do pelotão, ou dos ciclistas que estejam na frente caso haja uma fuga, de forma a garantir que não exista nenhum perigo imprevisto. Estas novas regras vão apenas ser aplicadas nas corridas do World Tour, mas o próximo objectivo é que sejam estendidas a todas as corridas.
"Quero agradecer especialmente aos organizadores que mesmo perante os tempos difíceis a nível económico, colocaram a segurança dos atletas primeiro" salientou Gianni Bugno, da Associação de Ciclistas Profissionais (ACP). O italiano explicou ainda, citado pelo site Cycling News, que após os incidentes do último ano - como a morte de Antoine Demoitié ou o acidente que deixou Stig Broeckx em coma durante várias semanas (ambas as situações envolveram motos), entre outros -, a associação e os seus membros trabalharam na recolha de informação de forma a sugerir alterações às regras para aumentar a segurança. "Isto marca um grande progresso na segurança dos ciclistas", disse Michael Carcaise, da Associação de Ciclistas Profissionais da América do Norte.
Nos últimos anos os ciclistas têm exigido mudanças em várias regras para garantir a sua segurança. Fabian Cancellara era uma das vozes mais fortes e foi ele quem chegou a parar uma etapa na Volta a Omã devido às elevadas temperaturas que chegaram a provocar o rebentamento de pneus. Não demorou muito até que o protocolo para o tempo extremo começasse a ser aplicado. Tom Boonen é outra das vozes respeitada, tendo feito algumas declarações para que fossem tomadas medidas urgentes quanto aos veículos que acompanham o pelotão.
Uma das actuais "batalhas" tem sido os travões de disco. No entanto, neste ponto há alguma discórdia entre os ciclistas que consideram que devem ser definitivamente implementados ou proibidos de vez.
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