(Fotografia: Associação de Ciclistas Profissionais) |
Um dia depois de terem sido anunciadas novas medidas de segurança para os últimos quilómetros das corridas, a Associação de Ciclistas Profissionais (ACP) revelou imagens que poderão indicar que se caminha para um entendimento quanto a um dos temas de maior discórdia entre UCI e ciclistas: os travões de disco. As fotografias mostram as capas de protecção que estarão a ser testadas pela comissão responsável pela situação, da UCI, e que podem ser a resposta ao pedido de uma parte do pelotão.
A utilização dos travões de disco não tem sido pacífica. O primeiro teste foi suspenso depois de Fran Ventoso, então na Movistar, ter alegado que foi um travão de disco que lhe provocou graves ferimentos numa perna após uma queda no Paris-Roubaix em 2016. Este ano a UCI recuperou o período de experiência, com a regra que os discos tinham de ser redondos, para evitar cortes.
Equipas como a Quick-Step Floors, Cannondale-Drapac e Bahrain-Merida já vão utilizando o sistema em algumas competições. Tom Boonen tornou-se no primeiro ciclista a vencer uma corrida - a segunda etapa da Volta a San Juan - tendo na sua bicicleta os travões de disco. Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) também chegou a mostrar uma bicicleta equipada com os travões de disco, mas tem utilizado uma com o sistema normal de travagem. A polémica nunca desapareceu, mas voltou a subir de tom durante a Volta a Abu Dhabi, quando Owain Doull (Sky) defendeu que foi os discos da bicicleta de Marcel Kittel que lhe cortaram o sapato após os dois ciclistas se terem envolvido numa queda.
(Fotografia: Associação de Ciclistas Profissionais) |
As imagens das capas de protecção foram partilhadas pela ACP na sua conta do Google + e estavam acompanhadas pela frase: "A comissão deu uma passo em frente para ir de encontro às exigências da ACP e dos ciclistas quanto aos travões de disco: o início de uma investigação quanto à segurança. Estamos num bom caminho, obrigado por ouvirem."
Uma sondagem feita recentemente pela ACP deu conta que 42% dos ciclistas no pelotão internacional apoiam a utilização dos travões de disco, desde que estes estejam devidamente protegidos. Vai parecendo cada vez mais inevitável que este sistema de travagem acabe mais cedo ou mais tarde por entrar definitivamente no ciclismo, mas perante a continuidade das dúvidas sobre à sua segurança, a UCI trabalha para que os perigos sejam minimizados.
A capa que se vê nas fotografias tapa praticamente todo o disco o que, na teoria (já que não se conhece resultados de eventuais testes práticos, se é que já foram sequer feitos), evitará cortes e também queimaduras, pois é preciso não esquecer que os discos aquecem durante a sua utilização.
Sem comentários:
Enviar um comentário