A época ainda vai nos primeiros meses, mas Nacer Bouhanni e a Cofidis quiseram desde já resolver o futuro. O ciclista francês renovou o contrato com a equipa francesa até 2019 e deverá continuar a receber cerca de 1,5 milhões de euros por ano. O sprinter voltou a trazer algum prestígio a uma formação que já contou com grandes nomes do ciclismo, mas que também viu alguns dos seus atletas serem envolvidos em casos de doping. Bouhanni trouxe também as desejadas vitórias, contudo, a sua personalidade de bad boy tem valido ao ciclista alguns dissabores, como foi a exclusão em cima da hora da Volta a França, no ano passado, devido a um murro dado a um hóspede do hotel onde estava, que estaria a fazer barulho durante a noite. Teve mesmo de ser operado à mão.
"Era importante para mim finalizar este acordo cedo porque eu gosto de saber o que esperar do futuro", explicou Bouhanni num comunicado. Se era tranquilidade contratual que o francês queria, já a tem. Se queria um voto de confiança da equipa, recebeu-a não só em forma de contrato, mas também na garantia que continuará a ser o líder. O director da Cofidis, Yvon Sanquer, salientou a confiança que Bouhanni demonstrou na estrutura "nos melhores anos da sua carreira". "O Nacer está a atingir a maturidade e estou convencido que vai enriquecer [a carreira] com mais belas vitórias", destacou Sanquer.
Esta renovação de contrato coloca um ponto final nas dúvidas se a Cofidis estaria satisfeita com o rendimento do ciclista, contratado em 2015, depois de ter aparecido na FDJ. Não há dúvidas que Bouhanni colocou a equipa na rota das vitórias, no entanto, ainda não concretizou o grande objectivo: a etapa na Volta a França. Soma 24 vitórias pela Cofidis (tem 54 no total como profissional), sete ao nível do World Tour. Apesar do ciclista destacar este facto, a verdade é que tendo em conta a qualidade deste sprinter, sabe a pouco.
Quando assinou pela Cofidis assumiu que queria uma mudança na carreira, não temendo descer ao escalão Profissional Continental, sabendo que a formação é presença habitual na Volta a França. Na FDJ tinha de partilhar a liderança nos sprints com Arnaud Démare. Em 2014 venceu três etapas no Giro, mas ao ficar de fora do Tour, Bouhanni considerou que a equipa tinha feito uma escolha: preferia Démare. A resposta veio na Vuelta, depois do seu colega/rival ter ficado a zero na Volta a França: Bouhanni conquistou duas etapas em Espanha.
Sempre se pensou que a Cofidis seria uma forma do ciclista se afirmar como líder para depois regressar ao lugar que continua a parecer que deveria ser dele, ou seja, estar numa equipa do principal escalão. Porém, aos 26 anos (faz 27 a 25 de Julho) escolheu permanecer numa equipa Profissional Continental, ficando assim afastado da possibilidade de estar em mais corridas do World Tour. Será difícil imaginar que nenhuma equipa do principal escalão não tivesse Bouhanni na lista de potenciais reforços. Na decisão do ciclista terá pesado o facto de na Cofidis ter garantias que será o líder e que os colegas têm a missão de o ajudar sempre que se está em corridas que são para as suas características. O que viveu na FDJ não foi esquecido por Bouhanni, que apesar de na altura estar a ter mais sucesso que Démare, foi preterido quando chegou o momento de ir ao Tour, que como francês, +e a sua corrida de eleição.
É de lamentar não se ver Bouhanni regressar ao World Tour em 2018, existindo talvez algum comodismo por parte do ciclista que prefere ficar numa equipa que sabe que não colocará a sua condição de líder em risco. Resta agora à Cofidis garantir que este sprinter de grande qualidade tenha todas as condições para lutar por grandes vitórias. O grande objectivo é a Volta a França, mas Bouhanni tem também de apontar a um monumento, nomeadamente a Milano-Sanremo, corrida que em 2016 teve o azar de a corrente saltar quando ia começar o sprint. Para piorar viu o rival Démare ganhar.
A Cofidis tem um enorme valor do ciclismo e tem o dever de ter um conjunto de grande nível para ajudar Bouhanni. No entanto, este francês de feitio difícil também tem de demonstrar que está concentrado a 100% na estrada, mantendo a sua paixão pelo boxe em segundo lugar e tentando envolver-se menos em polémicas, inclusivamente nos sprints, pois já tem algumas desclassificações por irregularidades (algumas bem perigosas).
Este ano estava difícil começar a somar vitórias, mas numa semana venceu com uma autoridade impressionante a clássica belga Nokere Koerse e também uma etapa na Volta à Catalunha.
Não se pode dizer que Bouhanni arrisca passar ao lado de uma grande carreira, pois já tem vitórias importantes no seu currículo. Porém, depende de Bouhanni e da Cofidis assegurar que não se fique por uma boa carreira, pois será pouco tendo em conta o potencial de grande sprinter que Bouhanni tem.
»»O murro da catástrofe de Bouhanni e da Cofidis««
»»Pedalar às cabeçadas, uma marca por registar««
É de lamentar não se ver Bouhanni regressar ao World Tour em 2018, existindo talvez algum comodismo por parte do ciclista que prefere ficar numa equipa que sabe que não colocará a sua condição de líder em risco. Resta agora à Cofidis garantir que este sprinter de grande qualidade tenha todas as condições para lutar por grandes vitórias. O grande objectivo é a Volta a França, mas Bouhanni tem também de apontar a um monumento, nomeadamente a Milano-Sanremo, corrida que em 2016 teve o azar de a corrente saltar quando ia começar o sprint. Para piorar viu o rival Démare ganhar.
A Cofidis tem um enorme valor do ciclismo e tem o dever de ter um conjunto de grande nível para ajudar Bouhanni. No entanto, este francês de feitio difícil também tem de demonstrar que está concentrado a 100% na estrada, mantendo a sua paixão pelo boxe em segundo lugar e tentando envolver-se menos em polémicas, inclusivamente nos sprints, pois já tem algumas desclassificações por irregularidades (algumas bem perigosas).
Este ano estava difícil começar a somar vitórias, mas numa semana venceu com uma autoridade impressionante a clássica belga Nokere Koerse e também uma etapa na Volta à Catalunha.
Não se pode dizer que Bouhanni arrisca passar ao lado de uma grande carreira, pois já tem vitórias importantes no seu currículo. Porém, depende de Bouhanni e da Cofidis assegurar que não se fique por uma boa carreira, pois será pouco tendo em conta o potencial de grande sprinter que Bouhanni tem.
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