Funvic esteve na Volta à Catalunha, mas só um ciclista terminou
(Fotografia: Facebook Funvic-Brasil Pro Cycling Team)
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Em menos de um ano são já cinco os casos de doping de ciclistas com ligações à Funvic, equipa brasileira que este ano conta com o português Daniel Silva. Depois de ter cumprido 55 dias de suspensão, a Funvic arrisca agora um novo afastamento da competição, o que pode ir de 15 dias a 12 meses. A UCI já está a analisar estas novas situações, mas não adiantou quando irá anunciar a decisão.
Em causa estão irregularidades com o passaporte biológico de Alex Correia Diniz e com uma alegada manipulação após um teste anti-doping de Otavio Bulgarelli. Este último caso foi denunciado ao organismo internacional pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem. Nenhum dos ciclistas está actualmente com a Funvic. Bulgarelli, de 32 anos, (campeão brasileiro em 2012) competiu pela última vez na Volta a Portugal, tendo abandonado na terceira etapa. Diniz, 31, não está em acção desde a Volta ao Lago Taihu, na China, em Novembro. Este ciclista já cumpriu dois anos de suspensão depois de ter testado positivo pelo uso de EPO em 2009.
Em Dezembro a equipa foi suspensa por 55 dias, depois de se conhecer que Wilson Ramiro Diaz e João Gaspar deram positivo em testes realizados na Volta a Portugal. O colombiano foi o vencedor da classificação da montanha. Estes testes positivos juntaram-se ao de Kleber Ramos que realizou um antes dos Jogos Olímpicos, mas o resultado só foi conhecido depois. Perante os casos de doping, a Funvic viveu dias de incerteza quanto à atribuição da licença Profissional Continental. A confirmação só chegou depois de dois adiamentos para analisar a candidatura. Nessa altura, o director desportivo, Benedito Tadeu Azevedo, comprometeu-se a implementar mudanças para tentar garantir a credibilidade da equipa. "Haverá mudanças, como mais controlos internos e conversas com psicólogos desportivos sobre o tema do doping. Nunca mais se poderão repetir [os casos]", afirmou na altura.
Ao ser informado das duas novas suspeitas, a Funvic emitiu um comunicado, destacando que nenhum do ciclistas foi "flagrado com substâncias proibidas" e que os dois já não fazem parte da equipa. "Reiteramos que seguimos trabalhando com seriedade e desejamos êxito aos dois ex-ciclistas da equipa na busca pela verdade", lê-se na nota. A formação brasileira refere ainda que desde que recebeu uma licença Profissional Continental em 2016 que todos os seus ciclistas passaram a ter o passaporte biológico. Este ano a equipa juntou-se ao Movimento por um Ciclismo Credível, que tem regras mais rígidas do que a Agência Mundial de Antidoping.
A Funvic regressou à competição na Volta à Catalunha, beneficiando do facto de ter um catalão na equipa, Jordi Simón. Apesar de Murilo Affonso ter chegado a liderar a classificação da montanha numa fase inicial da corrida, a prestação da equipa foi fraca e só Simón terminou a prova, sendo 39º a 35:44 minutos do vencedor, Alejandro Valverde (Movistar).
O plantel da Funvic é constituído maioritariamente por brasileiros. Daniel Silva - terceiro na Volta a Portugal em 2016, ao serviço da Rádio Popular-Boavista -, Jordi Simón e o argentino Francisco Chamorro são os estrangeiros que completam a equipa.
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