Ewan já ia festejar quando Kittel o ultrapassou, no sprint da 2ª etapa em Abu Dhabi (Fotografia: Facebook Volta a Abu Dhabi) |
Comecemos por Caleb Ewan. O australiano tem apenas 22 anos, mas desde 2014 que a Orica-Scott acredita que está perante um talentoso sprinter. No ano seguinte foi à Volta a Espanha conquistar uma etapa, mas 2016 não foi exactamente o ano de afirmação que se esperava. No que diz respeito em debater-se com os melhores, Ewan mostrou na época passada ainda não estar preparado. Começou 2017 em grande no seu país: quatro vitórias no Tour Down Under, mais a classificação por pontos. Porém, continuava a faltar aquele triunfo em frente dos grandes nomes. O momento parecia ter chegado na segunda etapa da Volta a Abu Dhabi. Tudo bem feito pela Orica-Scott e Ewan já levantava os braços quando Marcel Kittel o passou. Mais do que um erro de principiante, é um daqueles humilhantes e que é preciso estofo para recuperar. Dois dias depois, chegou a redenção e a prova que Ewan tem o que é necessário para se debater com os melhores, tanto física, como psicologicamente.
Foi com autoridade que bateu Mark Cavendish e André Greipel e o pequeno australiano, -que sprinta de forma tão estranha, deitado no guiador - admitiu publicamente o erro de festejo precoce, mostrando que custou, mas que foi uma lição que perdurará para o resto da carreira. E se era preciso mais provas, desta feita até teve tempo para festejar antes de cortar a meta, mas só o fez depois! Pelo sim, pelo não! Há que não esquecer, tem apenas 22 anos. É pequeno e com umas constituição física bem diferente de sprinters como Kittel e Greipel, mas Ewan, assim como Fernando Gaviria (Quick-Step Floors), são desde já os líderes de uma nova geração de sprinters que está preparada para se impor nos grandes momentos da temporada.
Quanto a Peter Sagan, com tantos segundos lugares seria de esperar que já tivesse a fórmula certa para não cometer erros básicos. Porém, isto é ciclismo e uma decisão mal feita num segundo e estraga-se horas de trabalho. Foi o que aconteceu no sábado na Omloop Het Nieuwsblad. A forma como quis controlar Avermaet no sprint final, abrindo espaço na curva, deixando caminho aberto para o belga foi algo estranho de se ver. Depois faltaram pernas para apanhar Avermaet. Sagan foi ainda criticado por ter trabalho durante muitos quilómetros antes da formação do trio que disputaria a vitória. Porém, é a forma de Sagan correr e se é certo que tem de se resguardar um pouco mais, também é verdade que é quase contranatura ver Sagan jogar à defesa.
Peter Sagan conquistou a primeira vitória de 2017
(Fotografia: ©BORA-hansgrohe/Stiehl Photography)
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Por falar em Bora-Hansgrohe, certamente que os responsáveis estarão mais tranquilos. A sua grande estrela mostrou que aprende rápido e conquistou a primeira vitória da equipa desde que a formação alemã - que conta com o campeão nacional José Mendes - chegou ao escalão World Tour. Ainda assim, é um pouco preocupante ver que ninguém consegue acompanhar Sagan para o ajudar em momentos importantes das corridas. O eslovaco está habituado, é certo - teve uma grande escola na Tinkoff -, e há muito que se "desenrasca" sozinho. Mas ainda assim, esperava-se mais da Bora-Hansgrohe como equipa.
Veja aqui os resultados da clássica belga.
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Lições aprendidas e vitórias conquistadas. Para Ewan foi a primeira frente aos melhores, para Sagan a primeira de 2017. Tanto um como outro certamente que terão oportunidade para mais festejos. É muito provavelmente uma questão de começar a contar e, para Sagan, o difícil costuma ser conquistar a primeira vitória, depois... engata!
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