2 de novembro de 2016

Podia ter sido um excelente defesa central. Jogou com Cuadrado... mas preferiu o ciclismo

(Fotografia: Instagram Rubén Murillo)
Rubén Murillo era uma das jovens promessas do Manchester Urabá, ao lado de "El Cortico", agora mais conhecido por Juan Cuadrado, jogador da Juventus. Enquanto Murillo um era um defesa central difícil de ultrapassar e capitão da equipa, Cuadrado ameaçava tornar-se num médio excepcional. Em Urabá, na Colômbia, o futebol reina, mas quando Murillo recebeu da mãe uma bicicleta, aos 11 anos, a paixão foi imediata. Durante um tempo lá foi conciliando os estudos, os treinos de futebol e os passeios de bicicleta. Quando chegou a altura de escolher, a bicicleta "ganhou" sem grande dificuldade e foi o fim de uma potencial carreira como futebolista. Murillo começou com no BMX, enquanto Cuadrado seguiu o seu caminho até se tornar numa estrela de futebol, com passagens pela Udinese, Fiorentina e Chelsea, além de ser internacional pelo seu país. Murillo não se arrepende da escolha, pois o ciclismo que tanto adora permitiu-lhe tornar-se num desportista profissional. Acabou por ser "chamado" para a pista e vai conquistando as suas vitórias. 

Agora sonha com os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, porque também ele representa o seu país, mas não deixa de seguir a carreira de Cuadrado. "Ele era fantástico quando era miúdo. Agora não é nem metade do que era. Simplesmente joga como os técnicos lhe dizem", afirmou Murillo ao Señal Colombia. Mas para Murillo o importante é o ciclismo, um desporto com uma enorme expressão no país e que actualmente tem uma geração brilhante, com nomes como Nairo Quintana, Johan Esteban Chaves ou Rigoberto Uran, entre outros. No entanto, Murillo optou por ficar na pista e é campeão panamericano de velocidade por equipas (tendo estabelecido o recorde da prova) e está determinado em elevar a Colômbia como um país de respeito também nesta vertente.

(Fotografia: Instagram Rubén Murillo)
Recorda que quando era criança era hiperactivo o que lhe causou alguns problemas na escola. Nunca chumbou, mas de vez em quando lá era chamada a mãe. "Ela ralhava comigo, castigava-me, não me comprava uns ténis ou não me dava dinheiro, mas nunca me proibiu de fazer desporto", contou ao El Tiempo. A sua terra, Chigorodó era demasiado pequena para a sua ambição e Murillo seguiu para Medellín. Deixou a família, a escola, mas não a sua bicicleta. Continuou a praticar BMX - representou a equipa nacional - e na cidade era normal este tipo de ciclistas ir treinar para o velódromo. O treinador Jhon Jaime González viu algo em Murillo e convidou-o para se mostrar na pista. O jovem, então com 21 anos, gostou, foi campeão nacional e o BMX ficou para trás. "Fiquei ali porque senti-me apoiado, senti-me cómodo. Havia mais atenção do que no BMX, um desporto que tenho na alma e que me deu a possibilidade de ser desportista", explicou Murillo.

O ciclista contou com o apoio de um irmão, que estava em Medellín a tirar um curso de informática. Murillo também regressou à escola para completar um bacharelato e aos 26 anos dedica-se agora exclusivamente ao ciclismo. Tem 1,70 metros e 75 quilos e a sua cor de pele valeu-lhe a alcunha de "Sombra". Da primeira vez que ouviu alguém dizer "ali vai a 'Sombra'", não gostou, mas hoje admite que se habituou e agrada-lhe que o conheçam pela alcunha. E agora, a "Sombra" tem um grande objectivo: estar nos Jogos Olímpicos daqui a quatro anos e, claro, conquistar mais uns títulos até chegar a Tóquio.


Sem comentários:

Enviar um comentário