Os Mundiais do Qatar como que encerraram a temporada, ainda que estejam agendadas mais algumas competições secundárias. Em Portugal está mesmo fechada depois do Festival de Pista de Tavira e a maioria dos portugueses que estão em equipas estrangeiras também já estão de férias. Estamos na fase em que muitos ainda estão a resolver o seu futuro para 2017, mas vamos recordar 2016, elegendo que foi o melhor ciclista português. O Volta ao Ciclismo lança o desafio, com cinco finalistas a estarem em votação. Veja quem são e vote na sondagem colocada na coluna da direita do blogue.
José Gonçalves (27 anos, Caja Rural)
Até à Volta a Portugal, o ciclista de Barcelos estava a realizar mais uma excelente temporada. José Gonçalves conquistou a sua primeira grande vitória numa corrida por etapas ao vencer a Volta à Turquia. Venceu também uma etapa na Volta a Portugal - terminou na 23ª posição - e outra no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela. Foi ainda quarto nos Campeonatos Nacionais, somando várias boas exibições noutras competições pela equipa espanhola. Também ganhou o Campeonato Nacional de Rampa, em Palmela. No entanto, o final de época é para esquecer: desistiu da Volta a Espanha devido a fadiga muscular, o mesmo problema afectou nos Europeus (foi 68º) e uma queda acabou com a sua participação nos Mundiais. No entanto, a boa temporada e, claro, a qualidade já reconhecida há algum tempo, valeu-lhe um contrato com uma equipa World Tour. Irá representar a Katusha em 2017.
Nelson Oliveira (27 anos, Movistar)
O primeiro ano na Movistar foi extremamente positivo. Nelson Oliveira tornou-se num dos homens de confiança de Nairo Quintana e esteve na Volta a França. As coisas não correram bem para o seu líder, mas o português aproveitou a oportunidade para mostrar a sua evolução como contra-relogista, conseguindo o terceiro lugar, atrás de Tom Dumoulin e Chris Froome. Como gregário cumpriu à risca o trabalho que lhe foi pedido. Mas Nelson não se ficou por aqui. Conseguiu um diploma olímpico com o sétimo posto no contra-relógio no Rio de Janeiro e foi quarto nos Europeus, falhando o pódio por 17 segundos. Pelo meio venceu pela quarta-vez o título nacional da especialidade. O único senão da temporada de Nelson Oliveira acabou por ser a queda no Paris-Roubaix, que o obrigou a abandonar e a parar algumas semanas, tendo também desistido na prova em linha dos Mundiais, depois de ter sido 20º no contra-relógio. Este último resultado não foi uma surpresa dado o percurso, ainda assim, o português ficou desiludido.
Rafael Reis (24 anos, W52-FC Porto)
Foto: Volta a Portugal |
O ciclista de Palmela fez de 2016 o seu ano de confirmação. A mudança para a W52-FC Porto não podia ter sido mais acertada, pois encontrou a estabilidade emocional necessária, assim como companheiros importantes para o seu desenvolvimento como atleta. Rafael Reis evoluiu bastante no contra-relógio, uma especialidade que quer continuar a trabalhar, mas também foi importante no domínio da sua equipa na Volta a Portugal e noutras provas ao longo do ano. É o ciclista com mais vitórias em Portugal, oito (entre elas o prólogo da Volta, que lhe permitiu vestir a camisola amarela por um dia), o que lhe valeu o número um do ranking nacional. Foi ainda terceiro no contra-relógio dos Campeonatos Nacionais (atrás de Nelson Oliveira e José Mendes). Aos 24 anos, Rafael Reis ambiciona agora muito mais e é um dos ciclistas ainda com futuro por definir, havendo rumores que poderá deixar a formação do Sobrado para rumar ao estrangeiro, como aliás não esconde ser a sua ambição.
Rui Costa (30 anos, Lampre-Merida)
Uma época consistente, mas sem a muito ambicionada vitória de etapa na Volta a França. Rui Costa mudou este ano os seus objectivos de um top dez no Tour e esteve perto em duas ocasiões de somar a quarta vitória numa tirada, mas acabou em segundo e quinto lugar nesses dias. Foi 49º na geral, mas quinto na classificação da montanha. No entanto, a temporada do campeão do mundo de 2013 não se resume ao Tour. Não venceu, é certo, mas a sua regularidade continua a ser impressionante: quinto na Volta a Omã, 10º no Paris-Nice, sétimo na Volta ao País Basco, 10º na Flèche Wallone, sexto na Volta à Romandia, sétimo na Volta à Suíça, 10º nos Jogos Olímpicos e sexto nos Europeus. E claro, o ponto alto foi o terceiro lugar na Liège-Bastogne-Liège, o monumento preferido e que tanto ambiciona ganhar. Esta consistência de resultados fez com que apesar da Lampre-Merida ter sido comprada por uma empresa chinesa, Rui Costa tenha sido convidado a permanecer na estrutura como um dos líderes da equipa.
Uma época consistente, mas sem a muito ambicionada vitória de etapa na Volta a França. Rui Costa mudou este ano os seus objectivos de um top dez no Tour e esteve perto em duas ocasiões de somar a quarta vitória numa tirada, mas acabou em segundo e quinto lugar nesses dias. Foi 49º na geral, mas quinto na classificação da montanha. No entanto, a temporada do campeão do mundo de 2013 não se resume ao Tour. Não venceu, é certo, mas a sua regularidade continua a ser impressionante: quinto na Volta a Omã, 10º no Paris-Nice, sétimo na Volta ao País Basco, 10º na Flèche Wallone, sexto na Volta à Romandia, sétimo na Volta à Suíça, 10º nos Jogos Olímpicos e sexto nos Europeus. E claro, o ponto alto foi o terceiro lugar na Liège-Bastogne-Liège, o monumento preferido e que tanto ambiciona ganhar. Esta consistência de resultados fez com que apesar da Lampre-Merida ter sido comprada por uma empresa chinesa, Rui Costa tenha sido convidado a permanecer na estrutura como um dos líderes da equipa.
Rui Vinhas (29 anos, W52-FC Porto)
De gregário a vencedor da Volta a Portugal. Rui Vinhas é o autor de uma das histórias que marcará o ciclismo nacional. Preparado para tentar levar Gustavo Veloso ao terceiro triunfo consecutivo na principal prova portuguesa, uma fuga na terceira etapa deixou-o com a camisola amarela e com tempo de vantagem para o fazer sonhar. A sua humildade e lealdade para com Veloso vinha ao de cima sempre que o questionavam sobre quem era o líder. Porém, aguentou-se como líder até ao contra-relógio final, tendo feito nesse dia uma excelente prestação que permitiu confirmar a surpresa. Rui Vinhas venceu ainda um dos circuitos que fecham a temporada e antes da Volta tinha feito algumas boas exibições, que lhe valeram, por exemplo, o nono lugar na classificação da montanha na Volta a Castela e Leão e a vitória nessa mesma classificação no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela. A W52-FC Porto não só tem um gregário de elevada qualidade, como ganhou um ciclista motivado para tentar outro tipo de resultados, se a oportunidade surgir.
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Foto: Volta a Portugal |
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