8 de maio de 2021

Ganna, aquela máquina. Almeida começa forte

© Tim de Waele/Getty Images/Deceuninck-QuickStep
João Almeida não perdeu tempo em entusiasmar ainda mais os adeptos portugueses, meses depois de ter deixado um país apaixonado pela camisola rosa. Logo no primeiro dia da Volta a Itália mostrou que está mais do que focado em estar na luta pela geral. Desta feita, apresenta-se como candidato desde a partida e começou novamente com um forte contra-relógio, ainda que tenha sido apenas de 8,6 quilómetros em Turim. Ficou a 17 segundos daquele que é "apenas" o campeão do mundo e que tem ganho quase todos os contra-relógios que faz.

Filippo Ganna (Ineos Grenadiers) repetiu a dose de 2020. No último Giro venceu os três contra-relógios da prova e agora soma nova vitória e veste outra vez a camisola rosa. Bateu outro italiano forte na especialidade. Edoardo Affini fez mais 10 segundos, mas tirou o chapéu (literalmente) à exibição do compatriota. Porém, a Jumbo-Visma não saiu completamente desiludida de Turim. Tobias Foss tem apenas 23 anos, mas já um potencial reconhecido, para o qual contribuiu ganhar o Tour de l'Avenir em 2019.

Apesar de George Bennett ser, na teoria, o líder da Jumbo-Visma, perder 41 segundos, enquanto Foss somou apenas mais 13 que Ganna, deixa o norueguês numa boa posição inicial para poder ser também ele uma aposta.

E dos potenciais candidatos a lutar pela geral, Foss foi o único que bateu João Almeida. "Obtive um resultado melhor do que tinha pensado.  É uma excelente forma de começar a corrida. É um tipo de resultado que te dá uma importante dose extra de motivação", referiu o ciclista, citado pela Deceuninck-QuickStep.

Além de João Almeida, a equipa belga viu ainda Rémi Cavagna ser quinto, a 18 segundos - o campeão francês queria ganhar o contra-relógio - e Remco Evenepoel em sétimo, a 19 segundos. O regresso do belga foi um dos momentos do dia. "Ter três ciclistas no top 10 é excelente para a equipa", afirmou Almeida, numa altura que muito se vai começar a falar da forma física de Evenepoel.

Apesar de surgir com o dorsal um da equipa, a sua longa ausência da competição devido a uma grave queda na Lombardia, levanta dúvidas quanto à sua condição. Evenepoel começou bem, mas os verdadeiros testes chegarão com a montanha. Para João Almeida é ainda mais importante arrancar como o melhor da Deceuninck-QuickStep para que possa reclamar o estatuto de número um na equipa neste Giro.

Quanto aos outros dois portugueses em prova, Nelson Oliveira (Movistar) é um especialista no contra-relógio, mas este de Turim não era nada que pudesse beneficiar as suas características. Terminou a 29 segundos de Ganna, com Ruben Guerreiro (EF Education-Nippo) a perder 47.

Na perspectiva de João Almeida, o ciclista das Caldas da Rainha ganhou tempo aos rivais, com Aleksandr Vlasov (Astana) a ser o melhor, a 24 segundos de Ganna. Egan Bernal fez mais 39 segundos do que o companheiro de equipa e Jai Hindley (DSM), que no Giro passado esteve perto de ganhar a corrida, tem 46 segundos de atraso. Mikel Landa (Bahrain-Victorious), que assumiu que a Volta a Itália é para ganhar, pode dizer que nem foi dos seus piores contra-relógios, tendo 49 segundos para recuperar para Ganna, que não será um adversário directo.

2ª etapa: Stupinigi (Nichelino)-Novara (179 quilómetros)



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