© João Fonseca Photographer |
Com Iván Ramiro Sosa a ser um mais natural candidato na equipa a vestir de amarelo (foi quinto, a nove segundos do companheiro), Hayter acabou por surpreender e não só fez uma excelente subida na Serra de Monchique, como ao sprint foi mais forte que... João Rodrigues. A W52-FC Porto ficou perto de vencer novamente na Volta ao Algarve, depois de Amaro Antunes ter conquistado o Malhão em 2017. A equipa portuguesa esteve ao ataque, colocando Samuel Caldeira na frente, depois controlou o grupo principal, assumindo esse papel principalmente depois da UAE Team Emirates ter perdido Rui Costa.
Com ambição à geral, o campeão do mundo de 2013 caiu na descida do Alferce e abandonou. João Rodrigues e Amaro Antunes (W52-FC Porto) assumiram o destaque entre os portugueses, com Luís Fernandes (Rádio Popular-Boavista) a terminar na nona posição, a 35 segundos de Hayter. Rodrigues ficou com o mesmo tempo, enquanto Amaro tem 30 segundos para recuperar. Boa prestação lusa na Fóia.
Mas Hayter não deixou que a festa fosse portuguesa. A Ineos Grenadiers em tradição na Volta ao Algarve. Então como Sky, venceu com Michal Kwiatkowski (2018), Geraint Thomas (duas vezes, 2015 e 2016) e Richie Porte (2021). Apesar desta feita ter viajado ao sul de Portugal sem nenhuma das principais estrelas, apostou em jovens que querem afirmar-se na equipa. Iván Ramiro Sosa já tem algum estatuto, mas está à procura de fortalecê-lo.
Apesar de Hayter estar de amarelo, Sosa não está fora da equação, com nove segundos de atraso, com Sebastián Henao a 20. A Ineos Grenadiers tem muitas armas para preparar a sua táctica no ataque a mais uma vitória na geral da Algarvia. Talvez não esperasse ter uma equipa portuguesa como rival, com a ProTeam espanhola, Caja Rural, a ter Jonathan Lastra também na luta. Terminou em terceiro, com o mesmo tempo do vencedor, enquanto a Arkéa Samsic ficou com Elie Gesbert a ambicionar o pódio (ou mais), pois são apenas quatro segundos para recuperar.
Ou seja, tudo completamente em aberto, para o contra-relógio de sábado, com Hayter a poder defender-se muito bem, já que tem escola de pista, com vários títulos conquistados nas camadas jovens. Hayter é um jovem que já estava a ser seguido pela Ineos Grenadiers. Estagiou na equipa em 2018, mas até entrar no plantel principal em Janeiro de 2020, esteve em equipas amadoras do seu país. E já venceu uma etapa e a classificação da juventude na Settimana Internazionale Coppi e Bartali, juntando agora a etapa na Volta ao Algarve.
"Na última descida [depois de subir a Pomba] fui prudente e atrasei-me um pouco, perdendo algumas posições. O meu colega de equipa Carlos [Rodriguez] trouxe-me novamente ao grupo e entrei na última subida bastante protegido. O Sebastián Henao impôs um ritmo forte, e o Iván Sosa ajudou e coube-me ir até ao final. Estava com esperanças de fazer uma boa corrida aqui no Algarve, mas confesso que me correu melhor do que esperava. Agora resta-me aguentar a liderança até onde puder", salientou um muito sorridente Hayter.
Para os homens da geral, depois dos 182,8 quilómetros entre Sagres e Fóia, segue-se um fim-de-semana intenso com o contra-relógio de Lagoa (20,3 quilómetros), seguindo-se o grande final no domingo: Albufeira-Malhão (170,1 quilómetros).
Quanto às camisolas, Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) perdeu a amarela, mas manteve a verde dos pontos, João Rodrigues vestiu a azul da montanha, Sean Quinn (Hagens Berman Axeon) está a gostar de Portugal, pois é o melhor jovem (camisola branca) depois de no domingo ter ganho a Clássica da Arrábida. A Ineos Grenadiers além de liderar a geral com Hayter, é também primeira por equipas.
Classificações completas, via ProCyclingStats.
3ª etapa: Faro-Tavira (203,1 quilómetros)
Duas dificuldades para somar pontos para a camisola da montanha e três metas volantes, num dia que normalmente é feito a grande velocidade, apesar dos muitos quilómetros.
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