© João Fonseca Photographer |
Mas não, a Volta ao Algarve entra na lista de mais uma das coisas que a pandemia nos tirou. Nos últimos anos, a Algarvia tornou-se numa espécie de romaria anual que, pessoalmente, recusava falhar. Aquele ambiente de ciclismo, misturado com os ares do sul do país são elementos irresistíveis. Em Fevereiro há quem não queira falhar o Carnaval... Eu não quero falhar a Volta ao Algarve!
Desde que comecei a ir - e a presença de Marcel Kittel foi a que num ano me fez tirar férias para poder estar no Algarve - pude ver de perto ciclistas como Alberto Contador, Mark Cavendish, André Greipel, Geraint Thomas, Primoz Roglic, Tony Martin... Campeões do mundo, da Europa, muitos campeões dos seus países... Em 2020, estiveram no Algarve Vicenzo Nibali e Mathieu van der Poel... Por cá, tem-se visto alguns ciclistas com muita história, outros a começar a escrevê-la. Será impossível esquecer como se viu de perto a classe de Tadej Pogacar e Remco Evenepoel, por exemplo, duas das mais recentes estrelas da modalidade.
Pelo meio até foi possível entrevistar the one and only Philipe Gilbert, e não só! Aqueles cinco dias são especiais e que falta fazem neste início de 2021 tão... tão igual a quase todo 2020. Há um ano, na Algarvia, longe se estava de imaginar o que o resto do ano iria ser. A corrida foi espectacular.
Além das equipas estrangeiras, também há a oportunidade de ver as portuguesas. Falar com ciclistas e directores desportivos sobre a época que está a dar as primeiras pedaladas. Conhecer e partilhar o entusiasmo daqueles jovens que, acabadinhos de chegar à elite, olham para o lado no pelotão e podem ver vencedores das grandes provas internacionais, aquelas que eles próprios um dia ambicionam estar.
São cinco dias de um mundo diferente. Uma amostra do melhor do ciclismo. Este ano serão cinco dias em confinamento, bem longe do Algarve.
Já que a esperança do calendário em Portugal se concretizar como foi definido desvaneceu-se, resta olhar em frente e esperar que em Maio possa realizar-se a Algarvia. A nova data até poderá levar algumas equipas previstas para Fevereiro a não viajar para o nosso país. Mas o que se quer é ciclismo. Se tem de ser em Maio, muito bem, mas que seja e certamente que haverá figuras importantes no pelotão que tem sido dos melhores em corridas ProSeries (segundo escalão).
Os adeptos da modalidade agradecem que a corrida se concretize e a região também. O impacto mediático da Algarvia tem comprovado que o apostar na realização da prova é uma excelente promoção o sul. E este ano, o Algarve bem precisa do fluxo financeiro que a Algarvia proporciona.
Esperar é o que resta a todos. Não há Volta ao Algarve em Fevereiro e com o confinamento a poder durar o mês de Março e, com restrições previstas para o período da Páscoa, não será de admirar que as corridas de Março e eventualmente de início de Abril possam ficar sem efeito. O desporto de elite tem autorização para se realizar. Mas o ciclismo está dependente de as câmaras autorizarem a passagem do pelotão. Ninguém esquece como em 2020 a Volta a Portugal esteve em risco. Realizou-se mais tarde, a muito custo, porque algumas autarquias não quiseram receber a corrida em Agosto.
Nada é certo, as equipas portuguesas vão preparando-se para para quando houver sinal verde para a época arrancar. Enquanto se espera pela temporada de estrada, o ciclocrosse terá o Campeonato Nacional de elite este domingo, em Anadia (em redor do velódromo e da pista de BMX). Um pouco de competição que muitos ciclistas agradecem.
Quanto à Volta ao Algarve... É preparar a viagem para rumar a sul em Maio (5 a 9)!
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