1 de setembro de 2020

Assim Roglic é imbatível!

© ASO
Tem tempo para vestir a camisola amarela, mas é impossível resistir a uma vitória de etapa que Primoz Roglic quase faz parecer fácil. Tem-se visto tanta vez ganhar como fez nesta quarta-feira. Quando o grupo se aproximou do último quilómetro sem que ninguém atacasse, foi como estender a passadeira vermelha a Roglic.

Esta capacidade de sprintar em chegadas em alto está a demonstrar ser um ponto fortíssimo de um esloveno que afirma-se cada vez mais como candidato número um à conquista do Tour. Ainda mais quando Egan Bernal (Ineos Grenadiers) demonstrou algumas dificuldades naqueles metros finais. Não perdeu tempo, mas não conseguiu ficar perto de Roglic.

Aqueles que tentaram ficar perto ou até sprintar com o esloveno, não tentaram por muito tempo. Quando este ciclista arranca, estando em forma, ninguém o está a conseguir bater. Foi assim no Tour de l'Ain, foi assim no Critérium du Dauphiné (até abandonar devido a uma queda) e tem sido assim muitas vezes, principalmente nos últimos dois anos. E quanto a essa queda no Dauphiné, se Bernal - que também abandonou essa corrida devido a dores nas costas - não mostrou nada que se parece com o seu melhor -, Roglic passou a mensagem que podem e devem temê-lo.

O melhor para o campeão esloveno e para a sua equipa, é que não tiveram - e não deverão ter nos próximos dias - de se preocupar em ser os únicos a tomar conta da corrida. A Deceuninck-QuickStep está determinada em garantir que Julian Alaphilippe viva novamente um Tour de amarelo, o máximo de tempo possível. E nas etapas ao sprint vai querer trabalhar para Sam Bennett.

© ASO/Alex Broadway
No entanto, a Jumbo-Visma esteve sempre num controlo próximo e assumiu quando foi necessário, na subida final. Wout van Aert (que excelente trabalho está a realizar no Tour em prol de Roglic) e um cada vez mais senhor gregário (não vai demorar muito a merecer ser mais) Sepp Kuss preparam o caminho para Primoz Roglic.

A camisola amarela nunca foi o objectivo do dia. Ainda é cedo e esta equipa não mais cometerá os erros do Giro de 2019. Também é muito mais poderosa e experiente. É uma máquina perfeitamente oleada.

A vitória era impossível resistir já que ninguém fez grande esforço para contrariar ou pelo menos testar Roglic. Valeu Guillaume Martin. O francês da Cofidis nem é de grandes ataques, mas foi ele que abriu o sprint final. Porém, o único que ficou mais perto de Roglic foi Tadej Pogacar (UAE Team Emirates). Será que vamos ter duelo esloveno no Tour? Na Vuelta foi garantia de espectáculo!

Quanto a Alaphilippe, a equipa está unida em o ajudar, mesmo apesar dos seus ciclistas não serem os mais fortes no que a etapas de montanha diz respeito. Porém, o plano era segurar a amarela e a saga de 2019 pode mesmo repetir-se. Há um ano foram 14 dias de amarelo. Esta terça-feira foi quinto na etapa, não tendo forças para tentar chegar às bonificações.

Já Roglic ganhou 10 segundos à concorrência e já sabe como valoriza todo o tempo que possa conquistar em bónus, para dar uma vantagem caso marcar a diferença na estrada seja mais difícil.

Primeiro teste

Na primeira chegada em alto do Tour - Sisteron - Orcières-Merlette, 160,5 quilómetros, com uma subida de primeira categoria a finalizar -, Bernal não convenceu. Mas não foi o pior. A Movistar também não pode estar satisfeita com Enric Mas e Alejandro Valverde e muito menos com Marc Soler. Porém, há que recordar que este ciclista estava apontado ao Giro e foi chamado em cima da hora para o Tour.

A Bahrain-McLaren e Mikel Landa deram sinais que quererem entrar na luta pela geral, Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) controlou as operações. Ainda não era o momento de se mostrar. Nota positiva também para Richie Porte e Bauke Mollema da Trek-Segafredo e ainda mais positiva para Nairo Quintana (Arkéa-Samsic).

Sergio Higuita (EF Pro Cycling) e Fabio Aru (UAE Team Emirates) estiveram aquém do esperado. Emanuel Buchmann (Bora-Hansgrohe) perdeu nove segundos, mas não deverá ser grave com tanta montanha pela frente. No entanto, a questão é se está com problemas físicos depois de ter caído no Dauphiné.

Classificações completas, via ProCyclingStats.

5ª etapa: Gap - Privas, 183 quilómetros



Regresso dos sprinters, mas atenção à subida de quarta categoria a menos de 20 quilómetros da meta. As equipas interessadas no sprint terão de estar atentas a eventuais ataques.

De realçar que a chegada é em ligeira subida, algo que agrada, por exemplo, a Peter Sagan. O eslovaco da Bora-Hansgrohe já está de verde, mas continua a mostrar ser um ciclista muito longe daquela forma temível de outras temporadas. Ainda não ganhou em 2020.

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