© ASO/Pauline Ballet |
Na primeira etapa Ewan foi um dos muitos ciclistas que caiu. Nem se o viu no sprint final. Os companheiros John Degenkolb e Philippe Gilbert também sofreram quedas. O pior estava para vir. O alemão chegou fora do tempo limite, cerca de dois minutos, e os comissários não perdoaram. Foi excluído logo no primeiro dia. Gilbert terminou a tirada, mas os exames médicos detectaram uma fractura na rótula. Não partiu para a segunda etapa.
Na terceira, Ewan finalmente deu uma alegria, mas só depois de dar um susto aos colegas que tanto trabalharam para o colocar na frente da corrida. De repente, nem vê-lo e os ciclistas da Lotto Soudal procuravam pelo seu sprinter. O sprint começou e nada de Ewan, até que, surge um capacete vermelho a alta velocidade, a contornar os adversários com uma incrível destreza e muita coragem. Aquela ultrapassagem a Sagan junto às grades... A cerca de 100 metros da meta, Sam Bennett estava já a ver a primeira vitória no Tour acontecer. Mas, vai ter de esperar.
O melhor é ver o vídeo, principalmente a repetição do sprint da imagem do helicóptero. Uma nota: o vento estava de frente, mas não abrandou Ewan!
🚀 ¡Triunfo para Caleb Ewan! El Cohete de bolsillo se lleva la 3ª etapa del #TDF2020— Eurosport.es (@Eurosport_ES) August 31, 2020
¡Remontando a Sam Bennett!
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Aos 26 anos, Ewan mostra como tinha razão em exigir à sua antiga equipa, Mitchelton-Scott, que o levassem ao Tour. Já com vitórias na Vuelta (uma) e Giro (três), o pequeno australiano (só tem 1,65 metros), tinha dado provas que podia medir forças com os melhores do mundo. Hoje também já o é e a Volta a França está a tornar-se a sua corrida.
Em 2019, com as cores de uma Lotto Soudal que elegeu Caleb Ewan para substituir André Greipel, o sprinter de estranho estilo não demorou a fazer esquecer o alemão. Aquela forma de sprintar deitado no guiador é uma imagem de marca, ainda que já vá mostrando uma posição um pouco diferente. Está a evoluir e está a tornar-se num caso sério de sucesso no grande palco que é o Tour.
Caleb Ewan cortou a meta com clara vantagem sobre Sam Bennett © ASO |
Apesar de ter sido na equipa do seu país, a Mitchelton-Scott, que evoluiu, que se tornou num pequeno grande sprinter, a decisão de mudar-se para a Lotto Soudal não lhe deu só a tão desejada presença no Tour e a liderança nos sprints. Na formação belga, o seu crescimento continuou (e continua) e até deu um salto de qualidade, fruto de uma estrutura muito mais dedicada a este tipo de ciclista (assim como para as clássicas). E ajuda ter corredores experientes e dedicados quase exclusivamente em ajudar Ewan.
O Tour pode ter encontrado uma nova estrela do sprint para os próximos anos, à imagem do que aconteceu - recordando nomes mais recentes - com Mark Cavendish e Marcel Kittel.
Classificações completas da terceira etapa, via ProCyclingStats. 198 quilómetros que ligaram Nice a Sisteron.
4ª etapa: Sisteron - Orcières-Merlette, 160,5 quilómetros
Primeira chegada em alto do Tour. Primeiro teste à liderança de Julian Alaphilippe. O ciclista da Deceuninck-QuickStep talvez nem tenha de se preocupar muito com a Jumbo-Visma e a Ineos Grenadiers. É provável que as duas grandes candidatas estejam a pensar em lançar as suas armas mais adiante, poupando os líderes num Tour que será desgastante. O mesmo poderá suceder com Thibaut Pinot, da Groupama-FDJ.
No entanto, vários ciclistas estão a 17 segundos do francês e vestir a camisola amarela, mesmo sabendo que não a vão manter, poderá ser um momento que marque uma carreira. Sergio Higuita (EF Pro Cycling), Esteban Chaves (Mitchelton-Scott), Pierre Latour (AG2R), Miguel Ángel López (Astana), Pierre Rolland (B&B Hotels-Vital Concept) são nomes a ter muito em conta na etapa desta terça-feira. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) é um ciclista que já está mais na mira das principais figuras, depois do que vez na Vuelta, mas está desejoso de ganhar uma etapa.
E porque não juntar a esta lista Mikel Landa, da Bahrain-McLaren, ainda que o espanhol esteja a apontar à vitória finaç e não apenas a um pódio. Uma liderança tão cedo poderá não ser o mais sensato para a equipa, longe de poder competir com a Jumbo-Visma e a Ineos Grenadiers. Ainda mais já perdeu Rafael Valls e Wout Poels está a competir com uma costela partida e uma contusão no pulmonar, depois de ter caído na primeira etapa.
Não esquecer Adam Yates. O líder da Mitchelton-Scott só tem quatro segundos para recuperar. É outro candidato, ele que não tem pretensões à geral, mas a amarela está ali tão perto...
Alaphilippe não vai ter um dia fácil, mas já o vimos defender-se em condições bem mais difíceis em 2019, pelo que poderá manter-se como líder e começar a viver uma nova saga de amarelo.
»»Segundos bónus não seduzem a todos. Mas Alaphilippe agradece««
»»Lembram-se deste Kristoff««
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