© ASO/Alex Broadway |
Aqui está uma etapa em que as imagens televisivas podem servir para ensinar os mais novos como se deve fazer, quando se deve fazer. Caleb Ewan, Peter Sagan e Sam Bennett acabaram lado a lado, com Wout van Aert no meio, mas a ser prejudicado pelo eslovaco. Mas já lá se irá. O pequeno Ewan continua a mostrar como é um grande sprinter e ao atirar a bicicleta como mandam as regras, conseguiu bater a concorrência.
É tudo uma questão de momento, de potência e, claro, de posicionamento. Mas tendo em conta a alta velocidade de um sprint, estamos perante atletas que após o desgaste físico, não só de hoje, têm de tomar decisões em centésimos de segundo. Ewan não só decidiu bem, como demonstra como está em boa forma e como já não é conhecido pelo ciclista que sprintava "deitado" no guiador. Já é conhecido como um dos melhores sprinters. Foi a segunda vitória no Tour e está a uma de igualar a marca na sua estreia em 2019.
© ASO |
O sprint foi algo caótico (o que muitas vezes ajuda à espectacularidade), com as equipas a ficarem fora das posições pretendidas com as curvas e estreitamentos de estrada nos últimos quilómetros, o que dificultou a muito importante colocação. Aqui entram ciclistas como Michael Morkov (Deceuninck-QuickStep) - um dos melhores lançadores da actualidade agora ao serviço de Bennett - Daniel Oss (Bora-Hansgrohe) - o braço-direito de Sagan - e Roger Kluge (Lotto Soudal) - o inseparável companheiro de Ewan. Mas no final, foi a classe de cada um dos sprinters que fez a diferença.
Desta vez, Ewan foi o melhor depois de ter sido batido no dia anterior pelo Bennett e deixou a garantia que pretende ultrapassar a muita montanha que vai ter agora pela frente, para chegar aos Campos Elísios. Antes ainda haverá mais uma oportunidade na 19ª etapa.
Foi muito tempo à espera do sprint numa etapa com pouca história - Matthieu Ladagnous (Groupama-FDJ) também não deve ter tido o dia mais divertido na fuga solitária, sabendo que não resultaria -, mas quando se assiste a sprints assim, com os melhores do mundo a mostrarem porque o são, então percebe-se e é mais fácil mostrar porque o ciclismo é tão bonito.
🇦🇺@CalebEwan of 🇧🇪@Lotto_Soudal wins stage 11 of 🇫🇷@LeTour #TDF2020 (📺@sporza_koers) pic.twitter.com/y7ycEoekri— World Cycling Stats (@wcsbike) September 9, 2020
Também o exemplo do que não de pode fazer
Foi mesmo um sprint que pode servir de lição. O muito bom que se viu teve o lado negativo por um gesto de Sagan, na procura de ganhar posição. A recta da meta tinha uma espécie de separadores publicitários encostados às barreiras que obrigaram a uma linha mais afastada das grades de protecção. Ao desviar-se de um, Sagan encontrou Wout van Aert no caminho e encostou-se com o ombro e ainda a cabeça ao ciclista da Jumbo-Visma.
Nada aconteceu, felizmente, a não ser que Van Aert foi prejudicado depois de ter saído na frente no início do sprint. O belga protestou de imediato com Sagan. Os comissários não deixaram passar o gesto sem uma penalização. O ciclista da Bora-Hansgrohe foi relegado de segundo classificado para o final do pelotão (85ª posição) e retiram-lhe todos os pontos conquistados na etapa, incluindo os do sprint intermédio.
A conquista da oitava camisola verde ficou seriamente ameaçada. São 68 pontos a separá-lo de Sam Bennett, o seu antigo companheiro de equipa. Das sete que Sagan ganhou, só não são provavelmente oito consecutivas porque em 2017 o eslovaco, ao sentir Mark Cavendish encostar-se a ele (num gesto idêntico ao que se viu hoje) acabou por o afastar com o braço. A queda aparatosa do britânico acabou por levar à expulsão do eslovaco da corrida.
12ª etapa: Chauvigny - Sarran Corrèze, 218 quilómetros
É a etapa mais longa do Tour. A subida de segunda categoria antes dos quilómetros finais com segundos bónus disponíveis (oito, cinco e dois) poderá dar ideias a alguém que esteja de olhos postos na geral a tentar ganhar vantagem. Já se sabe o quanto o camisola amarela Primoz Roglic (Jumbo-Visma) adora amealhar todos os segundos bónus que pode.
Contudo, tendo em conta a dificuldade que espera a todos na sexta-feira, esta tirada poderá ser uma boa oportunidade para aqueles que procuram vitórias em etapas e que já perderam tempo suficiente para não serem perseguidos pelas equipas dos candidatos.
Contudo, tendo em conta a dificuldade que espera a todos na sexta-feira, esta tirada poderá ser uma boa oportunidade para aqueles que procuram vitórias em etapas e que já perderam tempo suficiente para não serem perseguidos pelas equipas dos candidatos.
Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep), Pierre Latour (AG2R), Daniel Martin (Israel Start-Up Nation), Hugh Carthy (EF Pro Cycling) foram ciclistas que na etapa desta quarta-feira já pouparam algumas forças.
Sem comentários:
Enviar um comentário