© Bettiniphoto/UAE Team Emirates |
Aos 33 anos e com um papel cada vez mais secundário, mesmo na UAE Team Emirates, Kristoff não entrava muito nas contas para ser o vencedor na primeira etapa do Tour. Acabou por ser referido por ser um daqueles sprinters com muitas presenças - é a sua oitava Volta a França -, mas que nunca havia vestido a camisola amarela, a exemplo de Peter Sagan (Bora-Hansgrohe). O eslovaco vai ter de esperar para juntar a amarela à sua extensa colecção de camisolas, mas Kristoff surpreendeu e já a tem.
Desde que a sua relação com a então Katusha-Alpecin começou a azedar em 2017, que Kristoff teve uma tremenda quebra de rendimento. Ia vencendo, mas faltava-lha vitórias nos grandes palcos. Durante os três anos referidos, conquistou a Milano-Sanremo, a Volta a Flandres e também foi figura no Tour, só para referir os triunfos de maior destaque. Em 2014 foram 14, 2015 aumentou para 20 e em 2016, 13.
Mas a partir de 2016, as vitórias eram muitas vezes em corridas de categorias inferiores. Porém, Kristoff sempre teve a capacidade de quando pouco parecia contar com ele, de calar alguns críticos. Como aconteceu na Prudential RideLondon-Surrey Classic e na Eschborn-Frankfurt, por exemplo. Até se sagrou campeão europeu e por pouco não ficou também com o título mundial. Pelo meio enfrentou acusações de estar gordo, num claro mal-estar na Katusha-Alpecin.
A perder estatuto, mudou-se para a UAE Team Emirates para ser novamente líder. Mas se recuperou confiança, não recuperou aquela veia vencedora. Mas lá está, foi aos Campos Elísios vencer a etapa mais desejada dos sprinters no Tour, juntou mais duas Eschborn-Frankfurt, uma Gent-Wevelgem... Fez o suficiente para que a sua equipa não perdesse confiança nele, ainda que também já tenha contratado ciclistas para ocupar o seu lugar de líder nos sprints e mesmo em algumas clássicas. Caso de Fernando Gaviria e Jasper Philipsen, este último ainda está numa fase de evolução.
Na Katusha-Alpecin, Kristoff não esteve disposto a ficar em segundo plano, compreensível visto então ser um ciclista numa idade para pensar em manter-se no auge. Porém, o tempo passou e o norueguês até vai dando mostras de estar preparado para ser cada vez mais um apoio de qualidade às novas figuras da UAE Team Emirates.
© Bettiniphoto/Bahrain-Merida |
A etapa foi desgastante para todos. A chuva deixou a estrada tão escorregadia que se sucederam quedas. O pelotão chegou a simplesmente abrandar até aos últimos 20 quilómetros finais. Depois de cair no Europeus, na quarta-feira, Kristoff evitou todos os problemas e, como o bom velho Kristoff, foi grande no sprint.
É mais uma prova que este norueguês há-de ter sempre algo para dar, ainda que de ano para ano seja cada vez menos um ciclistas de muitas vitórias. Mas corredores como o Kristoff nunca desistem de obter mais um momento de glória. E vestir a camisola amarela no Tour, mesmo que seja apenas por um dia, é um daqueles que qualquer atleta ambiciona.
© ASO/Alex Broadway |
Pavel Sivakov teve uma estreia madrasta no Tour. Duas quedas, muitas feridas e muitas dores para lidar nos próximos dias. Andrey Amador, também da Ineos Grenadiers caiu igualmente duas vezes, com o rivais da Jumbo-Visma a terem também problemas. Tom Dumoulin e George Bennett foram ao chão. São ciclistas a quem espera um trabalho importante para os respectivos líderes.
A lista de quedas é enorme. Miguel Ángel López (Astana) deslizou até chocar com um sinal, Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) estava a três quilómetros da meta - já com o tempo neutralizado por ordem dos comissários - quando caiu. Giacomo Nizzolo (NTT), Caleb Ewan (Lotto Soudal), Richie Porte (Trek-Segafredo), o português Nelson Oliveira (Movistar) não foram felizes. E estes são apenas poucos exemplos daqueles que tiveram um primeiro dia do Tour bem mais difícil do que o esperado.
Agosto, mês de Verão. Nice, cidade a convidar a mergulhos na praia... Que dia tão cinzento para abrir uma tão aguardada Volta a França. As quedas acabaram por marcar a primeira etapa, de 156 quilómetros, percorridos por Nice. A situação estava tão má que Tony Martin, um autêntico patrão no pelotão, deu ordem para se andar com calma. Só a Astana não respeitou a ia pagando um preço alto com López.
Até aos 20 quilómetros finais só não se pode dizer que houve de descanso, porque aquela descida, com curvas em cotovelo, deixou todos nervosos, mesmo a velocidade muito baixa. Alguns ciclistas quase pararam para curvar.
© ASO/Alex Broadway |
Falta agora saber que consequências terão as quedas em alguns ciclistas. Ainda por cima, este é mesmo o Tour mais exigente dos últimos anos e este domingo há já duas primeiras categorias para enfrentar. Espera-se é que a meteorologia esteja mais simpática.
Apesar da etapa não ter sido o que se esperava, ainda assim só dá vontade de dizer: o Tour está finalmente na estrada.
Classificação completa, via ProCyclingStats.
Classificação completa, via ProCyclingStats.
2ª etapa: Nice Haut Pays - Nice, 186 quilómetros
Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) - mais um dos que caiu - tem esta etapa apontada para tentar repetir a exibição de 2019. Ou seja, quer vencer e vestir novamente a camisola amarela. É um bom dia para ciclistas como o francês, numa altura que a Jumbo-Visma e a Ineos-Grenadiers ainda poderão não estar interessadas em assumir já a liderança. Porém, com Primoz Roglic nunca se sabe!
Será um bom dia para os chamados punchers para tentar perseguir pelo menos a vitória de etapa, se a Jumbo-Visma deixar. Já se percebeu que a equipa holandesa quer mesmo ser a nova dona do Tour, destronando por completo a agora chamada Ineos-Grenadiers.
»»Muito mais do que um Tour««
»»Pinarello Dogma F12 com nova imagem para a agora Ineos Grenadiers««
Será um bom dia para os chamados punchers para tentar perseguir pelo menos a vitória de etapa, se a Jumbo-Visma deixar. Já se percebeu que a equipa holandesa quer mesmo ser a nova dona do Tour, destronando por completo a agora chamada Ineos-Grenadiers.
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