Delmino Pereira (na foto com a segurar a taça) afirma que plano sanitário garante uma Volta a Portugal segura para quem participar e para quem assistir © João Fonseca Photographer |
A decisão da autarquia de Viana do Castelo em não receber este ano a Volta a Portugal devido à pandemia de covid-19, provocou uma reacção imediata da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC). Além de publicar o plano sanitário previsto e aprovado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) para a realização da corrida, Delmino Pereira deu uma entrevista para deixar garantias que é possível haver Volta em segurança.
"O grande problema não está nas normas. O grande problema está na nossa sociedade que está permanentemente a ser incumpridora das normas que a DGS definiu", salientou o presidente da FPC à RTP. Delmino Pereira salientou que "a DGS tem consciência da realidade do evento" e que é esta mesma entidade que emite os pareceres sobre todos os sectores de actividade.
O dirigente referiu como a Volta a Portugal - que se vai realizar entre 29 de Julho e 9 de Agosto - pode mesmo ser um exemplo de civismo. Recordou que a maioria dos quilómetros da corrida são pelo interior do país, por estradas em que há poucas pessoas a ver, ou seja, com pouca probabilidade de ajuntamentos.
A maior questão prende-se com as partidas e chegadas nas cidades e o responsável assegurou que se está a trabalhar para que se esteja nesses locais com toda a segurança. Realçou igualmente que o plano sanitário que será colocado em prática é idêntico aos que serão aplicados em corridas como o Tour, Vuelta e noutras grandes corridas mundiais e que têm uma presença muito maior de público, além de muito mais pessoas envolvidas na própria corrida.
A autarquia de Viana do Castelo, cidade que tem tradicionalmente recebido ou uma partida ou uma chegada na Volta, justificou a decisão de não ser um dos palcos da corrida, por não querer "dar sinais contraditórios" à sociedade.
"Neste tempo de incerteza e de imprevisibilidade face ao desconhecimento da evolução da covid-19 e de uma eventual segunda vaga, o município de Viana do Castelo num sentido de prudência, responsabilidade e respeito pela vida não vai permitir a realização da Volta A Portugal em Viana do Castelo no início de agosto", lê-se no comunicado.
"Acima de tudo temos de proteger e aliviar a pressão, com prevenção do Serviço Nacional de Saúde que tem estado sobre um elevado stress nestes últimos meses", acrescentou a autarquia.
As medidas que serão implementadas
Relativamente às partidas e chegadas, o plano da FPC prevê a instalação de postos de avaliação médico-sanitária. O objectivo passa por "promover a verificação do estado de saúde em questão de sinais/sintomas associados à covid-19, e a prevenir transmissão e conter casos suspeitos antes de iniciar a competição desportiva".
Nestes locais vão existir duas áreas de acesso restrito a pessoas credenciadas. A ideia é criar "bolhas sanitárias". "À Zona 0 apenas poderão aceder corredores, um número de limitado de elementos de staff técnico das equipas, forças de segurança, jornalistas e elementos com funções indispensáveis à realização do evento. O acesso à Zona 1 está limitado a pessoas credenciadas como patrocinadores, convidados, comunicação social e logística." Em ambas as zonas será obrigatório o uso de máscara.
A FPC garante ainda que "serão criados mecanismos de limitação de acesso do público às áreas de partida e chegada das etapas. Os pontos de interesse durante as etapas (metas intermédias) serão colocados em locais de menor concentração populacional, contribuindo para menores ajuntamentos populares".
Regras para as equipas
As equipas terão "um médico, responsável pela aplicação das normas sanitárias no seio da equipa e pela ligação ao médico coordenador do evento". Além disso "todos os atletas, equipas técnicas e staff devem realizar um teste para SARS-CoV-2 na véspera do confinamento em coorte de 14 dias, e ainda 24 horas antes do início da prova". Ou seja, os membros das equipas que forem participar na Volta, terão de estar juntos nos 14 dias antes da corrida começar.
Quanto às formações estrangeiras, além de terem de cumprir as mesmas regras que as portuguesas, terão ainda "de comprovar a realização de testes à SARS-Cov-2 a todos os elementos da equipa (ciclistas e staff) com resultado negativo no máximo até 5 dias antes de entrarem em Portugal".
O número de ciclistas no pelotão será reduzido, assim como os quilómetros de cada etapa.
O número de ciclistas no pelotão será reduzido, assim como os quilómetros de cada etapa.
Responsabilidade da organização
As medidas continuam e haverá "um médico-coordenador, responsável por zelar pelo cumprimento do plano médico-desportivo e sanitário, articulando e coordenando os demais elementos médicos, de socorro e sanitários do evento, pugnando pela prioridade das medidas de saúde estabelecidas pela Autoridade de Saúde Nacional".
A organização será ainda a "responsável pela distribuição das equipas pelas unidades hoteleiras, baseando-se na Orientação 008/2020 da DGS, limitando o número de equipas na mesma unidade de alojamento e criando corredores de circulação que permitam afastar os membros das equipas dos restantes hóspedes".
Pode ler neste link o plano sanitário da FPC na íntegra. E neste link está disponível o parecer da DGS sobre a realização da Volta a Portugal.
»»Ciclismo nacional está de volta!««
»»Manifesto de apelo ao regresso do ciclismo««
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