21 de fevereiro de 2020

Cees Bol mantém senda holandesa nos sprints

Mais um sprinter holandês a vencer na Volta ao Algarve e em Tavira. Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) venceu nas últimas duas edições nesta cidade, mas este domínio dos Países Baixos estende-se ao sprint de Lagos, com Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep) a ganhar este ano e em 2019 e novamente Groenewegen em 2018. Quem entra agora para a lista é Cees Bol, um jovem que alimenta muitas expectativas na Sunweb, numa fase em que a equipa está em reestruturação depois da saída de Tom Dumoulin.

Bol está a fazer a sua estreia na época na Algarvia e em Lagos já tentou intrometer-se na luta pela vitória, sendo sexto. Desta feita, apesar da Deceuninck-QuickStep ter trabalhado muito durante a etapa mais longa da corrida (201,9 quilómetros, entre Faro e Tavira) e da Alpecin-Fenix ter colocado Sacha Modolo na discussão, foi Cees Bol que arrancou nos últimos 200 metros para deixar todos a vê-lo pelas costas. Numa chegada com uma ligeira inclinação, foi pura potência o que aplicou Bol na sua bicicleta, no alto dos seus 1,94 metros. Modolo e Jakobsen não são exactamente pequenos (1,80 e 1,81 respectivamente), mas a estatura de Bol e restante compleição física, impressionam.

E não é a primeira vez que este ciclista mostra o seu potencial. Na acidentada 
Danilith Nokere Koerse (uma queda marcou a fase final da corrida) e na sétima etapa da Volta à Califórnia na temporada passada, já se tinha visto que este é um corredor que pode seguir a linha de sucesso de sprinters holandeses. Venceu ainda na Volta à Noruega e em 2020 a sua responsabilidade vai aumentar. A Sunweb não vai apostar tão forte nas gerais, ainda que continue a ter corredores que vão procurar bons resultados nessas provas: Sam Oomen e Wilco Kelderman, por exemplo. Porém, a saída de Tom Domoulin obrigou a equipa a regressar um pouco às origens.

Bol vai repartir os sprints com Michael Matthews (sem esquecer Nikias Arndt), enquanto continuará a sua "formação" nas clássicas do pavé, assumindo que tem uma preferência especial pelo Paris-Roubaix. Para já tem a Kuurne-Bruxelles-Kuurne no seu calendário e será um candidato, ainda mais depois do que fez esta sexta-feira em Tavira.

"Os meus colegas foram excepcionais ao colocarem-me numa boa posição para o sprint. Não foi uma etapa stressante, antes pelo contrário, até deu para aproveitar o sol. É a minha primeira corrida do ano e vencer dá-me confiança para os próximos objectivos. Na próxima semana correrei a Kuurne-Bruxelles-Kurne e, por isso, ganhar aqui é um sinal de que me encontro bem", salientou o holandês.

Aos 24 anos, Bol não está a ter uma ascensão meteórica, mas desde cedo que o seu potencial chamou a atenção. Esteve na equipa de desenvolvimento da Rabobank, passando depois pela SEG Racing Academy, uma das melhores equipas mundiais de sub-23, somando algumas vitórias nos escalões de formação. Apesar de se mostrar um ciclista descontraído, é ambicioso e está preparado para ser um dos rostos desta Sunweb.

A equipa marca assim o ponto na Algarvia, onde já viu Oomen a vencer a classificação da juventude em 2018 e há um ano, Soren Kragh Andersen foi uma das figuras da corrida, ao ser segundo no contra-relógio de Lagoa, Malhão e geral.

Em Tavira cumpriu-se o final esperado, com uma estreia a vencer na Algarvia, depois e Remco Evenepoel o ter feito na Fóia. O ciclista da Deceuninck-QuickStep manteve a camisola amarela, com Max Schachmann (Bora-Hansgrohe) a não deixar respirar o belga, quando o Malhão se prepara para receber uma etapa que, desta feita, não irá decidir a corrida. Ainda falta o contra-relógio de Lagoa, no domingo. Evenepoel é ainda o líder da juventude e da montanha, enquanto Jakobsen veste a camisola vermelha dos pontos.

4ª etapa: Albufeira-Alto do Malhão (169,7 quilómetros)



Picota regressa ao percurso depois da primeira etapa (aos 60 quilómetros) e juntamente com Barranco do Velho (104) e Alte (132,2) serão as terceiras categorias que vão começar a testar as forças e estratégias dos candidatos. Depois seguem-se as habituais duas subidas ao Alto do Malhão (segunda categoria), na Serra do Caldeirão. Serão 2,5 quilómetros, com inclinação média de 9,9%, com a principal diferença a ser a menor distância entre as duas subidas, que passará a ser de cerca de 20 quilómetros. Menos tempo para recuperar para os que perderem tempo na primeira ascensão. A partida será dada às 12:30 e a chegada ao Malhão deverá acontecer cerca das 17:00

Classificação via FirstCycling.





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