(Fotografia: Giro d'Italia) |
Simon Yates não era um vencedor anunciado. Muito pelo contrário. Porém, as suas convincentes exibições durante duas semanas colocaram-no no patamar daqueles que se pode dizer que tem o Giro na mão. O problema é que falta a terceira semana e colocar a outra mão no troféu e assim garanti-lo é uma missão bem complicada. O britânico ainda não tinha tido um dia mau. Surgiu esta quinta-feira. De repente, uma diferença de 56 segundos para Tom Dumoulin, que parecia ser mais do que suficiente para controlar as três etapas de montanha que faltavam, foi reduzida para metade. Pior é mostrar debilidade numa fase em que já ninguém tem muito a perder se quiser ainda tentar atacar a liderança. Nos próximos dois dias a motivação dos adversários, com destaque, além de Dumoulin, para Domenico Pozzovivo (terceiro a 2:43 minutos), mas principalmente para Chris Froome (quarto a 3:22), estará em alta.
Em poucos quilómetros a Volta a Itália foi relançada e se ainda não estava fechada, ficou agora completamente aberta. Se já havia a intenção de explorar uma eventual fraqueza do camisola rosa, agora que a mostrou logo no primeiro dos três dias decisivos, não haverá descanso nem para Yates, nem para a sua equipa, Mitchelton-Scott. O próprio admitiu que não teve "boas pernas", mas é também nestes momentos que se vê quem tem calibre de campeão. Yates recusa entrar em pânico.
Dumoulin tem sido o exemplo de como é importante saber manter a calma nos momentos em que parece que tudo se pode perder. Já sofreu ataques que o poderiam ter deixado fora da luta, mas resistiu e aí está ele com apenas 28 segundos a separá-lo do primeiro lugar, no qual terminou em 2017. Agora é a vez de Yates de demonstrar frieza. Não será fácil, mas se o britânico admitiu que não iria andar tanto ao ataque, o que seria algo mau para os fãs, pois essa postura significa menos espectáculo, agora teremos outros a dá-lo. Assim sim, vale a pena ver tantos dias de corrida para conhecer o grande vencedor. Se não é possível ter dias memoráveis de ciclismo em todas as etapas, pelo menos que haja emoção até final.
Dumoulin tem sido o exemplo de como é importante saber manter a calma nos momentos em que parece que tudo se pode perder. Já sofreu ataques que o poderiam ter deixado fora da luta, mas resistiu e aí está ele com apenas 28 segundos a separá-lo do primeiro lugar, no qual terminou em 2017. Agora é a vez de Yates de demonstrar frieza. Não será fácil, mas se o britânico admitiu que não iria andar tanto ao ataque, o que seria algo mau para os fãs, pois essa postura significa menos espectáculo, agora teremos outros a dá-lo. Assim sim, vale a pena ver tantos dias de corrida para conhecer o grande vencedor. Se não é possível ter dias memoráveis de ciclismo em todas as etapas, pelo menos que haja emoção até final.
"Calma" é uma palavra-chave nesta altura. Yates tem de a manter e Dumoulin já disse que é melhor não a deixar ser apanhada por excesso de confiança. Se nesta quinta-feira tudo lhe correu de feição, o holandês avisa que as duas etapas mais difíceis serão as de sexta e sábado. Para um ciclista que prefere fazer as subidas num ritmo certo, quando ataca tem de o fazer valer. A sua movimentação não deixou Yates para trás, mas foi o primeiro "safanão" à resistência do camisola rosa. Quando Froome fez a sua jogada, Dumoulin conseguiu aguentar, Yates não. O problema para o líder da Sunweb é terá de o fazer num terreno que não lhe sendo desfavorável (a maioria das subidas são complicadas, mas com uma pendente constante), é mais favorável ao seu adversário directo.
Foi apenas uma subida, já na parte final da longa etapa de 196 quilómetros entre Abbiategrasso e Prato Nevoso. Amanhã serão 184 que incluem uma segunda categoria, a Cima Coppi (ponto mais alto, que será a 2178 metros no Colle delle Finestre), uma terceira e para acabar mais uma primeira. Yates só poderá desejar que tenha tido um mau dia e nada mais. Os adversários pedirão para não terem eles mais nenhum dia menos bom e que consigam "abanar" um líder que, nas palavras de Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) aquando do contra-relógio, estava "imbatível". Tudo muda num instante...
De referir que Miguel Ángel López (Astana) deixou bons sinais que está bem para ainda se mostrar nesta terceira semana. Consolidou a classificação da juventude, deixando Richard Carapaz (Movistar) a 1:05 minutos, ultrapassou Rohan Dennis (BMC) na geral e tem o quinto posto de Pinot a 30 segundos. Falta a vitória de etapa que a Astana continua a procurar. Dois ciclistas no top dez - Pello Bilbao é oitavo - e a camisola branca é bom. Uma etapa será muito melhor e mais próximo da senda ganhadora que a equipa estava a viver quando arrancou o Giro.
O português José Gonçalves teve mais um bom dia. Até se mostrou na subida final, mas com a etapa já resolvida para os homens da fuga, o ciclista da Katusha-Alpecin concentrou-se em tentar melhorar a sua classificação na geral. Subiu dois lugares e é 18º, a 16:30 de Yates. Melhorar mais será muito difícil. David Formolo é quem está à sua frente, mas tem mais de seis minutos de vantagem.
(Fotografia: Giro d'Italia) |
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