Espera-se que meio milhão de pessoas assistam in loco à Volta a Flandres
(Fotografia: © Bora-Hansgrohe/Stiehl Photography) |
Há um ano, após os atentados em Bruxelas, a possibilidade das clássicas na Bélgica serem canceladas foi bem real. Reforçou-se (e muito) a segurança e todas as corridas realizaram-se sem qualquer problema. No entanto, o ciclismo não passa ao lado do terrorismo que tem marcado os últimos anos a Europa e com o aglomerado de pessoas em algumas zonas das corridas a chegar aos milhares, as medidas de segurança este ano foram ainda mais reforçadas. A Volta a Flandres, pela popularidade que tem e sendo uma das provas mais importantes do ano, terá especial atenção, mas algumas das medidas tem vindo a ser aplicadas desde que arrancou a fase das clássicas na Bélgica em 2017.
Mochilas e as habituais lancheiras passaram a ser proibidas, principalmente em zonas onde se juntem mais pessoas. A polícia tem procedido a revistas em locais públicos junto das estradas ou troços de pavé por onde têm passado as corridas. Blocos de cimento têm sido colocados em locais estratégicos para evitar a utilização de veículos como forma de atingir as pessoas, como aconteceu em Nice, Berlim ou, mais recentemente, em Londres. Na Volta a Flandres, à polícia irão juntar-se os stewards, normalmente mais utilizados em jogos de futebol, mas não foram avançados quantos serão chamados. As revistas serão intensificadas, pelo que já foi feito o apelo que ninguém leve mochilas ou lancheiras para as facilitar.
A estimativa é que ao longo dos 260 quilómetros da corrida estejam cerca de meio milhão de pessoas a assistir. A organização e as forças de segurança sabem que é quase impossível controlar todos os locais, mas na partida e chegada, assim como alguns dos troços mais populares de pavé e outros locais que normalmente são escolhidos para ver o pelotão passar, serão alvo das estritas medidas de segurança. Os blocos de cimento, por exemplo, serão colocados em ruas que dêem acesso à estrada onde passarão os ciclistas, o que implicará muitos mais quilómetros fechados ao trânsito.
Wim Van Herreweghe, da Flanders Classics - organizadora da Volta a Flandres - explicou que a segurança foi preparada em colaboração com as autarquias locais de forma a que não ficasse nada ao acaso e tendo em conta o nível de alerta no país ser de três (o máximo é de cinco). Além das revistas às pessoas, serão feitas também em edifícios ou locais que possam levantar suspeitas, de forma a evitar a colocação de engenhos explosivos. Estas medidas já foram hoje colocadas em prática, pois a corrida amadora realizou-se esta tarde e juntou cerca de 16 mil ciclistas.
Também os drones estão proibidos, ainda que esta medida não se prenda tanto com o terrorismo, mas sim com o tráfego aéreo. Com os helicópteros a fazerem parte da corrida, até para assegurar a transmissão televisiva, a presença de drones poderia ser perigosa, ainda mais porque os pilotos podem não conseguir vê-los.
De recordar que em 2015 a polícia francesa disparou sobre um carro que tentou furar o bloqueio de estrada nos Campos Elísios, durante a última etapa do Tour. Antes, em Maio, a corrida de um dia alemã, a Eschborn-Frankfurt, foi cancelada depois de ter sido descoberto material utilizado para o fabrico de bombas numa casa situada próximo do percurso da prova.
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