De uma das grandes contratações de 2016, Mikel Landa acabou por ser um dos maiores flops. Muito dificilmente o ciclista e a Sky pensariam que tudo pudesse correr tão mal. Era um talento na Astana, "tapado" pelas lideranças de Fabio Aru e Vincenzo Nibali. A Sky ofereceu-lhe um lugar de destaque para a Volta a Itália e eventualmente para a Vuelta, ficando aqui dependente se Chris Froome fosse ou não à corrida. Mas era o Giro que Landa queria. O ciclista admite que é a grande volta que mais gosta.
Depois do pódio de 2015 as expectativas eram enormes. Fez uma exibição à Chris Froome, ou seja, tinha a missão de apoiar Aru, mas em várias ocasiões deixou indicações que estaria melhor fisicamente que o seu chefe de fila, como aconteceu com Froome quando levou Bradley Wiggins à vitória no Tour. No entanto, a desilusão foi do tamanho das expectativas. Landa começou mal o Giro, ainda apareceu na oitava etapa, mas acabou por abandonar devido a uma gastroenterite, que aliás foi quase uma praga no pelotão do Giro há um ano.
Landa perdeu quase de imediato a confiança da Sky. Foi como gregário ao Tour, mas quando esperava recuperar o seu estatuto de líder para uma nova oportunidade, a equipa decide uma liderança partilhada com Geraint Thomas, sendo claro que o britânico será o plano A e Landa o plano B.
Primeira escolha ou não, Landa não tem margem para erros. Se voltar a ter uma época apagada pode muito bem ver a sua passagem pela Sky terminar sem glória, pois tendo em conta que é um dos ciclistas mais bem pagos da equipa, será difícil ficar como gregário, até porque não é uma poisição que queira. Mas com Thomas a querer um papel de destaque, com Wout Poels a exigir o mesmo e com um Sergio Henao a começar a merecer a sua oportunidade... É agora ou nunca para Landa.
É o homem do plano a quatro anos para se tornar num grande voltista. Mas será que vamos ter de esperar mesmo tanto tempo? Depois de demonstrar que é muito forte no contra-relógio, que as corridas de uma semana encaixam perfeitamente nas suas características, Rohan Dennis quer agora dar o próximo passo: tornar-se no próximo australiano a ganhar uma grande volta. Ou seja, ocupar um lugar que continua vago após a retirada de Cadel Evans.
A questão é que Dennis apareceu muito bem em 2017. Começou o ano com um expectável título nacional de contra-relógio, venceu a La Provence e foi segundo no Tirreno-Adriatico, atrás de Nairo Quintana. A BMC está disposta a esperar para garantir que tem um vencedor, mas talvez quatro anos seja mesmo demasiado tempo, ainda mais quando Tejay van Garderen é uma desilusão cada vez maior.
Não há dúvida que o americano vai como líder. Mas o Giro não deixa de ser uma despromoção para quem queria ganhar o Tour. Richie Porte tirou-lhe estatuto e com Rohan Dennis a evoluir a olhos vistos, a ver vamos se neste Giro não será o australiano a tornar-se na outra grande referência da BMC para as três semanas, atrás de Richie Porte, que entretanto quer ver se é ele a suceder a Cadel Evans, antes de Dennis.
No que diz respeito à classificação da juventude, Hugh Carthy é um forte candidato. É muito novo e está a fazer a sua estreia no World Tour. Mas qualidade não lhe falta, como mostrou novamente na recente Volta aos Alpes.
Quando vir um ciclista alto (1,89 metros), muito (mas mesmo muito) magro, com um estilo algo estranho de pedalar, não há dúvidas que é Carthy. O seu estilo é já a sua imagem de marca e o britânico quer que as grandes vitórias sejam o seu destino. Mostrou ambição antes de chegar ao Giro e garante que quer brilhar neste grande palco que será a 100ª edição desta corrida.
Na Caja Rural tornou-se óbvio que Hugh Carthy tinha o necessário para chegar ao World Tour e a Cannondale-Drapac espera que o britânico possa começar a render vitórias, até porque a equipa bem precisa delas.
Na Caja Rural tornou-se óbvio que Hugh Carthy tinha o necessário para chegar ao World Tour e a Cannondale-Drapac espera que o britânico possa começar a render vitórias, até porque a equipa bem precisa delas.
Será difícil entrar num top dez - certamente que o fará num futuro próximo -, mas atenção que fará tudo por uma etapa e tem todas as características para ser mais um jovem animador do Giro.
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