O pelotão nacional está a habituar-se a ter uma formação boliviana a competir ao lado das portuguesas. Apesar de ser do outro lado do Atlântico, a Equipo Bolivia tem a sua sede em Salamanca e conta com uma forte presença espanhola entre os seus ciclistas. O director desportivo é também ele espanhol, Laudelino Cubino, que em finais da década de 80 e na de 90 conquistou etapas na Volta a Espanha e no Giro, fez top dez na Vuelta, tendo vencido uma Volta à Catalunha em 1990. Agora, aos 53 anos, tenta fazer crescer um projecto que pretende dar projecção aos corredores bolivianos, mas a contratação de espanhóis e de um português demonstra que quer ter o seu espaço nas corridas europeias. E Portugal é visto como o país ideal para ganhar ritmo e experiência.
"Vamos ver a Equipo Bolivia em Portugal muitas vezes. Queremos estar em todas as corridas continentais que se realizem cá. Estou a falar com os organizadores dessas provas para garantir a nossa presença", explicou Laudelino Cubino ao Volta ao Ciclismo. A presença na Volta a Portugal é um dos principais objectivos da temporada, mas o director desportivo sabe que terá de mostrar resultados para conseguir entrar no lote de formações eleitas para a principal competição portuguesa. "Sei que é muito difícil, mas queremos ganhar corridas em Portugal. Queremos mostrar-nos para estarmos na Volta a Portugal. Estivemos na Volta a San Juan [Argentina] e mesmo ao tendo a concorrência de equipas do World Tour, estivemos muito bem para uma formação com a nossa dimensão. No Challenge de Maiorca subimos ao pódio, quando o nosso ciclista venceu as metas volantes. Foi um resultado muito importante", salientou.
"Sei que é muito difícil, mas queremos ganhar corridas em Portugal. Queremos mostrar-nos para estarmos na Volta a Portugal"
Tanto na prova de abertura Região de Aveiro, como no domingo na Clássica da Arrábida, os ciclistas da Equipo Bolivia tentam mostrar-se, mas ainda falta a desejada vitória. O português Nuno Meireles (25 anos, que em 2015 e 2016 competiu na LA Alumínios-Antarte) é visto como um corredor importante para que a equipa possa crescer e sendo um conhecedor das provas nacionais, Laudelino Cubino espera tirar proveito dessa experiência. "Temos bolivianos, argentinos, colombianos, espanhóis e eu queria um ciclista português. Contratámos o Nuno e espero que ele tenha um bom desempenho nas corridas em Portugal", referiu Cubino.
A equipa tem o apoio do Ministério do Desporto da Bolívia e a escolha de Laudelino Cubino foi para tentar garantir um homem com experiência para que a formação possa crescer e chegar ao escalão Profissional Continental e tentar abrir as portas para que algum boliviano possa chegar ao mais alto nível do ciclismo. E claro, como se pode ver nas camisolas, é também uma forma de promover o país sul-americano. Cubino mostra-se motivado pelo grande desafio que abraçou e que irá estar nas estradas portugueses à procura de encontrar o caminho do sucesso.
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