7 de março de 2017

Tony Martin desobedeceu a ordens da equipa no Tour. Terá sido o momento da ruptura com a Etixx-QuickStep?

(Fotografia: Facebook Tony Martin)
É preciso salientar o ponto de interrogação. A informação sobre o incidente veio a público, mas nem Tony Martin, nem a equipa belga - que representou durante cinco anos - falaram sobre o assunto. No entanto, é natural que tenham surgido algumas teorias, nomeadamente que ao desobedecer ordens do seu director desportivo, a porta de saída foi aberta para o alemão de 31 anos. Mas primeiro a explicação do que terá acontecido no dia 18 de Julho de 2016.

Estávamos na 16ª etapa da Volta a França. Um longo dia de 209 quilómetros, com a meta em Berna, na Suíça. Tony Martin e o colega de equipa Julian Alaphilippe arriscam uma fuga que duraria 175 quilómetros. Já se sabe como Martin gosta deste tipo de aventuras e que já lhe valeram algumas vitórias, ainda que não de tão longe da meta. Quando ficou claro que a fuga não teria sucesso, Brian Holm terá dado ordens a Martin para "levantar o pé" e poupar forças para ajudar Marcel Kittel nos sprints. O alemão optou por continuar a trabalhar na frente da corrida, um esforço que lhe valeria o prémio da combatividade, partilhado com Alaphilippe. 

Nesse dia, ambos acabariam por perder mais de 12 minutos para o vencedor, Peter Sagan, e Tony Martin viria mais tarde a ter um momento no mínimo estranho e que agora alimenta ainda mais a teoria da ruptura. Na derradeira etapa, nos Campos Elísios, Martin teve um problema na bicicleta e não terminou a Volta a França. O Sporza cita fontes que explicaram que Tony Martin foi boicotado pelos membros da equipa técnica da Etixx-QuickStep, que não lhe deram uma outra bicicleta.

A transferência de Tony Martin para a Katusha-Alpecin foi uma das surpresas do mercado, pois o alemão era um elemento vital na estrutura da formação belga. Porém, antes de sair, Martin ajudou a equipa a ganhar mais um título mundial de contra-relógio colectivo e ele próprio foi campeão mundial pela quarta vez.

Se a eventual desobediência levou mesmo à saída de Tony Martin da Etixx-QuickStep só o ciclista ou alguém da equipa poderá confirmar. Mas uma coisa é certa: a Katusha-Alpecin ficou a ganhar (e muito) com a decisão do alemão em assinar pela formação liderada pelo português José Azevedo. É que Tony Martin está a viver uma espécie de segunda vida no ciclismo. Depois de uma fase mais apagada na antiga equipa, o alemão recuperou a melhor forma no final da temporada de 2016 e começou 2017 muito forte, tendo ganho uma etapa na Volta à Comunidade Valenciana e foi segundo no contra-relógio da Volta ao Algarve.



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