Bond conquistou duas medalhas de ouro olímpicas (Fotografia: Direitos Reservados) |
Hamish Bond é uma das maiores referências do remo. Desde 2009 que não tem por hábito perder, formando uma dupla imbatível com Eric Murray. Depois de ter conquistado duas medalhas de ouro olímpicas (uma em Londres e outra no Rio de Janeiro) e oito em Mundiais, o neozelandês considerou que estava na altura de mostrar que é capaz de triunfar noutro desporto. Por isso, aos 30 anos, tirou um ano sabático para se dedicar ao ciclismo e na primeira grande competição em que participou, os campeonatos nacionais, foi terceiro no contra-relógio. Mas o feito tem ainda outro factor que o torna ainda mais extraordinário.
O agora ciclista iniciou a sua preparação para esta aventura em Novembro do ano passado, mas começou mal 2017. No dia 1, Bond caiu numa rotunda - que fez parte do percurso dos nacionais -, partiu uma costela e um osso na mão. Só no dia antes da prova é que voltou a treinar, mas parece que foi suficiente. Enquanto Jack Bauer confirmou o favoritismo e sagrou-se campeão, agora que veste as cores da Quick-Step Floors, com o tempo de 51:54 minutos e Jason Christie (da equipa Continental Kenyan Riders Downunder) foi segundo, com mais 21 segundos, Hamish Bond surpreendeu tudo e todos com o terceiro lugar, fazendo mais 1:12 minuto.
(Fotografia: Facebook de Hamish Bond) |
Bond ficou entusiasmado com o resultado, apesar de esperar fazer um pouco melhor. Agora só pensa na corrida de domingo: "Vim aqui para aprender e, para ser honesto, esperava um pouco mais. Mas sou novo nestas andanças. A prova desgastou-me mais do que eu estava à espera, portanto, preciso de recuperar para a corrida de domingo", afirmou o neozelandês.
Em Novembro, quando foi entrevistado pela TVNZ, Hamish Bond explicou as razões que o levavam a deixar o remo, depois de uma vida dedicada à modalidade. Bond foi desde cedo um dos maiores talentos e com apenas 20 anos já pertencia à equipa de seniores. "Eu sei o que é o remo, sei o que é preciso para voltar ao topo, mas este [ciclismo] será um desafio desconhecido para mim. Penso que nunca ninguém mudou do remo para o ciclismo, pelo menos na Nova Zelândia. Isso é motivador porque, de certa forma, diferencia-me de outros atletas e motiva-me a ser melhor. Provei ser um dos melhores no remo, por isso, gostava de provar que posso ser um dos melhores noutro desporto", explicou.
Para já será uma experiência para durar um ano, com os adeptos do remo a temerem terem perdido uma das suas melhores duplas de sempre. Eric Murray vai continuar, mas Hamish Bond até confessou que gostaria de estar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, para tentar uma medalha no contra-relógio.
E claro que há o lado curioso, extra-competição, que não está a passar despercebido. Bond tem apelido de agente secreto. Não é James, mas não se livrará de trocadilhos com 007. Já Jack Bauer, o campeão, há muito que lida com o facto de ter o mesmo nome de uma das personagens mais populares em anos recentes, ou seja, a figura principal da série 24, protagonizada por Kiefer Sutherland.
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