24 de dezembro de 2016

Thomas de Gendt ajuda a recuperar memorial de Tom Simpson no Mont Ventoux

O último vencedor na etapa do Mont Ventoux, na Volta a França, resolveu terminar uma recuperação do memorial de Tom Simpson na mítica subida e que desde 2014 esperava pelos arranjos após de anos de ventos fortes e constante mau tempo terem danificado a pedra e os degraus. Thomas de Gendt tomou a iniciativa e ajudou bastante estar numa equipa cujo um dos patrocinadores até tem experiência nestas recuperações: Soudal.

O belga venceu no Mont Ventoux este ano, uma etapa memorável para De Gent que recuperou espectacularmente depois de ter perdido contacto com os líderes, acabando por conquistar uma das subidas mais míticas do ciclismo. E claro que também houve a corrida de Chris Froome, que retirou algum protagonismo à brilhante vitória do corredor da Lotto Soudal. Nesse dia, os ventos fortes obrigaram a um corte na etapa e no vídeo publicado sobre a recuperação do memorial, De Gent explica que quis terminar o que faltou da subida e aproveitar para concluir um local de peregrinação para muitos ciclistas, que aproveitam para deixar bidões, chapéus ou flores como homenagem. Quando estão em competição, alguns dos ciclistas baixam a cabeça em respeito por um dos atletas que marcou a modalidade.

Em 2013, o memorial - inaugurado pela mulher do ciclista em 1968 - não aguentou os ventos fortes que dão nome à subida e acabou por ficar parcialmente destruído (fotografia à direita). No ano seguinte a pedra foi restaurada, mas os degraus não. Com uma ajuda de De Gent e da Soudal e na presença de uma das duas filhas do ciclista, o memorial está como novo. Joanne referiu como o local é especial para ela, sendo uma ligação ao pai, que morreu quando ela tinha três anos.

Tom Simpson subia o Mont Ventoux numa etapa da Volta a França em 1967 quando colapsou a cerca de um quilómetro do cume (do lado este). É precisamente nesse local que foi construído o memorial, uma iniciativa de uma revista - a actual Cycling News - que angariou cerca de 1500 libras. O britânico tinha apenas 29 anos.

(Fotografia: Panini)
Na autópsia foi revelado que o ciclista tinha ingerido anfetaminas e álcool, uma mistura que com a contribuição do calor que se fazia sentir nesse dia acabou por ser fatal. Simpson conquistou o bronze olímpico na pista (perseguição por equipas) em 1956, em Melbourne, mas deixou os velódromos para se tornar uma referência da modalidade na estrada. Especialista em clássicas, venceu a Volta a Flandres (1961), a Milano-Sanremo (64) e o Giro di Lombardia (65). Nesse mesmo ano sagrou-se campeão mundial. Em 1967, chegou à Volta a França com uma vitória no Paris-Nice e duas etapas na Vuelta.

Simpson nunca escondeu o uso de drogas para melhorar a sua performance, numa altura em que não havia as regras e os controlos de agora. Outros tempos do ciclismo... Tom Simpson era um dos corredores mais admirados e a sua trágica morte contribuiu para a criação de uma das maiores lendas da modalidade.



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