A Volta a Pequim nunca convenceu as equipas do World Tour
(Fotografia: Team Sky)
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A UCI parece não estar nada preocupada com o facto de ter a Associação Internacional de Equipas de Ciclismo Profissionais ameaçar recorrer à justiça contra as reformas do organismo, ou de ir de facto enfrentar um processo por parte da Liga Nacional Francesa - liderada pelo director desportivo da FDJ, Marc Madiot, que afirma que o extenso calendário do World Tour prejudica a presença das principais formações gaulesas nas provas internas -, ou que as equipas do World Tour não tenham ficado nada satisfeitas pelo calendário ter aumentado exponencialmente. Eram 10 as novas provas, agora deverão passar a ser 11, ou seja, 38 no total.
É uma espécie de surpresa numa altura em que se começa a preparar 2017: o pelotão vai voltar à China. Depois do fracasso que foi a Volta a Pequim (entre 2011 e 2014) – que deixava as equipas possessas por no final de temporada terem de fazer uma viagem tão longa e dispendiosa, além de parecer os Mundiais em Doha, ou seja, público na estrada, nem vê-lo – agora o calendário terá a Volta a Guangxi.
A confirmar-se será a corrida que fechará o ano (ainda não tem data definida), durará seis dias e terá uma prova feminina. Guangxi fica a sul do país, perto da fronteira com Hanoi, no Vietname. Segundo o site Cycling News, a UCI irá permitir que nos dois ou três primeiros anos as equipas World Tour não sejam obrigadas a ir, à imagem do que deverá acontecer com as restante novas competições, como a Volta à Califórnia, Volta à Turquia ou Strade Bianche.
A notícia apanhou todos desprevenidos, ainda mais depois da Volta a Pequim não ter convencido ninguém no ciclismo. Será uma segunda tentativa de levar o ciclismo à China, num ano em que o país terá a sua primeira equipa no principal escalão, a TJ Sport (antiga Lampre-Merida), que conta com o português Rui Costa.
Sendo a última prova do calendário, Guangxi também deverá organizar a habitual gala de final do ano, talvez sendo uma maneira de tentar levar mais ciclistas importantes, numa fase da temporada em que muitos já entraram de férias e estão a pensar no ano seguinte e não terão grande vontade de viajar tantos quilómetros, com aconteceu com a prova de Pequim.
Confirmadas 18 equipas no World Tour em 2017
A notícia sai no dia em que a UCI confirmou que no próximo ano irão ser atribuídas 18 licenças, caso as 18 equipas que se candidataram preencham os requisitos. Uma das reformas que a UCI queria implementar era a redução para 17 equipas no próximo ano, sendo depois o número diminuído para 16. No entanto, e perante a pressão criada pela possibilidade da Dimension Data ficar de fora por ter ficado em último lugar do ranking e a Bahrain-Merida e Bora-Hansgrohe, as novas equipas, terem contratado ciclistas com mais pontos do que os da formação sul-africana somaram, a UCI acabou por recuar na decisão.
Claro que houve o aval da Amaury Sports Organisation (ASO) - que organiza a Volta a França e outras provas importantes - que era quem mais queria a redução de equipas. O facto da Dimension Data ter um acordo de dois milhões de euros para fornecer dados ao vivo do que acontece no Tour foi uma grande ajuda para o futuro da equipa.
Quanto à participação das novas provas do World Tour não serão para já obrigatórias, como já foi dito, e o sistema de promoção e despromoção de equipas também não entrará em vigor pelo menos até 2018.
Os detalhes finais da temporada de 2017 deverão ser anunciados no congresso anual da UCI que se realiza a 6 de Dezembro, em Maiorca, Espanha.
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