(Fotografia: Facebook Katusha) |
Quando se faz as contas e se vê que Alexander Kristoff soma 13 vitórias poderá ser estranho dizer que o norueguês foi uma desilusão para a Katusha. O ciclista tem sido uma das grandes estrelas, no entanto, este ano passou ao lado de todas as grandes corridas, sendo constantemente batido pelos rivais. Os triunfos aconteceram em provas de nível inferior e algumas com uma concorrência fraca. Mas a Katusha não perde confiança no seu sprinter e homem para as clássicas e reforçou a que tem no russo Ilnur Zakarin, com Matvey Mamykin a dar mostras que pode ser trabalhado para se tornar num bom voltista
A equipa, que conta com José Azevedo como director desportivo, apostou forte no Giro com Zakarin, mas uma queda na antepenúltima etapa deixou o russo KO, numa altura em que era quinto e ainda não tinha desistido do pódio. Zakarin recuperou para o Tour, venceu uma etapa e foi apenas 25º, pois Joaquim Rodríguez era o líder. E o espanhol acabaria por marcar a época da Katusha ao anunciar que ia terminar a carreira. Já nem à Vuelta foi, colocando um ponto final com o quinto lugar nos Jogos Olímpicos. Ou assim queria ele.
- 6º lugar no ranking World Tour com 789 pontos
- 25 vitórias (5 no World Tour, uma em cada uma das grandes voltas)
- Alexander Kristoff foi o ciclista com mais vitórias: 13
Há sete anos na Katusha, a equipa não gostou que o espanhol deixasse a competição ainda com uma parte do ano por cumprir. Ainda mais quando o agente veio a público dizer que se calhar não seria o fim da carreira para Rodríguez, surgindo os primeiros rumores do interesse da nova Bahrain-Merida. A Katusha obrigou Rodríguez a voltar a competir em três corridas de um dia em Itália, terminando então na Lombardia, prova que venceu duas vezes. O espanhol não abandonou em todas e disse que ia mesmo deixar o ciclismo após a Lombardia… Acabou a assinar pela Bahrain-Merida.
Se o final de relação entre Rodríguez e Katusha não foi o esperado, já Zakarin pode estar no início de uma de sucesso. O russo evoluiu bastante, sendo cada vez mais competitivo nas subidas e defendendo-se cada vez melhor no contra-relógio. Sem dúvida que será uma aposta muito forte para 2017, assim como Kristoff, com a Katusha a reforçar-se a pensar em rodear os seus líderes de ciclistas fortes. Um deles será o português José Gonçalves e outro o alemão campeão do mundo de contra-relógio, Tony Martin.
Quanto a Tiago Machado, o ciclista português cumpriu à risca a tarefa que lhe cabe na equipa. É um homem de confiança, mas infelizmente tem pouca liberdade para tentar também ele uma vitória. Na Vuelta ainda apareceu em fugas e viu-se um pouco daquele Tiago Machado que tanto se gosta: ao ataque. O ciclista renovou por mais um ano, comprovando que a Katusha – que em 2017 será suíça e com o nome Katusha-Alpecin – tem plena noção da importância que o português tem como homem de trabalho.
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