César Martingil não esconde a ambição. Aliás reforça-a quase a cada palavra que refere sobre os Mundiais e o que pretende para a sua carreira, que vai ganhando forma. É o regresso a uma prova deste nível depois de ter participado como júnior em 2013, quando viu Rui Costa ser campeão do mundo. Muito evoluiu César Martingil desde então e ao Volta ao Ciclismo foi bem claro no que procura alcançar no Qatar: "Os meus objectivos vão ser estar bem na corrida, ter sorte de não cair, não furar e, quem sabe, um top 10 ou top 20." E reforçou ainda a ideia, admitindo que também vê os Mundiais como forma de se mostrar: "Vou à procura de um bom resultado para ver se consigo ir mais além no futuro."
Ao lado de César Martingil nesta quinta-feira (12:00 locais, menos duas em Portugal Continental) estarão Ivo Oliveira - companheiro na equipa Liberty Seguros/Carglass - e Nuno Bico, que representa a Klein Constantia, equipa satélite da Etixx-QuickStep. O grupo escolhido pelo seleccionador José Poeira é elogiado por César, que ainda assim refere que houve quem ficasse de fora devido a lesões. "Temos um grupo de ciclistas muito bom, que futuramente vão dar que falar", salientou.
"Conviver com eles [José Gonçalves, Nelson Oliveira e Sérgio Paulinho] é importante pela experiência que têm. É sempre uma ajuda"
Quanto ao percurso em Doha, César diz que não só não o assusta como até o favorece. "Já há alguns meses que estou a fazer a preparação para esta prova", referiu, confessando, no entanto, que o calor que terá de enfrentar já o assusta um pouco, e serão 36 graus de temperatura máxima. Acrescenta ainda que os Mundiais são uma aprendizagem e que "é importante competir lá fora". Além disso, tem a oportunidade de estar com ciclistas como José Gonçalves, Nelson Oliveira e Sérgio Paulinho. "Conviver com eles é importante pela experiência que têm. É sempre uma ajuda."
A enfrentar estes Mundiais também como uma possível rampa de lançamento para a sua carreira, César Martingil frisou como a Liberty Seguros/Carglass tem permitido evoluir bastante, "essencialmente porque esta equipa vai-se batendo com os profissionais ao longo do ano". Porém, olha mais além... além fronteiras. "Ando nisto desde 2009 e quero chegar ao mais alto nível do ciclismo. Já estou a espreitar [equipas] lá fora", admitiu. Disse que, para já, ainda não tem "nada em vista", mas perante a postura ambiciosa e de perseverança de César Martingil não será uma surpresa que aos 21 anos, o jovem português possa muito seguir os passos de ciclistas como Ruben Guerreiro ou Nuno Bico.
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