Um dos momentos em que Chris Froome descolou dos favoritos (Fotografia: Team Sky) |
Froome chegou mesmo a assustar, pois da única vez que Quintana deu um puxão, o britânico descolou, tendo o mesmo acontecido com os ataques de Contador e Chaves. O ciclista da Sky disse que apenas quis fazer a subida ao seu ritmo e que para ele foi apenas mais um dia de trabalho, tal como será no contra-relógio, pois a estratégia está delineada e é para cumprir. O director da equipa, Dave Brailsford, salientou a força mental de Froome que consegue manter-se calmo sempre que vê os rivais afastarem-se e depois, ao seu ritmo, ir "buscá-los". Com 3:37 minutos para recuperar, aquela quebra de Froome pode ser o seu estilo segundo as palavras do próprio, mas não deixou as melhores indicações e será preciso um super contra-relógio do britânico e um super Froome na etapa de sábado para ainda ambicionar chegar à camisola vermelha. Uma coisa é certa: Froome ainda não desistiu.
Discurso idêntico tem Alberto Contador. O espanhol da Tinkoff ainda tentou ganhar alguma vantagem, mas sem sucesso. Porém, desta feita aguentou-se com Quintana. O pódio é o objectivo mínimo, ainda que diga que não está a pensar nesse resultado. Contador deixou o recado: "Vou lutar pela vitória até ao fim." E também já pensa no contra-relógio, no qual tentará reduzir a diferença de 4:02 minutos. Para Contador, o mais importante do dia acabou por ser o facto de se ter sentido bem, um discurso bem diferente de há uma semana, quando começava a mostrar alguma desilusão pela sua situação.
Quanto a Johan Esteban Chaves, o colombiano da Orica-BikeExchange deixou sinais muito positivos na subida final desta quarta-feira, aumentando o ritmo e ajudando a deixar Froome momentaneamente para trás. São só 20 segundos que os separam e Chaves parece estar bem nesta terceira semana. Não se ouve um discurso de tentar a vitória, até porque o contra-relógio ameaça não ser simpático para Chaves. Mas o ciclista poderá muito bem estar a caminho do seu segundo pódio consecutivo em grandes voltas depois do segundo lugar no Giro. No entanto, terá de ter atenção, pois até pode olhar para o segundo lugar, mas tem de ter atenção a um Contador que lhe pode roubar o terceiro. Chaves está a 3:57 minutos da liderança e tem o espanhol a cinco segundos de distância.
A Volta a Itália é precisamente o exemplo mais recordado por quem recusa dar por decidida a Vuelta. E quem assistiu ao Giro sabe que é possível superar o que parece impossível. Senão, pode perguntar a Vincenzo Nibali. Porém, após este resultado em Mas de la Costa - onde os quatro candidatos chegaram juntos - já só um super Froome ou Contador e um Quintana a fraquejar, ou então acontecer algo inesperado - do género de Steven Kruijswijk no Giro, quando caiu -, impedirá o colombiano de vencer, merecidamente, esta Vuelta. Quintana está a fazer tudo o que não fez na Volta a França. Arrisca, ataca, não fica apenas na roda e está a sentir os benefícios de ser um ciclista que pensa e dá prioridade à sua táctica e não fica apenas à espera da do rival.
Resta-nos esperar que as promessas de luta possam continuar a proporcionar espectáculo nesta excelente Volta a Espanha, primeiro lugar atribuído ou não.
IAM imparável no ano do adeus ao ciclismo
Primeira vitória numa grande volta para Frank (Fotografia: Team Sky) |
Destaque ainda para Leopold König. Depois do descalabro da etapa de domingo que lhe retirou do top dez para ficar a uma hora da liderança, o checo faz agora pela vida. Não só ainda tenta salvar algo desta Vuelta, como também procura decidir o seu futuro. O checo, de 28 anos, acabou por não confirmar as expectativas da Sky. Contratado em 2015 como candidato para lutar pelo Giro (foi sexto no ano passado) e Vuelta (caso Froome não estivesse presente), König não conseguiu impor-se na exigente equipa britânica, que até garantiu Mikel Landa para 2016, relegando o checo para um papel secundário e incómodo para o ambicioso ciclista.
Foi segundo classificado na etapa desta quarta-feira e quase assustou Mathias Frank nos últimos metros (terminou a seis segundos). Equipa procura-se e König começa a ver que poderá ser difícil conseguir um papel de líder, apesar da sua inegável qualidade para as competições de três semanas.
Etapa 18: Requena-Gandía (200,6 quilómetros)
Uma etapa para os candidatos respirarem fundo - apesar de ser longa - para os dois dias que se seguem: contra-relógio e uma última etapa de dura montanha. Tem uma subida de segunda categoria que poderá ser propícia para ajudar a uma fuga triunfar, mas talvez alguns sprinters consigam recuperar para tentar uma chegada conjunta.
Resumen - Etapa 17 (Castellón / Llucena... por la_vuelta
Sem comentários:
Enviar um comentário