31 de agosto de 2016

Chris Froome meteu Nairo Quintana em sentido

(Fotografia: Team Sky)
Era o momento certo para Chris Froome responder a Nairo Quintana, depois de uma primeira fase de Volta a Espanha, na qual o colombiano da Movistar demonstrou a sua superioridade. Froome sobreviveu - o ciclista chegou mesmo a utilizar essa expressão - e manteve-se a 58 segundos à chegada do dia de descanso, apesar de algumas dificuldades. Mais uma vez o britânico não só mostrou que se dá bem com a paragem, como fisicamente deu uma grande resposta a Quintana e psicologicamente pressionou um adversário que estava a assumir um discurso de ter de ganhar mais tempo para não perder a liderança no contra-relógio. Depois da subida a Peña Cabarga, Quintana percebeu que tem de pensar que está mesmo numa luta directa com Froome e que terá muito trabalho para ficar com a camisola vermelha, além do contra-relógio. Falava em ganhar tempo e perdeu quatro segundos. Pode não parecer muito, mas nunca se sabe a falta que poderão fazer.

Foi a segunda vez que Chris Froome venceu uma etapa na Vuelta, curiosamente exactamente no mesmo local. A primeira aconteceu em 2011. Este triunfo foi claramente muito desejado pelo britânico e trabalhado pela Sky, que finalmente apareceu um pouco melhor na ajuda ao seu líder, com Peter Kennaugh, David Lopez e Leopold König. No caso do checo, a sua ajuda também está a significar uma consolidação no top dez.

Em termos de equipa, há que dizer que também a Movistar melhorou. Rubén Fernández está a assumir-se como uma das figuras da Vuelta. Excelente o trabalho que fez no início da subida. Que ritmo louco que impôs e só cedeu quando a Sky resolveu começar a abrir as hostilidades, momento em que apareceu Alejandro Valverde a proteger o seu líder, apesar de querer manter o lugar no pódio. Desceu para terceiro, por troca com Froome, mas tem quase minuto e meio de vantagem sobre Johan Esteban Chaves (Orica-BikeExchange). Época fantástica do espanhol da Movistar.

Mas no final foi um frente-a-frente Froome/Quintana. Aquele que tanto se aguardou no Tour e que apareceu agora nesta Volta a Espanha. Muitos consideram-na brutal pela quantidade de montanha que tem, mas que tem sido rica em espectáculo.

Salvo algo inesperado, será mesmo uma luta a dois. Porém, há que destacar a determinação de Alberto Contador e o espírito de guerreiro de Chaves. O colombiano tentou atacar, até ganhou alguma distância, mas quando Froome e Quintana arrancaram, não deram hipótese ao jovem da Orica, quinto na Vuelta há um ano e segundo no Giro em Maio. Quanto a Contador, no dia de descanso disse que a corrida estava quase perdida. "Quase" sendo a palavra chave. É que nesta etapa plana até aos últimos 5,8 quilómetros, a Tinkoff foi para a frente controlar a corrida - certamente que a Movistar agradeceu - passando a mensagem que o espanhol não desiste. Infelizmente, determinação não chega e Contador perdeu mais uns segundos. Ainda assim apresentou-se melhor do que nas chegadas em alto anteriores. A 3:08 minutos da liderança, a quarta vitória pode estar a tornar-se numa miragem, mas talvez ainda tente o pódio e/ou uma etapa... ou, sendo Contador, ainda tente um ataque para reentrar na luta. Do espanhol tudo é possível e é uma das curiosidades para a restante corrida.

Os portugueses

Enquanto Tiago Machado (Katusha) voltou a entrar na fuga do dia acabando por ser nomeado pela segunda vez o mais combativo, José Gonçalves abandonou. A Caja Rural justifica a saída do ciclista português por fadiga física. Em 2015 foi uma das figuras da competição, mas este ano não conseguiu apresentar a mesma forma. José Mendes (Bora-Argon 18) continua a ser o melhor classificado: 25º a 10:21 minutos.

Etapa 12: Los Corrales de Buelna-Bilbao (193,2 quilómetros)


Muito sobe e desce neste regresso ao País Basco, com a meta colocada em Bilbau. Com tantas subidas com alguma dificuldade, será dia para uma fuga, ou então para alguém tentar recuperar algum tempo perdido, caso queira arriscar na descida que levará a um final complicado. Os candidatos poderão jogar mais pelo seguro e esperar por um fim-de-semana que promete dois dias de grande dureza, principalmente no sábado.


Resumen - Etapa 11 (Colunga. Museo Jurásico... por la_vuelta

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